Paris, a cidade dos detalhes - Part. I






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Totalmente disparado no mundo.
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Eu seria um CDF nessas condições. Aliás, responda rápido: quais as chances de sobrevivência dessas simpáticas caderinhas na Quinta da Boa Vista ou Aterro do Flamengo, no Rio, ou no Ibiapuera, em Sampa?
E por falar em Sorbonne, a mundialmente conhecida universidade, palco de incendiárias rebiliões, em maio de 1968, fica num conjunto de prédios meio sem graça - para os padrões parisienses. Mas gostei desse bebedouro unto a uma das entradas laterais.
68? Nada mais lembra a Sorbonne de quarenta anos atrás, é claro. A coisa mais revolucionária que encontrei por lá foi essa versão do clássico de Shakespear, Muito Barulho Por Nada.
O segundo lugar mais incrível, para mim, em Paris foi a Place des Voges, um quadrilátero formado por casas com cerca de quatrocentos anos de idade. Bem próximo ao Centro, essa praça é um oasis de paz, beleza e silêncio, protegido por esse incrível conjunto arquitetônico, que só é possível de ser encontrado em uma cidade que sabe preservar o seu patrimônio. Vitor Hugo morou em uma dessas casas.
Escultura próxima ao Centro Georges Pompidou.
Ah, o primeiro lugar dos lugares fantásticos em Paris merece um post a parte.
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Afinal, estamos falando de Londres, a cidade onde a prefeitura coloca boias , para o caso de algum cidadão descuidado ir parar nas águas do lago Serpentine, no Hyde Park.
Onde cadeiras são postas em parques e jardins para os moradores aproveitarem o sol, que, ingratamente, não dá as caras.
Onde nos surpreendemos, ao andarmos pelo Hyde Park, com essa casinha que, pelo menos uma vez na vida, foi o sonho de muita gente.
Londres dos Pubs maravilhosos, como já comentei aqui.
Londres, onde a prefeitura coloca flores nos postes e estimula os moradores a colocá-las também em seus prédios.
Onde, generosamente, a cidade diz para onde o pedestre deve olhar ao atravessar.
Londres, da pompa.
Londres, da chuva (esta foto foi tirada de dentro daquelas famosas cabines telefônicas, enquanto eu me refugiava de um aguaceiro).
Londres, da arquitetura única.
Londres das centenas de parques e jardins. A cidade mais verde do mundo.
Londres, onde a funcionária arruma a mesa, na frente de uma padaria, para que os fregueses possam experimentar antes de comprar.
Londres, onde mesmo as pessoas simples do povo têm um compromisso imenso com o estilo - como falei no post anterior. Mesmo que nem sempre o resultado seja de bom gosto.
Londres, onde os sanitário públicos são mais limpos e conservados do que muitos banheiros de gente boa, onde tenho entrado. Este aí fica na praça St. John´s Wood.
Londres, dos monumentos. Esse São João Batista está no meio do bosque, abençoando a todos que forem visitar a Catedral de St. Paul, a que matou Diana. Sim, porque foi ali que ela se casou com Charles. Se ela não tivesse se casado poderia estar viva. Brincadeirinha!
Londres, que me deixou com essa cara de bunda na hora da partida. A lembrança de que essa cidade foi parcialmente destruída durante a segunda guerra, me faz não ter a menor dúvida ao dizer que é a metrópole mais incrível que já conheci. Já estou morrendo de saudades.
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Quant ficou milionária e saiu da Carnaby Street. Afinal foi a fama de muitos dos seus freqüentadores, que acabou acarretando a morte da rua, como local inovador e lançador de moda, já que pouco a pouco os grandes talentos da área foram todos recrutados pelas grandes marcas e os novos talentos foram procurando outras formas para mostrar os seus trabalhos.
Hoje, as grandes marcas dominam Carnaby, como a Diesel, que aparece na foto. Lojas que você encontra em outras cidades do mundo. Aliás, a Inglaterra tem se americanizado desde os anos 90 e perdeu um pouco aquele toque de originalidade que sempre foi a sua principal característica. Isso se refere da moda à música.
Mas Londres continua sendo uma cidade única e uma caminhada no Soho à noite, lhe mostra isso. Para isso, deve-se deixar o preconceito e o conservadorismo em casa. Senta-se em um bar com cadeiras na calçada e assiste-se o maior espetáculo gratuito da terra: a comovente necessidade dos londrinos em serem modernos e originais. E conseguem. Mas, naturalmente. Boa parte dos jovens ingleses decididamente não parece o tipo que abrem o armário e pegam a primeira roupa que aparece. Nem que seja para ir ao supermercado. A preocupação com o estilo é impressionante.
E aí é um festival de jeans apertadíssimos, botas em pernas compridas demais, gravatinhas, cintos estranhos, cortes de cabelos dos mais esquisitos, mocacins de exageradamente clássicos, bolsas de gosto duvidoso e etc. Mas quando eles relaxam e vestem o básico, conseguem mais modernos do que qualquer outro jovem no planeta.
Letreiros da Leiscester Square, a Times Square londrina.
A região de Candem já teve seus anos de fama na época em que Londres voltou a chamar a atenção, devido ao furacão punk fazia um barulho ensurdecedor na mídia, sedenta por novidades. Punk que era punk comprava suas roupas nas barraquinhas da feira de Candem.
O movimento punk se foi e as barraquinhas e as lojinhas continuam lá. Mas a decadência não dá para ignorar. Dizer que é uma rua da Alfândega, no Rio, ou uma 25 de março, em Sampa, é sacanagem, mas não fica tão longe.
Um amontoado de barracas e lojas feias que vendem coisas de gosto e qualidade duvidável, que poderiam agradar aos punks dos anos 70. Mas hoje em dia...
Aliás, alguém poderia avisar para alguns freqüentadores que o movimento punk já acabou há três décadas. Vi muitos punks na menopauza, punks com hemorróidas, punks com arterioesclerose. Não me surpreenderia se encontrasse um punk com andador.
Aí, você pergunta: Mas onde está a tão decantada criatividade, modernidade e originalidade inglesa? Está morta?
Não de todo. Quem quiser ver o que está se fazendo de mais novo em termos de arte (música, teatro, litratura, cinema, moda e etc) vai ter pegar o metrô e rumar para bem mais ao sul. Mais precisamente para ShoreDitch, um bairro de ruas pacatas, que até bem pouco tempo atrás era uma área desprezada, habitada na maioria por imigrantes pobres.Como aconteceu com o Soho novaiorquino, onde os aluguéis dispararam, nos anos 90, expusando os artistas iniciando para o outro lado da ponte do Brooklyn, aqui a vanguarda artística londrina veio dar aqui neste local próximo à City (o mercado financeiro), sem muita graça, mas que agora está ganhando um colorido novo, com a chegada de restaurantes bacaninhas, cafés charmosos, brechós criativos e lojinhas bonitinhas.
Não espere um novo Soho-anos 60 por aqui, mas dá pra sentir o clima iferente.
O lugar ainda não é muito freqüentado por turistas, mas os londrinos já aprenderam onde encontrar coisas originais e criativas. Principalmente na feirinha que rola no bairro nos finais de semana. O mais interessante é que o bairro ainda não cortou totalmente os laços com os seus antigos moradores imigrantes e você anda nas ruas e o que se ouve de música eletrônica indiana, paquistanesa, senegalesa, árabe ou tailandesa! Nos restaurantes, nos bares ou em barraquinhas, você encontra culinária de lugares, onde, por ignorância, você nem imaginava que ouvesse uma culinária sequer. Porra, você pensa que eles comem o que, no Paquistão? Comida francesa?
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