domingo, abril 09, 2006

Excelente Investimento

Gostou? Esta foto veio daqui.

De boas intenções o inferno está cheio.
O ditado é velho, mas foi a primeira coisa em que pensei ao terminar de ler a matéria da jornalista Vera Araújo, no caderno Rio, do O Globo de hoje (09/04/2006) que tem como título: Um Novo Lar Para Os Órfãos do Tráfico.
O assunto em questão é o crescente interesse de casais europeus – sobretudo franceses e italianos – em crianças abandonadas por pais que se envolveram com o tráfico ou são viciados em drogas. Seria uma solução para os menores abandonados e, ao mesmo tempo, para a baixíssima taxa de natalidade em vários paises europeus. Certo? Pode ser. Mas eu me pergunto se, nesse país cheio de maucaratismo, essa medida não iria incentivar mulheres miseráveis a fazerem sexo de forma ainda mais inconseqüente, sabendo que seus possíveis filhos não ficariam mais abandonados? E de repente, quem sabe o seu rebento se faz na Europa e não volta para lhe dar uma vida melhor?
De fato, a iniciativa que envolve a Comissão Estadual Judiciária de Adoção e a Promotoria da Infância e da Juventude não deixa de ser interessante. E, pelo menos, eles estão fazendo alguma coisa para tentar resolver um problema que cresce em todo o Brasil. Mas peca por não levar em conta o lado negro da personalidade do povo brasileiro: se achar esperto. Além disso, isoladamente, não resolve o problema. Enquanto a ficha das autoridades não cai para uma realidade que requer medidas enérgicas, vou repetindo o meu mantra: FILHO É PRA QUEM PODE!
E aguardem o banner!

Entardecer no rio Guaiba, foto tirada do site Pampasonline

Na verdade, estive em POA para o casamento de uma prima. E em meio aos compromissos familiares, procurei um tempinho para curtir a cidade que não via há exatos 20 anos. E foi bom caminhar pelo Parque Farropilha; almoçar um costela com gnoqui no Bar do Naval, dentro do Mercado Público; dar um volta e meditar na praia de Ipanema (lá também tem uma); participar de uma feira hyppe no Museu de Artes Plásticas, no cais do porto; assistir o famoso pôr de sol no Gasômetro, à beira do Guaiba, onde, em clima de concerto de rock, os portalegrenses vão meditar, curtir um chimarrão, bater papo, namorar, apertar um e celebrar o belíssimo espetáculo do fim do dia, numa atmosfera só comparável ao que temos aqui no Arpoador; e à noite, ir comer (bem) no Marrocos, na Venâncio Flôres. O tempo até que ajudou, sol gostoso (de rachar para os gaúchos, bah! Mas tranqüilo para um carioca) e o tradicional friozinho com nevoeiro pela manhã. Infelizemtne só deu pra fazer isso. Não tive tempo de entrar em contato com a cena literária local, como eu pretendia, mas matei as saudades de outra cidade (este ano já matei saudades de Sampa e de Curitiba) que foi importante pra mim na minha juventude. Foi bom principalmente por constatar que, assim como as outras duas, POA ainda continua linda e cheia de charme.
* E eu sei que estou devendo a vocês fotos das últimas viagens, mas esperem um pouco mais até eu melhorar da falta de tempo, essa doença epidêmica que faz mais vítimas do que a gripe do frango, pelo mundo a fora.

20 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Não acho essa medida interessante, não. Acho que tem gente cada vez mais perdendo o bom senso, sabe? Acho um pecado olhar para essas crianças abandonadas por pais ignorantes, mas não acredito que a solução esteja em "vendê-las" para quem quer que seja. O que é preciso é preparar e conscientizar crianças e adolescentes (e não só!) da responsabilidade que é colocar outro ser no mundo. Filho da miséria é folgado, talvez por ter sido jogado no mundo. Está sempre achando que quem tem mais tem que dar alguma coisa pra ele. E não é assim. Os pais dele tinham que ter dado a ele noção de educação, respeito, civilidade, higiêne. Isso se aprende dentro de casa. No Brasil, se fizerem esse programa de adoção acontecerá o que vc falou, muito provavelmente. Ou as pessoas se apegam mais às regras de decência ou isso aqui vai virar terra de ninguém.
Os pais não precisam amar, mas educar é fundamental.
Beijos e boa semana.

domingo, abril 09, 2006 9:30:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Uau, Cláudia!! Que palpitaço! Mas eu gosto assim. O assunto é polêmico, típico deste blog. Mas eu achei o programa de adoção interessante se viesse acompanhado de outras medidas, como educação, leis mais duras para quem tem filho filho e o abandona, etc. Se toda mulher miserável que chegasse no hospital para ter mais um filho, os médicos providenciassem para que fosse o último, já seria alguma coisa.
bjs e ótima semana

segunda-feira, abril 10, 2006 5:16:00 AM  
Blogger Vera F. said...

Júlio não seja tão machista. Vc sempre coloca a culpa na mulher. Mulher não faz o filho sozinha. Se os homens tivessem consciência usavam camisinha ou faziam vasectomia. Porque só a mulher que tem que fazer a laqueadura? Sem contar que na grande maioria são elas que bem ou mal sustentam os filhos, os homens fazem e caem fora. Leia as estatísticas e vc vai ficar estarrecido com o número de mulheres que são as responsáveis pelo lar. Se os homens responsáveis por essas crianças se importassem com eles, o mundo seria melhor. Não sei se vc viu mas no documentário do MV Bill, qual foi a queixa dos falções: Não foram criados junto com os pais, só com mãe. Onde andam esses pais irresponsáveis???Provavelmente fazendo mais filhos.

Adoro o por-do-sol do Guaíba.
Boa semana.
Bjos.

segunda-feira, abril 10, 2006 2:16:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Vou pra lá no fim do mês.

segunda-feira, abril 10, 2006 3:31:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Vera,
o homem tem culpa tb, mas acho que uma mulher tem mais meios de impedir uma gravidez. A natureza masculina é a de "bobeou, pimba!", é a do impulso, instinto animal de ataque, se é que vc me entende. Sem querer iniciar uma guerra dos sexos aqui, não sei se vc já teve oportunidade de entrar em contato com comunidades carentes. O que ocorre é o seguinte, a mulher - veja bem, há exceções - vai beber algo numa birosca, o cara se aproxima, fala dos seus olhos lindos e pimba! Com um simples "não", ela poderia ter evitado. Elas não querem nem saber. Os homens abandonam. Sim, eu tb abandonaria uma mulher que não tomou precauções. Por que isso não acontece na classe média? As gatinhas da classe média fazem menos sexo? Não. Mas se cuidam. Vou contar uma história. Era uma vez, uma menina, que aos 17 anos já ia para o terceiro filho. Diante do juiz ela respondeu quando lhe perguntaram o motivo por ela continuar engravidando: "Eu ainda não encontrei o cara certo". E certamente ela deve estar procurando até hoje, com uma penca de filhos por aí. Vc vai me perdoar, mas uma mulher, que já nasce com o instinto materno, que abandona um filho à própria sorte, é muito mais culpada do que um homem que abandona esta mesma mulher.
Valeu pelo comentário, este post é polêmico mesmo. Pode mandar bala de volta.
bjs

segunda-feira, abril 10, 2006 3:44:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

É, Julio, infelizmente você tem razão... Sem falar que debaixo dos panos o tráfico de crianças pode aumentar... Putz, "o jeitinho brasileiro" está contaminado e ao avesso...

Beijos e boa semana,

MM

segunda-feira, abril 10, 2006 4:41:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Pecus,
POA é tudo de bom e não deixe de assitir o sol morrer atrás do Guaiba.
gd ab

Mônica,
esse é o meu grande medo
bjs

segunda-feira, abril 10, 2006 5:20:00 PM  
Blogger Caíla said...

Apoio a Vera cocmpletamente! Qto ao sul... estiveste muito bem acompanhado! Só não conheço a Venâncio Flores.. (seria Aires?) Beijos querido!

segunda-feira, abril 10, 2006 5:49:00 PM  
Blogger Jôka P. said...

Caramba, que polêmica !!!
Blog é bom por isso, né ?!
Um exercício bacana de democracia.

Aguardo as fotos e melhoras, tá !
Abç!

segunda-feira, abril 10, 2006 6:15:00 PM  
Blogger Barbara said...

Acho que mais louco é quem gosta de ler o que o atirador escreve. Bem, talvez eu precise de mais bromazepan depois dessa constatação.

segunda-feira, abril 10, 2006 6:16:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Ana, agora vc me pegou. eheheheh. Aqui no Rio tem uma rua chamada Venâncio Flores. Será que Áries? É paralela ao Parque Farropilha. Tem uma pastelaria chamada Estação Pastel e um bar temático sobre Lupcínio Rodrigues. Achei um barato! Estou querendo voltar no final do ano para lançar o meu livro aí. Quem sabe a gente não se conhece?
bjs e ot semana

segunda-feira, abril 10, 2006 6:21:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Jôka, com certeza. Ainda mais um blog chamado Bala Perdida.
gd ab

V.B.
você é um anjo!
bjs

segunda-feira, abril 10, 2006 6:23:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Concordo com seu slogan e ainda complemento de uma forma grosseira[infelizmente feia como a realidade dessas crianças e suas familias]."Filho é para quem pode,não para quem phode!"
Não conheço POA,mas sei de suas belezas e da cultura conservada por seu povo.
Linda semana,
beijossssssssssss

segunda-feira, abril 10, 2006 7:21:00 PM  
Blogger Vera F. said...

Júlio, continuo com a minha opinião. Só que as meninas da classe média engravidam sim, só que abortam, o que para mim é tão ruim quanto. E muitas vezes levadas pelo namorado ou pelos pais. E não é caso de estupro não, é com o namoradinho. Já vi muito disso!
Já que o homem é tão animal que não pode dizer não para uma mulher, porque ele não se previne? Quando vc diz que largaria uma menina que não se cuidou, vc está tirando o corpo fora como se vc não fosse o culpado tbm. Porque vc não se cuidou???Quando um não quer dois não brigam. Porque o homem tem o direito de ter instinto do ataque e pimba e a mulher tem que ser fria? Para o homem é facil dizer caio fora porque quem fica com a obrigação de cuidar do filho(querendo ou não) é a mulher. Me desculpa mas homem que transa só porque uma mulher deu bola...eu não ficaria! (homem tbm tem que selecionar). Engravidei quando quis das minhas filhas depois de 4 anos de casamento, nunca abortei. Mas tanto eu quando meu marido nos previníamos sempre. Mas nós dois tivemos acesso ao estudo, somos pessoas informadas e sabemos o que queremos para nós. Mas não é por isso que eu vou tripudir em cima dos que são totalmente desassistidos que não tiveram o privilégio que eu tive.
Bjos.

segunda-feira, abril 10, 2006 7:52:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Vera,
respeito a sua opinião, mas acho que você está com uma visão um tanto romântica das "mulheres dessassistidas". Há exceções sim. Mas se vc entrar em uma favela e tiver contato com com essas mulheres como eu tive, devido ao meu trabalho, vc verá que elas não estão nem aí. Educação? Elas sabem como se previnir. Mas não ligam. A prefeitura do Rio dá até palestras, distribui pílulas anti-concepcionais e operações para previnir gravidez. Conheço pessoas que trabalham nessa área e sentem-se como se pregassem num deserto. As jovens da classe média fazem aborto, sim. Mas, geralmente (há exceções) fazem uma vez só. Foi um acidente. E mesmo se tiverem filho, poderão sustentá-lo. Vc morou no Rio, mas acho que não tem noção do que acontece num baile funk, por exemplo. Vc acha que um rapaz bêbado ou drogado vai poder "selecionar", ao ver meninas com roupas sensuais e dançando de forma provocante? Um homem de classe média seleciona, sim. Mas vc acha que rola seleção num pagode ou num forró em uma favela, onde tudo começa? E entre a população de rua? Homens e mulheres morando juntos em buracos ou sob marquises? Um homem miserável e cheio de cachaça (a maioria vive 80% dos seus dias sob o efeito do álcool) vai olhar para uma mulher e vai dizer: "Essa não faz o meu tipo"? Os casos de gravidez na adolescência no Brasil é um escândalo! Se eu seria capaz de abandonar uma mulher adulta e com certa instrução, que não se previniu e aceitou a transar comigo desprotegido (e errado, porque deveria se precaver até de doença)? Seria e dormiria em paz. Aliás, é cada vez maior o número de mulheres que assumem a gravidez e criam seus filhos sozinhas, por opção.
Realmente, Vera, o assunto é bastante polêmico porque envolve principalmente a idéia romântica que o brasileiro geralmente tem em relação às classes mais pobres. Eu já perdi muito deste romantismo e acredito que em muitos casos, os desassistidos tem culpa pela sua situação. A começar porque são eles que votam em políticos que, ao invés de ajudá-los a conseguir sair de tal situação, lhes fornecem comida a R$ 1, por exempolo.
Desculpe-me se a aborreci. Mas o assunto é quente e sério. Eu não viverei o bastante para ver o circo pegar fogo, caso nada seja feito para conter a natalidade neste país. Mas os seus filhos certamente serão atingidos.
bjs

segunda-feira, abril 10, 2006 9:59:00 PM  
Blogger Milton T said...

Que Londres nada Júlio. esse seu passeio deixaria qualquer gringo com água na boca. Pelo visto se divertiu muito.Boa semana.
Abçs

segunda-feira, abril 10, 2006 11:11:00 PM  
Blogger Vera F. said...

Júlio essa discussão vai longe, e nem é minha intenção prolongá-la. Mas só para dizer eu não tenho uma visão romântica dos desassistidos. O que eu falei e que vc coloca a culpa na mulher e livra a cara do homem, dando justificativas machistas. Isso é que eu não concordo.
Morei 14 anos na Barra da Tijuca, realmente não conheci toda a realidade de uma favela. Mas tive empregadas que moravam lá(duas eram da rocinha) e vou te dizer elas tinham um filho só. A última, que morava em Jacarépaguá e ficou 4 anos comigo, era casada e não tinha nenhum( e nem estava muito interessada) e a incentivei a voltar a estudar porque vi que ela tinha capacidade. Quando vim daí ela já tinha terminado o primeiro grau e disse que pretendia continuar. E que iria procurar outro emprego, não queria ser mais doméstica. E conseguiu. Fiquei feliz!
Só existe uma maneira de resolver isso é a educação. Não basta obrigar as crianças a estudarem tem que dar condições das escolas funcionarem em horário integral, para que as criançãs fiquem protegidas enquanto os pais trabalham. Por que o Chile é muito mais desenvolvidos que nós? Porque lá as crianças ficam o dia inteiro na escola pública. Sei porque tenho uma amiga carioca que foi morar lá. Que inveja!
Não estou chateada não. Discussão é discussão desde que não passe para a agressão pessoal, acho válido.
Bjos.

terça-feira, abril 11, 2006 7:23:00 AM  
Blogger Lucinéia, para o íntimos said...

Oi, Julio. Vou chegando atrasada, mas trouxe meu colete a prova de balas.
Tu e a Vera Fróes falaram em culpa. A meu ver, a palavra mais apropriada é responsabilidade, e responsabilidade cabe tanto ao pai quanto à mãe, tanto moralmente falando quanto legalmente.
Júlio, a taxa da natalidade cai na mesma proporção que as condições econômicas da população aumentam. Se tu analisares o desenvolvimento demográfico europeu, por exemplo, vai ver que é assim que funciona.
Pra resolver esse problema, então, o negócio é exterminar com a miséria e não com quem está na miséria.
Abraço pra ti.

terça-feira, abril 11, 2006 9:18:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

To mesmo muito curioso em ver estas fotos,JULIO,hehehe. Grande abraço!

terça-feira, abril 11, 2006 1:17:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Milton,
bah, foi uma viagem tri legal, guri.
gd ab

Vera, eu tb já tive uma faixineira que só teve um filho. Existem as exceções. Realmente é um assunto que dá panos pra mangas. Mas nós dois já fizemos algo: discutimos. E o que se precisa é isso, uma discussão a nível nacional. Só assim vamos conseguir alguma coisa.
bj

Luciane,
a natalidade nas classes menos favorecidas no Brasil chega a ser imoral. É preciso fazer alguma coisa.
bj

DO,
vou tirar a semana santa para pôr ordem neste blog.
gd ab

terça-feira, abril 11, 2006 4:07:00 PM  

Postar um comentário

<< Home