Parabéns pra você...
...que estava no planeta terra em 1987 e gosta de boa música. Pois foi naquele ano que nossos ouvidos e nossos espíritos foram salvos por um cd que veio lembrar aos roqueiros que nem tudo estava perdido e que um som de qualidade ainda era possível.
Olhando para trás, há vinte anos, você ligava o rádio e ouvia coisas como Def Lepard, Madonna (em sua pior fase, perguntando Who´s that girl?), Whitney Houston, Cindy Lauper, Duran Duran, Boy George, Inxs, Poison, George Michael, uma Tina Turner já cansada...argh! Tá certo que havia o pessoal do rap para nos Aqui, a fase de ouro do BRock dava seus últimos supiros e, salvo algumas exceções, não produzia muita coisa interessante.
Pois eis que de repente esses quatro irlandeses, há três anos sem lançar um trabalho, reaparecem para salvar a humanidade roqueira do tédio com um disco irretocável, aclamado mundialmente pelos críticos e pelos fãs. Joshua Tree, nome de uma árvore nativa do deserto de Monjave, no interior da Califórnia, é uma obra-prima. Talvez o melhor do U2. Aliás, acho que esse disco não poderia ter outro nome. As faixas tocam no que temos de mais cru, deserto e isolado em nosso interior. Ao contrário dos discos da época que eram feitos para serem ouvidos na praia ou enquanto se lavava o carro, num domingo de manhã, o Joshua pedia quietude e reflexão. As letras obrigava você deixar tudo o que estava fazendo. Em toda décade de 80, poucos discos mereceram ser levados tão a sério.
Joshua Tree fez a nossa ficha cair e percebemos que o rock ainda tinha salvação no CTI. Aliás, na calada das noites californianas, gente como Smashing Pumpkins, Red, Hot Chilly Peppers e Jane´s Adiction, já estavam preparando o antídoto que levaria o rockn´roll para o quarto particular.
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