sábado, fevereiro 27, 2010

Uma tonelada de emoção

Existe uma canção muito antiga do cantor/compositor Taiguara, chamada Teu Sonho Não Acabou, na qual um trecho dizia: "Quem não sabe a sombra, não sabe a luz."
E é por aí. Realmente, sempre achei que a pessoa realmente feliz é aquela que a alegria de viver fica acima das mazelas da vida. Pelo menos na maior parte do tempo. É muito fácil ser feliz quando tudo vai bem.
E esse é o maior ensinamento que nos passa Preciosa - Uma História de Esperança, de Lee Daniels (EUA, 2009), que tem levado multidões aos cinemas em todo o Brasil. Se não vejamos, uma adolescente negra (Claireece "Preciosa" Jones, muito bem interpretada por Gabourey Sidibe) pobre, obesa, feia e analfabeta, moradora de uma parte degradada de Nova Iorque, que desde criança é abusada sexualmente pelo padrasto e fisicamente pela mãe. Os abusos sexuais resultaram em dois filhos, sendo o primeiro, uma menina com deficiências mentais. E também numa contaminação pelo HIV.
No meio de todo esse drama, a felicidade é possível? É bem verdade que a pobre Preciosa até pensou em acabar com sua vida. Mas, no final, ao vê-la alfabetizada, criando seus filhos, empregada e fazendo planos para um futuro incerto, sentimos um cheiro de felicidade sincera ali. Acho até que Preciosa deveria se chamar Vitoriosa. Não só pelo personagem, mas também por ter sido baseado num personagem verídico do livro Push, da escritora Saphiffe, publicado em 1996.
Preciosa..., tem, ao meu ver, como maior mérito, o fato de não cair no perigoso pântano do piegas, ao abordar um tema tão inacreditavelmente dramático. Seu único pecado, talvez, seja o excesso de gags de humor, que por vezes ridicularizam o inferno passado pela protagonista. Nem sempre fazer piada de tudo dá certo.
Mas esse pequeno pecado não derruba esse filme emocionante feito em cima de da história de alguém que finalmente viu a luz. Porque conheceu a sombra.

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terça-feira, fevereiro 09, 2010

Tristeza

Essa foi a imagem que eu tive, em maio do ano passado, do Pier 39, na área do Fisherman´s Wharf, em San Francisco, lembra-se? Multidões de simpáticos leões marinhos que faziam a alegria dos turistas, principalmente da garotada. Trazidos por correntes marinhas vinda do Alaska, os bichinhos desde 1989 elegeram a Baía de San Francisco para descansar.
Acontece que, segundo a Wired neste inverno, eles simplesmente desapareceram e ninguém sabe por quê. Acredita-se que o fenômeno El Niño seja o culpado. Mas nesses vinte anos, ocorreram outros El Niños e os leõezinhos não se afastaram. Eles voltarão? É difícil saber. Só se sabe quem, certamente, é o vilão dessa história: o aquecimento global, esse monstro que está deixando nosso planeta mais cruel, mais feio e mais triste.

Gostaria que as autoridades dos países ricos, ao verem essa cena - tirada da Wired -, se sensibilizassem e tomassem alguma atitude. Mas acho isso tão improvável quanto a volta dos leões marinhos.

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