O dia em que amei Dolores
















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Totalmente disparado no mundo.
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No número 1805 do Geary Blv, esquina com Filmore St, ainda está o Filmore Auditorium. Templo do rock na fase psicodélica, o Fil era de propriedade do surtado Bill Graham, que na verdade, chegou a fechar o local e o reabriu no início da South Van Ess, não muito distante deste. Mas, para minha surpresa, em 1994, o lugar foi reaberto e continua operante até hoje, fornecendo rock de boa qualidade para a garotada.
O Filmore era o club da hora na San Francisco de meados dos anos sessenta. Foi lá que muita gente boa começou a se profissionalizar na música. Janis Joplin, Jefferson Airplane e Carlos Santana, só para citar alguns. Era lá que os tarjas-pretas do Grateful Dead chegavam a promover seus concertos de oito ou nove horas de duração - como as raves de hoje em dia - e que ser viam de trilha sonora para as viagens da platéia ligérgica. É, sem dúvidas, um templo.
O Winterland, que foi palco de shows memoráveis, como o de despedida da The Band, em 30/12/76, que originou o disco e documetário The Last Waltz, hoje virou esse condomínio classe média, bem brega.
Em conpensação, o San Francisco Arena, onde Peter Frampton gravou, em janeiro de 1976, seu milionário Frampton Comes Alive, ainda sobrevive.
Outra guerreira é a Livraria City Lights, no 261 da Columbus, bem no Financial District. Inaugurada em 1953 por dois amigos beatkins, Lawrence Ferlinghetti e Peter Martin, virou templo daquela geração pré-hippie. E dá uma tremenda sensação entrar e passear pelas mesmas estantes, onde gente como Kerouac e Alan Ginsberg andou futucando. Movimento Beat? Não tem a menor idéia do que estou falando? Mergulhe aqui.
Já a Six Galery, onde Ginsberg leu, em 1958, o seu lendário poema Uivo, no comecinho da Filmore, já não existe mais. No local hoje, está um bar moderninho.
Sei que as duas não têm muito a ver com o rock, já que os beatkins detestavam rock. Mas têm muito a ver com o espírito de San Francisco.
E como falar em Frisco, sem mencionar a esquina mais famosa dos anos 60? Haight e Ashbury eram duas ruas cheias de casarões em estilo vitoriano, velhos e até mesmo abandonados. E foi para lá que toda uma juventude (foto acima) de classe méida, que acreditava na possibilidade de se criar uma forma de vida alternativa, rumou, pois os aluguéis eram muito baratos.
Os casarões em estilo vitoriano ainda predominam na área, mas não estão mais acabados e, muito menos, abandonados. Seus ocupantes são pessoas da classe média alta e comerciantes que investem no mercado alternativo, da comida ás roupas. Havia muito mais casas deste tipo. A maioria foi destruída pelo terremoto de 1906, que levou mais de 3 mil vidas na cidade e também pela reforma sofrida na área, na virada da década de 60 para 70, quando o fim do sonho da era Paz & Amor, havia transformado o local num antro de violência e criminalidade.
O estilo original de vida, que sempre foi uma marca registrada da cidade, pode ser visto aqui...
...ali...
...e acolá (a foto acima é de uma inscrição na porta de um sanitário da área).
Mas dos anos 60, só mesmo essa Janis solitária, neste cartaz, na vitrine de uma loja. Aliás, Janis foi moradora da comunidade de Haight-Ashbury, no início da carreira, antes de incorporar Pearl. O quê? Não sabe quem foi Janis Joplin? Pearl? Não sabe do que eu estou falando? Então, você precisa ler Ela não fazia ioga.
No fim da Haight Street, fica o maior símbolo dos loucos anos 60, na cidade. O belíssimo Golden Gate Park, palco de grandes eventos psicodélicos, envolvendo música, religião oriental, teatro, poesia e drogas...
...aquilo que os hippies chamavam de happening.
Hoje, o Golden Gate Park é um local bucólico e tranqüilo. A maior área verde de uma cidade cheia de áreas verdes.
Em junho de 1967, durante o chamado Verão do Amor, quando San Francisco recebeu milhares de jovens de todas as partes do mundo, interessados em construir uma nova sociedade, o Golden foi palco de acontecimentos difíceis de serem esquecidos. Verão do Amor? Nunca ouviu falar disso? Mergulhe aqui.
Ao caminhar por esse parque você tem a impressão de estar num parque como outro qualquer, mas lá no fundo, beeeeeeem lá no fundo, você sente uma espécie de magia, um sentimento muito bonito de paz, que nos faz um bem enorme. Menor do que o Hyde Park, em Londres; muito menos famoso do que o Central Park e sem a exuberancia do Jardins du Tuillerie, em Paris, o Golden Gate Park é mais acolhedor do que eles todos juntos. (É altamente recomendável que se clique nas fotos para ampliá-las para que se tenha uma real dimensão da beleza do lugar)
...medei.
Cruz credo! Fui! Volto em qualquer edição extraordinária.
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