domingo, maio 25, 2014

Sugestões de eventos em Nova Iorque. Um para o sábado, outro para o domingo. Ou tudo no sábado.

Quem estiver em Nova Iorque nos dias 7 e 8 de junho próximos, não deveria deixar de conferir um evento que há doze anos acontece na Madison Square, apenas em um final de semana.
A festa acontece anualmente em outras cidades americanas, mas é na Big Apple que ela tem o seu auge.
Mais detalhes sobre o evento, mergulhe aqui.
E está recomendadíssimo pela Time Out!
* Todas as fotos deste post foram tiradas em junho de 2013.

Evento 1: Big Apple Barbecue Block Party.

O início da Madison Avenue e toda a Madison Square ficam fechadas para o evento.
A Madison Square fica em Midtown e há uma estação do metrô, com as linhas  N e R, nas esquinas da 26 th Street com Broadway, bem em frente à praça.


A coisa começa por volta das 11h, mas uma hora antes, já tem muvuca.

Centenas de barraquinhas são espalhadas pelo local, vendendo vários tipos de churrasco e sanduíches. A fila, em algumas barracas, é grande, mas anda rápido.

Aliás, chamou a minha atenção a eficiência da organização. Desde o pessoal que organiza às filas até os que prestam informações.


E também o pessoal da limpeza.

A festa me pareceu ser bem tranquila. Tão tranquila que a polícia se junta ao povo e cai dentro do churrasco também.
Não são vendidas bebidas alcoólicas.

A frequência era bem variada, mas muito civilizada.

Clima familiar, mas nada conservador, careta e chato.

Mas qual é a dessa BBP? É levar a Nova Iorque e outras cidades o clima do autêntico churrasco sulista.
Os preços são convidativos e a qualidade dos produtos que provei era excelente.

Você também pode comprar frutas e vegetais fresquinhos em barraquinhas que nos remetem às feiras que rolam na parte do sul dos EUA.
E tem também a música. Em vários palcos, bandas e cantores de country, western & folk music se revezam.

É uma ótima oportunidade para se ouvir a autêntica música sulista norte-americana, em plena Nova Iorque, a cidade mais universal que existe.

Gosto muito de música country (que aliás, anda em alta por lá). E achei também o som que era levado ali, de altíssima qualidade. Country de raiz. Fazendo uma comparação meio cretina: é tipo assim, como se você fosse a um churrasco no Rio e o som ficasse a cargo da Velha Guarda da Portela. Deu pra entender?

Bem, recapitulando: Big Apple Barbecue Block Party, na Madison Square, dias 7 e 8 de junho de 2014, sempre às 11h. Mais detalhes, Time Out.

Evento 2: Smorgasburg, em Williamsburg, Brooklyn.

O quê? Churrasco, country music e ambientes familiares não são o seu forte?
Então, Smorgasburg!!!!!
Calma, não estou mandando você se f#@$$%!
Esse é o nome da feira que ocorre em dois pontos do Brooklyn nos finais de semana. Mas o mais quente rola aos sábados, em Williamsburg.
Se estiver lá na Madison Square, pegue o metrô das linhas N e R em direção ao Sul e desça na estação 14 St - Union Square. Faça a baldeação para a linha L em direção ao Brooklyn. Solte na estação Bedford e dirija-se para o East River Park.

O Ricardo Freire já havia falado nesta feira aqui. O Ric também ensina como chegar em grande estilo, de ferry, partindo de Manhattan.
O site do evento é esse aqui.

Aos sábados, o East River Park se enche de barraquinhas com comidas e objetos artesanais.

Ao contrário do Barbecue Block Party, aqui o clima é bem alternativo e descolado. Mas nem por isso menos organizado e civilizado.
Ali é possível se encontrar artigos diversos e comidinhas de várias partes do mundo. Da bagutete francesa ao churrasco coreano (?!!!!!!!!).
Experimente o que quiser - os preços são friendly -, mas não saiam de lá sem experimentar o sanduíche de sorvete (terceira foto), que já é a cara de Nova Iorque, em termos de gastronomia (tipo assim Bauru para Sampa, caldinho de feijão para o Rio e acarajé para Salvador).
Também há muita coisa vegetariana e orgânica...





Chamou a minha atenção, além do clima descontraído e a diversidade de comidinhas, foi como o local é bem aproveitado, às margens do East River e estrategicamente localizado na boca do desembarque/embarque do ferry.
Assim como no BBP, a muvuca ali é educada e civilizada. Mas, sabe como é...tem muvuca. E lá pela uma da tarde, as comidinhas nas barracas começa a faltar.
O ideal é que você curta o Smorgasburg no sábado e deixe o BBP para o domingo.
Mas, caso você não tenha tempo (o que foi o meu caso), dá para curtir um pouco dos dois. Desde que você deixe o Smorgas para o final, porque é imprescindível que você estique sua estadia em Williamsburg até a noite, caso você já não o tenha feito, é claro!

Vamos lá! Então, comida alternativa não é a sua? Não se aprreie! Nas proximidades do East River há vários lugares decentes para um almoço tradicional.

Tudo bem, almoço tradicional não é o seu forte? Tá, existem lugares decentes para uma boquinha também.

Mas, caso você nunca tenha estado ali antes nessa vida, seria muito bom bater perna por Williamsburg e conhecer essa parte descolada, cool e alternativa do Brooklyn.

Assim era o Soho até os anos 1980, antes que os preços dos alugueis em Manhattan ficasse bipolar. Então, parte do mundo da moda e das artes, pegou o metrô e começou a aportar nessa parte, antes, imigrante e pobre.
Que tal umas comprinhas? O local é infestado de grifes alternativas e até antiquários. Todos expulsos dos altos alugueis do outro lado do rio.
Bata perna à vontade até elas ficarem cansadas. Então, será a hora de voltar ao East River Park para relaxar e ver o sol morrer...


E depois que o sol morrer é hora de ir embora, certo?

Absolutly not, meu caro. Porque aí começa a noite em Williamsburg. Tudo bem, que a noite ali é mais voltada para a garotada. Se você já passou dos trinta, nunca colocaria um piercing, não se tatuou, nunca usou um naguirlé, pensa que o LSD está morto, nunca ouviu Yeah-Yeah-Yeahs ou Drive-by-truckers ou Afghan Whigs ou Kasabian ou Elbows ou Valerie June, curta um pouco o ambiente animado e descolado  do lugar (sacolas da GAP ou Zara realmente não são bem vistas ali) e saia de fininho, com certa dignidade. Mas fique pelo menos para o jantar.

O problema é que a exploração imobiliária já atingiu Williamsburg como uma tsunami e os preços dos imóveis têm ficado sem-noção por lá. E parte dos moradores alternativos e cool estão se mudando para outras partes do Brooklyn, como Cobbe Hill, mais ao sul, por exemplo.
Mas isso é assunto para outro post.
Em resumo: boa Big Apple Barbecue Block Party e bom Smorgasburg pra você!

Marcadores:

domingo, maio 18, 2014

Para o tédio em Floripa com tempo ruim, São Francisco do Sul!


De repente, você está em Florianópolis e uma frente fria antipática chega, fechando o tempo e derrubando a temperatura. O que fazer?

O mestre Ricardo Freire, do Viaje na Viagem, já deu algumas soluções aqui.


E aí eu pesei  que a cidade de São Francisco do Sul poderia ser mais uma opção para que o tédio não lhe seja fatal.


Vamos lá! Como os fatos mais marcantes nos primórdios do Brasil, ocorreram nas regiões sudeste e nordeste,  causa surpresa que a terceira cidade mais antiga do país (1504) esteja localizada em Santa Catarina.


Na verdade, São Francisco do Sul é diferente de tudo que se encontra no litoral catarinense. Pelo menos, o seu centro histórico, onde mais de cem prédios históricos, espalam-se por poucos quarteirões,  ao longo da orla. A maioria ainda preserva o colorido e as características da arquitetura influenciada pela colonização açoriana.


Entre as construções do Centro Histórico, duas se destacam. A primeira é a Igreja de Nossa Senhora da Graça (1699). Imponente e bem conservada, merece uma visita.
O Museu do Mar (na rua Manoel Lourenço de Andrade, 133, Centro), criado principalmente para contar a relação do homem com os oceanos, além de dar uma geral na história da navegação, me pareceu original (pelo menos, não conheço outro no Brasil) e interessante. É pequeno e tem como estrela máxima, o Paraty, barco  utilizado pelo  navegador Amyr Klink para atravessar o Oceano Atlântico a remo em  1984 e que gerou o livro Cem Dias Entre o Céu e o Mar.
O horário de funcionamento do Museu Nacional do Mar é de terça à domingo, das 9h às 18h e sábados e domingos, das 10h às 18h. O ingresso era de R$ 5 (na semana santa de 2014). Idosos e estudantes pagam meia.

Mais informações aqui.

Para mim, o grande barato de se fazer um passeio até São Chico – como a cidade é carinhosamente chamada -, é o fato de ser a cidade histórica catarinense que mantém suas características originais. E é diferente de tudo que você pode encontrar naquelas terras.







Além do mais, quem for encarar a cidade como apenas uma alternativa de passeio, deve levar apenas uma tarde para sarandar pelo Centro Histórico. E isso é ótimo! Porque acaba sendo o único passeio que se pode fazer a partir de Floripa, no qual dá para realmente relaxar em um lugar tranquilo. 
Não há estresse que resista a um final de tarde em um banco de praça.

Agora, um detalhe importante: embora eu tenha conhecido São Francisco do Sul em plena semana santa, estava muito relaxante. Mas tenho certeza de que na alta temporada (dezembro a fevereiero), essa tranquilidade seja abalada. Mesmo por que, a cidade está na rota dos cruzeiros.
Para quem quiser pernoitar, há as opções de lindas praias nos municípios vizinhos, sobretudo em Ubatuba. Quem for ficar por lá, também pode experimentar passeios de barcos que saem da região do porto em direção à Baía da Babitonga, além de conhecer o Forte Marechal Luiz (1909).


FAQ: O passeio até São Francisco do Sul é ideal quando...
1.        Você e Floripa já são íntimos, o tempo fechou e você já fez todos os programas sugeridos pelo Ricardo;
2.       Você está a fim de um programa diferente;
3.       Você está em alguma praia no litoral norte de Santa Catarina e está entediado;
4.       Você concluiu cedo o passeio a Blumenau/Brusque e ainda tem tempo para uma esticada até lá;
5.       Você vai fazer o trajeto Curitiba-Florianópolis e vice-versa e quer um programa diferente; e

6.       Você está disposto a explorar tudo o que Santa Catarina pode lhe oferecer.


Como eu chego lá?
1.       Vindo pela BR-101, pega-se a BR-280, na altura de Joinville. E é só seguir direto. Distâncias: Joinville, 40 Km; Florianópolis, 190 Km;  Balneário de Camboriú, 180 Km; Curitiba, 180 Km;
2.       Para quem está na capital catarinense, a visita só é viável de carro. De ônibus, só com pernoite. A viação Catarinense leva você até Joinville. Depois, é só encarar outro busão da Catarinense mesmo ou da VerdesMares;
3.       Barganhe com o taxista que presta serviço em seu hotel uma corrida até lá.

Cabe um bate-e-volta de busão?


·         Não! Definitivamente não vale a pena. Fica muito cansativo, são cerca de três horas só até Joinville. Não há ônibus, partindo de Floripa, para São Francisco do Sul e a Verdes Mares, empresa que liga Joinville a São Chico, tem horários desanimadores, os ônibus são velhos e não são confiáveis.



Onde ficar?

As opções não são muitas, pelos menos nos arredores do Centro Histórico.
Dê uma olhada aqui.

Onde comer?

·         Taí um ponto fraco na cidade. Sugiro que quem for de carro, almoce na estrada ou em Joinville. Parece que em São Chico, a opção mais conhecida é o Portela, restaurante simples na Rua Babitonga, 84, Centro. Fica bem no píer, em frente a Baía.

Para resumir:
Há praias maravilhosas em Florianópolis, mas as opções são poucas para quando São Pedro estiver de mau humor. Faltam bons museus, centros culturais e lugares históricos interessantes e bem preservados.

E é que aí que São Francisco do Sul entra como uma opção.

Marcadores: ,