Complexo Turístico da Pedra Caída e suas mulheres
O Complexo Turístico da Pedra Caída é um enorme parque, envolvendo várias cachoeiras, piscinas (convencional e natural), bares, quadras de esportes, etc. É bem acessível. Fica na estrada que liga Carolina a Imperatriz, entre a primeira e Estreito.
Quem estiver de carro, pode optar por ir sem guia. Mas chegando lá, será obrigado a contratar um guia do parque. Deu pra entender? Não dá para visitar as cachoeiras sem um guia. Eu recomendo ir através de uma agência porque as visitas às cachoeiras com os guias do parque, pelo que eu soube, são muito rápidas e acontecem somente em dois horários por dia (9h da manhã e 14h). Quando você vai com o seu guia, você visita assim que chegar e fica o tempo que quiser.
Aí vai um outro comentário: você paga por cada cachoeira que for visitar. Esse mês o valor estava em R$ 15. Como são muitas, não acho sensato tentar conhecer todas. Fica caro e vai rolar estresse. Por outro lado, nem todas são interessantes, pelo que percebi.
Mais uma vez, a Torre da Lua não quis incluir o valor das entradas no preço do passeio. Se você quiser fazer com eles, insista, barganhe, chore. Vai que você tenha mais sorte!
Vou relatar apenas as cachoeiras que eu fiz. Vamos lá!
A Pedra Furada foi recomendada pelo guia. E achei diferente de todas as cachoeiras que eu havia visto até então. Se fosse uma mulher, seria bem elegante e minimalista, com um vestidinho preto e sapatos da Gucci. Nada espalhafatosa e barulhentas como as outras. Não, a Pedra Furada tem classe. Joga seu jato d´água de forma cool, num poço profundo e com água escura, mas limpíssima. A vegetação tropical a sua volta são os únicos acessórios permitidos em seu visual clean. Como uma mulher que se cuida, ela não deixa o sol entrar em seu poço, com isso, as águas são um tanto frias, tadinha. Mas dá para tomar um banho gostoso.
A Cachoeira da Caverna é mais, digamos assim, ordinária. Não que seja desinteressante, tipo bagaceira ou piriguete. Nada disso. Mas é que, de todas, é a única em que a principal atração não é a cachoeira em si, mas o caminho para se chegar até ela, uma caverna cheia de morcegos. Parece ser, à princípio, a maior furada, mas essa aventura acaba criando o grande diferencial positivo desta queda d´água. A caverna toda em arenito é mesmo muito interessante. A luminosidade cria nas paredes rochosas desenhos e formas coloridas de extrema beleza. Além disso, o lago onde a água desaba com força, tem águas mais quentes e mais agradáveis para um banho.
Recomendo.
A Cachoeira do Capelão é muuuuito bonita. Assim como a da Pedra Furada, é minimalista. Não tem a elegância da primeira, mas tem muita imponência, tem personalidade. Para mim, de todas, é a melhor para se tomar banho. Mas o poço é fundo e se você não sabe nadar, fique no raso. A água verde-escuro é mais quentinha também, Uma delícia! A beleza desta Cachoeira está na fina queda de águas muito brancas pelo paredão de arenito negro. Seria a pole pole position, não fosse...
E enfim, depois de passar por uma pequena cachoeira chamada Cachoeira da Lua, chegamos à Gisele Bündchen do Parque da Pedra Caída: uma cachoeira chamada Santuário. E novamente, uma surpresa. Eu já havia visto fotos dela na internet, mas até hoje meu maxilar está doendo de tanto que fiquei de boca aberta.
Trata-se de uma queda muito forte que desaba num poço de águas meio azuladas. Chega-se a ela por um extenso corredor formado por cavernas, por onde corre uma espécie de riacho, cercado por muitas pedras. Não é um acesso muito fácil. Mas sacrifício será recompensado.
Durante um trecho do dia, o sol consegue prenetrar no buraco por onde a cascata desaba, e produz imagens meio psicodélicas nos paredões. Timothy Leary(grande defensor do LSD nos anos 60) e Jerry Garcia(líder da banda Grateful Dead e ídem) deveriam ter passado por ali. O efeito é espetacular. Em junho, quando estive lá, o sol entrava por volta do meio dia e ficava até por volta das duas. Procure ver com o guia a que horas o "show" irá começar na época que você for. É impressionante.
Apesar de toda a beleza, não é muito boa para nadar. A queda é forte e provoca um vento com respinto d´água violento, já que é de todas a mais fechada. Nem pense em levar sua máquina se ela não for à prova d´água. O poço é profundo e o vento deixa as águas agitadas. Há até uma certa correnteza. Reparei também que - não me pergunte por quê - mas a corrente suga você lentamente na direção da queda, o que pode ser um desastre. Eu não levaria crianças para ali.
Sem dúvidas o local mais bonito do Complexo da Pedra Caída.E foi assim, com chave de ouro, que fechei a minha saga na Chapada das Mesas, pois, naquele mesmo dia, sob um entardecer cinematográfico, eu embarcaria para Imperatriz para pegar meu voo de volta a São Luis.
Parti, mas a Chapada ainda está na minha mente, na galeria dos locais mais interessantes que conheci.
O que deixei de fazer? Não fui ao Morro do Chapéu, símbolo da região. Ele não fica muito distante de Carolina e seus 378 metros são acessíveis por uma trilha que, segundo descobri, é um pouco pesada para quem não está acostumado. O casal que foi comigo para a Serra da Torre da Lua me disse que gostou mais da vista da Torre. O guia confirmou (mas ele é um dos donos da propriedade onde fica a Torre, por isso é suspeito). Fiquei com a impressão de que o Morro do Chapéu é mais bonito visto assim de longe. Aliás, ele é visto de quase todo o parque e é o cartão-postal da região.
No município de Itapecuru (cerca de 33 km de Carolina) existem cachoeiras quase nas margens da rodovia BR-3203 que caem num grande lago, onde existe uma prainha. Nos dias calorentos, o povo da região corre todo para lá. Deve ser legal.
Não tive tempo para fazer tudo, mas certamente fiz o essencial e espero ter ajudado você a decidir por conhecer ou a planejar sua viagem para este lugar para lá de interessante.
Abraço!
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1 Comments:
Sensacional o relato, parabéns pela trip. Suas dicas irão me valer muito, com certeza! Pretendo ir pra lá na temporada de Junho a Dezembro.
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