sábado, janeiro 28, 2006

A Carranca da Mangueira vai passar


O samba já foi proibido. Os sambistas cariocas tinham que ficar andando de trem ou se esconder em centro espíritas para tocar, já que a polícia não sabia diferenciar os toques dos atabaques, do batuque. Depois, com o aumento da violência, a polícia deixou os sambistas em paz, pois tinha mais o que fazer. Mesmo assim, até os anos 70, o samba foi liberado, mas não aceito. Ainda era coisa de negro do morro e a classe média achava que não era de chique ir aos ensaios. Quem começou a detonar esta mentalidade, foi a galera universitária do movimento estudantil, nos anos 60, jovens de classe média da zona sul, que desafiavam os pais e iam se requebrar nas quadras ou no Zicartola, o antológico bar do compositor de As Rosas Não Falam e sua mulher.
Nesta madrugada, a quadra da Mangueira estava cheia. Oitenta por cento dos freqüentadores eram da classe média. Havia também alguns famosos e muitos turistas. Todos - OU QUASE TODOS - pagando R$ 30 para enfrentar superlotação, falta de estacionamento, cerveja cara, esbarrões, gente bêbada e banheiros sujos. Tudo pelo amor à escola mais querida da cidade. Mas havia compensações: a animação que você só encontra na estação primeira, muita gente bonita e samba da melhor qualidade. Por falar nisso, o samba-enredo deste ano está muito melhor do que o do ano passado.
Você não ainda não conhece o samba da mangueira? Pois, antes de se sentir excluído, dê uma olhada na excelente matéria de Monique Cardoso no Caderno B de hoje e veja que você não está sozinho. Parece que depois da polícia e do preconceito, os sambas-enredo têm um novo desafio a vencer: o desinteresse. Muitas são as razões apontadas por experts como o compositor Nei Lopes, mas solução a curto prazo ninguém oferece. Que pena!
Mas eu faço a minha parte, divulgando o samba da verde e rosa pra você já ir tomando intimidade.
Das Águas do Velho Chico, Nasce um Rio de Esperança
De: Henrique Gomes, Gilson Bernini e Cosminho

Vou navegar...
Com a minha Estação Primeira
Nas águas da "integração" chegou Mangueira
Opará... rio-mar, o nativo batizou
Quem chamou de São Francisco foi o Navegador
Na serra ele nasce pequenino
Ilumina o destino, vai cumprir sua missão
Se expande pra mostrar sua grandeza
"Gigante pela própria natureza"
******
A carranca da Mangueira vai passar
Minha Bandeira tem que respeitar
Ninguém desbanca minha embarcação (Bis)
Porque o samba é minha oração
*******
Beleza... O bailar da piracema
Cachoeiras um poema à preservação
Lendas ilustrando a história
Memórias do Vaente Lampião
Mercado flutuante, um constante vai-e-vem
Violeiro, sanfoneiro, que saudade do meu bem
o sabor desse tempero, eu quero provar
Graças à irrigação, o chão virou pomar
E tem fruta de priemira pra saborear
Um brinde à exportação, um vinho pra comemorar
O Velho Chico! É pra se orlgulhar
*******
O sertanejo sonhou
Banhou de fé o coração
E trasbordou em Verde e Rosa (Bis)
A Esperança do Sertão
Mais Mercearia São Pedro...
O escritor Joca Terron muito bem acompanhado por Tainá Müller e seus passos de dança. Para ver quem mais freqüenta este antro de gente interligente e interessante, mergulhe aqui.




"A vida não tem sentido sem o meu A Arte de Odiar"

Calma! Nem tudo está perdido.
A gráfica ficou de me entregar a terceira edição na segunda ou terça.
Não é preciso se desesperar.
Mas não jogue a corda fora. Para o caso de você perder mais esta edição.

7 Comments:

Blogger Alba Regina said...

JC, vou dizer: não gosto de carnaval. mas gosto dos desfiles das escolas de samba. fico assistindo até o sono me vencer. e, sou mangueira de coração. gosto das cores, do amor e respeito que as pessoas da comunidade tem por ela...isso sem citar cartola! lindo o samba e o refrão...tomara que ganhe! beijo. by the way... becky kablin se não me engano foi a primeira socialite a cair no samba...depois todo mundo começou a cair no samba né?

domingo, janeiro 29, 2006 5:27:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Avise-me mestre.
abraçao,
chico

segunda-feira, janeiro 30, 2006 8:50:00 AM  
Blogger Jôka P. said...

Já elegeram a rainha da bateria da Mangueira.
É linda, bunduda e gostosa.

Óbvio.

As vezes era melhor eu ficar calado...

Dãn!

:D

segunda-feira, janeiro 30, 2006 4:02:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Por estas e outras é que tornam o nosso país tão peculiar.
Quem nos entende??
Grande abraço!!

segunda-feira, janeiro 30, 2006 5:00:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Alba, já sou carnavalesco de rua. Gosto de ver o bloco na rua. Acho um saco desfile pela televisão. Mas isso é uma questão de temperamento. Fico chocado em ver como as escolas estão se tornando realmente uma coisa de show business.
bjs

Chico,
já te avisei
gd ab

Jôka,
gostosa e bunduda é condição sine quanon
gd ab

DO
tá mesmo difícil entender o Brasil
gd ab

segunda-feira, janeiro 30, 2006 10:43:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Oi, Julio, sou mangueira de coração desde menininha, desde que morava no interior de SP [onde nasci]...

Sabia todos os sambas na ponta da língua e ouvia os famosos "bolachões" [vinil] com minha mãe me acabando de sambar na sala de casa, risos...

Hoje, no entanto, acho todos os enredos fracos, com raras excessões. O da mangueira, não conhecia, ainda, vim conhecer aqui no bala. Achei fraco! Para mim, o melhor enredo da mangueira nos últimos tempos foi o do Chico Buarque... Bons tempos!!!

No mais, preciso criar vergonha na cara e aproveitar que estou morando no Rio para encarar um ensaio na quadra...

Grandes beijos e boa semana,

MM

terça-feira, janeiro 31, 2006 12:31:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Aliás, meu sonho é desfilar na mangueira, mas nunca me programo, nem sei como essas coisas funcionam... Se tiver alguma dica....

Beijos,

MM

terça-feira, janeiro 31, 2006 12:32:00 AM  

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