Inspiração
O que você faria se estivesse passando pela rua e visse um funcionário da telefônica trabalhando num poste? Provavelmente iria praguejar em silêncio, devido ao péssimo serviço oferecido pelas companhias telefônicas brasileiras.
Pois compositor de música country Jimmy Webb estava dirigindo por uma estrada que cortava uma região sonolenta do Arkansas, quando viu um funcionário da telefônica local. Foi para casa e compôs Wichita Lineman, um dos maiores clássicos da música americana dos anos 60, eternizada na voz do caipira Glen Campbell, numa gravação que marcou a minha infância.
Sempre achei que o dom artístico fosse mesmo algo especial. Não é apenas o dom de fazer coisas belas, mas sim a capacidade de transformar o banal em obras primas.
Por exemplo, bastou uma vontade de fazer pipi e o dramaturgo norte-americano Edward Albee escreveu um dos maiores clássicos do teatro mundial. Foi numa madrugada, lá pelos idos do início dos anos 60. Albee estava enchendo a cara num bar do Greenwich Village e resolveu tirar a água do joelho. Quando entrou no sanitário, viu uma curiosa frase que alguém havia talhado na porta de madeira: "Quem tem medo de Virgínia Wolf?"
Paul MacCartney ainda era um guri, quando, ao xeretar o pequeno cemitério que havia perto da sua escola, viu o túmulo de uma mulher, cujo o nome, de alguma maneira, chamou sua atenção: Eleonor Rigby. E mesmo sem conhecê-la, o jovem Paul jurou que faria uma música sobre a desconhecida.
O mundo artistico está cheio de histórias como essas. Mas acho que não precisamos ser propriamente do meio artístico para saber aproveitar esses toques que a vida nos dá. Eles estão no dia-a-dia de qualquer um. É só estar atento. É só desenvolver a capacidade de extrair inspiração nas coisas banais. Não para fazer arte, mas para tornar nossa vida melhor. É o dom de não esperar que um grande acontecimento nos faça felizes. É o dom de arrancar felicidade através de pequenos toques dados pela vida na rotina do dia-a-dia.
Tudo bem, este post está meio assim...auto-ajuda. Mas é que hoje não tive inspiração para escrever nada melhor.
E pra quem quiser cantar...
Wichita Lineman
(Written by: Jimmy Webb)
(from the album 'Wichita Lineman')
I am a lineman for the county and I drive the main road
Searchin' in the sun for another overload
I hear you singing in the wires I can hear you through the whine
And the Wichita lineman is still on the line
I know I need a small vacation but it don't look like rain
And if it snows that stretch down south won't ever stand the strain
And I need you more than want you and I want you for all time
And the Wichita lineman is still on the line
And I need you more than want you and I want you for all time
And the Wichita lineman is still on the line
(Written by: Jimmy Webb)
(from the album 'Wichita Lineman')
I am a lineman for the county and I drive the main road
Searchin' in the sun for another overload
I hear you singing in the wires I can hear you through the whine
And the Wichita lineman is still on the line
I know I need a small vacation but it don't look like rain
And if it snows that stretch down south won't ever stand the strain
And I need you more than want you and I want you for all time
And the Wichita lineman is still on the line
And I need you more than want you and I want you for all time
And the Wichita lineman is still on the line
14 Comments:
Júlio. como diz meu professor de pintura, o processo criativo, começa no dia a dia...
Bom feriado
Abçs
Milton,
o seu professor está certíssimo.
gd ab e ot feriado
eu cou dizer nao tenho essa capacidade...acho que nao sou artista e nem tem talento
É verdade! Basta permanecermos atentos ao desenrolar da vida ao nosso lado para encontrarmos muita coisa aparentemente banal capaz de ser transformada em algo que nos dê prazer. Talvez numa obra de arte.
Abração.
Cilene, será?
bjs
Zeca,
tb acredito nisso
gd ab
Júlio, estranho porque o meu comentário está lá. Foi o primeiro do ame-o ou deixe-o. Aqui não tinha comentado ainda.
Talento quem tem, tem, e fazem de qualquer coisa aparentemente insignificante uma obra de arte.
Queria ser assim. Mas nasci com outros talentos não-artísticos. Mas Deus me compensou com duas meninas telentosas...
Bjos.
Acho que um bom escritor tem que estar sensível aos acontecimentos.
http://dudve.blogspot.com
http://cartasintimas.zip.net
Algumas pessoas não gostam,JULIO,mas confesso que me agrada muito ler coisas assim,ditas mundanas,heheheh...
Que outras "faltas de inspiração" ocorram por ai,hehehe
Otima semana
Abraços!
Julio, querido, gostei do post!!!! Tô contigo e não abro!!! Aliás, meu post de hoje é sobre algo banal [embora não seja uma obra prima, risos]....
Beijos e boa semana,
MM
Como assim sem inspiração? "Não se pode morrer no quinto ato!"(rs*)
Somos apenas coadjuvantes nesse palco e a sensibilidade supõe uma delicadeza que podemos chamar inspiração. Um tumulto na nossa consciência que não conseguimos dominar.
Alguma vez, por exemplo, escreveu algo e passado um tempo, questionou a si mesmo da capacidade de ter escrevido aquilo? Como se uma força alheia a sua vontade estivesse lhe dominando?
E lembrei de Cazuza: "E ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia"
Bom dia!! Beijus
" Uma Rosa É Uma Rosa É Uma Rosa"...simples assim. beijo JC!
Vera, vc até pode não concordar, mas a sua sensibilidade já é um talento.
bjs
Eudardo, não só os escritores, mas qualquer artista.
gd ab
DO,
então, tá.
gd ab
Mônica,
vou lá depois conferir.
bjin
Luma,
ás vezes falta munição...
bjus
Alba,
(?)
bjs
JC...tão simples q vc ficou na dúvida: " Uma Rosa É Uma Rosa É Uma Rosa". Simplicidade JC, simplicidade...às vezes procuramos tanto q não comprendemos o mais simples. nenhuma entrelinha. simples assim. sacou?! beijo!
Alba,
parece que entendi. A inspiração vem das coisas simples da vida? É isso?
bjs
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