quarta-feira, junho 03, 2009

Resumindo San Francisco, antes que eu chore

Quando você estiver lendo este post, provavelmente eu já estarei de volta a Nova Iorque.
Desculpe-me se estou sendo um pouco bobo, mas é que San Francisco tem me fascinado tanto, que não posso deixar falar mais sobre essa cidade que ultrapassou todas as minhas expectativas.
Alcatraz, o famoso presídio, por onde passou Al Capone, hoje, é visitado por milhares de turistas por ano. Há empresas ofrecendo passeios noturnos, que são altamente recomendável, devido a bela vista da cidade. Como alguns presos morreram ali, há gente que jura que viu fantasmas.
As construções em estilo vitoriano estão por toda a parte. O curioso é que, geralmente, uma difere da outra. É como se cada proprietário quisesse dar um toque pessoal. Very Frisco!

É na região de Haight-Ashbury que essas construções são mais abundantes. Nos áureos tempos, anos 60, as escadas dessas casas, funcionavam como prefeituras, onde os jovens moradores fazim reuniões, entre um baseado e outro, para decidir melhorias na região.

Aliás, a arquitetura é um dos grandes charmes da cidade.

O novo respeitando o antigo - uma constante nos grandes centros de países desenvolvidos - é visto aqui, mesmo no coração do agitado centro financeiro, onde estão as construções mais novas e de mais altas. O prédio em formato de triângulo é o Transamerica Pyramide, o edifício mais alto e um dos símbolos da cidade.

O que impressiona também em Frisco, é a variedade arquitetônica.

Grace Cathedral, no bairro de Nob Hill tem até ares franceses. Levou 36 anos para ser construída, o que aconteceu em 1964. Vale a pena ser visitada, pois há várias obras de arte em seu interior.O prédio acima, no 140 da charmosa Maiden Lane, pertence a uma galeria de arte e foi projetado nada mais nada menos por Frank Lloyd Wright, o maior um dos maiores arquitetos de todos os tempos.
A foto a cima, é de uma pracinha bem no centro financeiro da cidade, ou seja, no centrão. Choca pela limpeza e conservação.

O mesmo se vê na Universidade de Berkley ou Universidade da Califórnia, que fica há uns quarenta minutos do Centro de San Francisco.

Berkley foi a univercidade que mais se engajou na luta contra o governo e a guerra do Vietnã. Hoje, é conceituadíssima, principalmente no campo da informática e onde estudam vários brasileiros. Tem um dos ensinos mais modernos do país e uma das poucas que conseguem manter o prestígio, já que o ensino nos EUA tem descido ladeira abaixo, em termos de qualidade.


Simpática lojinha na rua principal de Sausalito, no outro lado da Golden Gate Bridge. Cidadezinha agradável, tipo Buzios para os cariocas ou Ilha Bela, para os paulistas. Como se não bastassem as suas belezas, os arredores de Friscos também têm pérolas que não podem deixar de ser visitadas, como a região dos vinhedos, Monterrey e Carmel.

As bandeiras do arco-íris denunciam logo: Estamos em Castro Street. Quem assistiu o filme Milk - A voz da igualdade, sobre o qual já falei aqui e que deu - merecidamente - o Oscar de melhor ator a Sean Penn, se lembra da incrível história deste bairro, que ainda é o centro da vida gay na cidade. Mas atualmente Castro quer fugir do esteriótipo de gueto e seus restaurantes querem atrair os turistas heteros. E confirmei que o local é uma boa opção para se comer alguma coisa (no sentido degustativo, é claro). Isso se você deixar o preconceito no hotel e não se importar em ver casais de rapazes ou de moças caminhando de mãos dadas no meio da rua e se cumprimentando, um tanto...alegremente. E nem com as muitas sex shops da região, cujas vitrines, por sinal, achei engraçadíssimas.

Nem é preciso dizer que estamos em Chinatown. Praticamente todas as importantes cidades norte-americanas têm a sua Chinatown, mas - não tenho muita certeza - a de Frisco é a maior.

E, com certeza, deve ser a mais bonita. Essa rua que estamos vendo, à esquerda - não a ladeira(aliás ô cidadezinha para ter ladeiras) -, foi a primeira a surgir na cidade, a Grant avenue. Essa região é uma das mais antigas e durante a ocupação mexicana na Califórnia, era um lugar a ser evitado, por ser um antro de prostituição e roubos. Hoje, pode-se ir á noite, sem problemas.
Como é comum em qualquer lugar habitado por orientais, há centenas de lojas vendendo toda sorte de bugingangas. Bom lugar para se comprar souvenirs.

Seguindo a Grant, você sai da tradição de Chinatown e cai na moderníssima Union Square. Excelente lugar para descansar suas pernas cansadas de subir e descer tantas ladeiras. Tome um café ou um suco, sei lá! Mas fique parado ali, nem que seja por uns vinte minutos e observe a vida correr na cidade. Em Union Sq., Frisco ganha ares novaiorquinos. Ali, a cidade mostra seu outro lado, o lado mais moderno, hype, sofisticado, cool ou outra coisa que você queira chamar, para definir "diferente de tudo que você viu até então".

Um aviso às mulheres consumistas que vão à Frisco: preparem-se para orgasmos duplos na Union Sq., já que nos seus arredores estão, entre outros, Chanel, Chloé, Armani, Celine, Gucci, Polo Ralph Laurent, Coach, Hermés, Fendi e, para os menos abonados, a Macy´s, entre outras marcas famosas.

Um aviso aos maridos das mulheres consumistas que vão à Frisco: fujam da Union Square!

Bem, é isso aí. Eu costumo dizer que cidade boa é aquela que nos faz sentir um nó no coração na hora da partida.
Pois essa foi a minha última foto, antes de passar no hotel, pegar minhas coisas e ir para o aeroporto. Já havia acontecido antes em Londres e Lisboa. Pela minha cara, dá pra ver. Nunca consegui fingir muito bem.







Gostaria de compartilhar com vocês a última cena que guardo desta cidade fantástica. Com direito a trilha sonora do vento brabo - O lugar pra ventar! Logo estarei de volta a uma cidade realidade, digo, Nova iorque.
*A partir de agora vou falar de cada cidade que eu visitar, de acordo com alguns quesitos, para quem quiser visitá-las poderem se basear. Vamos lá!
Transporte - É o ponto fraco de San Francisco. O metrô serve a apenas uma parcela pequena da cidade. Os ônibus e bondes são lentos. O trânsito flui bem. Os táxis não são caros e os motoristas são muito simpáticos. Em uma ocasião, peguei um gaucho, chamado Rogério. Muito gente boa.

Belezas naturais - Muitas. Parques, praia e a costa. Visite também os arredores.

Curto de vida, preços - É uma cidade cara. Não tanto como Nova Iorque, mas chega perto.

Compras - Muita coisa pra comprar, mas evite, se você for visitar outra cidade, como Nova Iorque, por exemplo, por causa da taxa, que aqui é de quase 10%. Em Nova Iorque, ela fica um pouco acima dos 8%. Só compre o que não der mesmo para adiar.

Receptividade - O povo aqui é o mais simpático que encontrei nos EUA até hoje. Muito receptivos, adoram conhecer gente nova, sorridentes e chegados a um papo. Nunca vi tanta gente sorrindo na minha vida. A impressão que se tem é que todos são bem resolvidos e felizes.

Segurança - Não se vê muito policiamento. Tem muita gente maluca perambulando pelas ruas, mas são malucos gente boa. A criminalidade é alta, mas não se sente um clima ameaçador. Mas é bom não vacilar.

Vida noturna - Meio fraca, em comparação com outros grandes centros como Londres, Buenos Aires, Nova Iorque, etc. Há boates e bons bares e restaurantes, mas não espere muito. Parece que o pessoal aqui gosta de dormir cedo.

Clima - Psicodélico. Faz frio até no verão e pode fazer calor no outono.

Para mim, micos que você deve evitar em Frisco:

Atravessar de bike a Golden Gate - vocês sabem que sou apaixonado por bike, mas é roubada atravessar a ponte mais linda do mundo tão rápido. Mesmo por que, o local vai estar tão cheio de turistas, que você não pedalará e, sim, desviará.
Embarcadero - O pequeno porto, no Centro, é cheio de lugares caros, músicos-engana-turistas e lojas de bugingangas. Só vá mesmo, se não tiver nada para fazer.

Nota de 0 a 10 - 9. Obrigatória.

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