quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O Futuro do Brasil É Ser Africano



Se você acha o título deste post exagerado, pense comigo. As classes A, B e C estão encolhendo, com uma flagrante queda na taxa de natalidade, enquanto as classes mais baixas continuam crescendo pelo motivo inverso. Responda rápido: tem chance de isso acabar bem? Entendeu agora por que nunca conseguimos zerar este quadro de miséria e pobreza que nos cerca desde que o Brasil é Brasil? Simplesmente nunca vai haver escolas o bastante. Nunca vai haver hospitais o bastante. Nem emprego, nem transporte, nem moradia, nem comida. Haverá sempre um défict qualquer a ser solucionado, porque casais de baixa renda estão indo para a cama rápida e irresponsavelmente e como não têm condições para manter suas crianças, os resultados são trágicos: centenas de abandonados vagando pelas ruas, ou engrossando as fileiras do crime ou, o que é pior, sendo jogados ainda bebês em lagoas. Parece que só o governo não quer ver que o nosso futuro não é dos melhores se nada for feito pra ontem.
Liberar o aborto? Ajudaria muito, mas não seria tudo. Esclarecer esses casais sobre medidas de prevenção? Bobagem, porque eles sabem o que tem de ser feito (será que algum adolescente ainda não foi apresentado a uma camisinha, que é distribuída gratuitamente em postos de saúde?). Eles não se cuidam porque são irresponsáveis. Se a classe média consegue se precaver, por que eles não o fazem?
Acredito que a solução passa obrigatoriamente pela criação de leis extremamente duras que equiparem o abandono de um menor a um crime equiparado ao do homicídio. Porque qualquer pessoa sensata vai concordar que se trata de algo hediondo ir para cama com qualquer um, engravidar e abandonar a pobre criança à própria sorte.
Mas não sou ingênuo o bastante para ignorar que tem muita gente interessada na continuidade desta tragédia. A igreja, tanto a Católica quanto a Evangélica, é uma delas. Afinal, quanto mais miseráveis será maior o seu rebanho. Políticos de décima categoria (a maioria), que conseguem nas classes baixas a maior parte de seus votos. O tráfico de drogas e alguns empresários estrangeiros também têm interesse no aumento desse exército de mão de obra desqualificada.
Então, se eles nada fazem, cabe a nós mudarmos essa situação, para que não deixemos como herança para nossos filhos e netos um país no nível de uma republiqueta africana hoje, onde a classe miserável engloliu até mesmo a classe média, que paga impostos, investe e trabalha para levar a nação para frente.
Proponho até um slogan: FILHO É PRA QUEM PODE!
E se você pensa que sou o único a dormir com essa preocupação, mergulhe aqui, neste ótimo artigo do Ricardo Kotscho, no No Mínimo.

20 Comments:

Blogger Jôka P. said...

Copacabana já é praticamente uma África.
É só olhar em volta.
Ratinho perde.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006 5:27:00 PM  
Blogger Taia said...

Querido, vc está certo.
Filho é para quem pode!
Eu po$$o, quero mas a natureza não está ajudando.
É ph*d@!
E triste ver o que acontece com essas pessoas, com esse e tantos governos...
Africa? talvez pior.
Podemos mudar tudo isso?
Espero que sim.

Setembro? Posso entrar na mala?
Traga fotos tá?!
Beijão!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006 5:33:00 PM  
Blogger Vera F. said...

Júlio, não acho que a coisa é tão simplista assim. Porque quem nasce miserável não tem direito a nada? O que falta é educação, se tivesse colégio para as crianças ficarem o dia inteiro, os pais poderiam trabalhar sossegados e não teriam traficantes comprando a infancia de muitas crianças. Quanto ao aborto, sou contra, mas não critico quem o faça, cada um sabe de si. E para quem tem dinheiro isso é mais corriqueiro do que vc pensa. As mulheres miseráveis é que para conseguir pílula nem sempre é fácil e não tem dinheiro para fazer aborto e vão enchendo o mundo de mais miseráveis. Claro que tem que ter planejamento familiar e depois de um certo n° de filhos laqueadura nas mulheres.
Se vc for ver a mulher que jogou a criança no lago não era miserável, ela quis se desfazer do bebê porque a filha não era do namorado dela. Essa merece morrer na cadeia!!!

Quanto ao Brando, adorava ele. Vi várias vezes o "Último Tango em Paris" e mesmo depois de gordo deu um show em "Dom Juan de Marco". Se era Bi ou não isso realmente não interessa. Mas esse lado mórbido dele é que choca.

Desculpa o memorando...rsrs. me empolguei.

Bjos.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006 6:34:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Júlio até para se conseguir um emprego as pessoas precisam morar no centro, isso entre os que possuem escolaridade e os outros pré requisitos.

Colocam end de amigos e mentem, se não não há a mínima chance.

Nem se fale quem não tem escolaridade.

O Haiti é aqui sim.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006 7:29:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Com certeza concordo o "Filho é pra quem pode". Oras! Já fui professora e sei o que é a escola tem que arcar com os marginalizados, sem educação, sem teto, sem condições dignas de vida... Assim, tínhamos que, ao invés de dar aulas, levar os alunos doentes ao posto de saúde mais próximo, fornecer cadernos, borracha, cola e tudo o mais, pois a família nada tinha a oferecer a eles, senão uma penca de irmãos e um futuro mais que incerto.
Filho é pra quem pode.
Pensarei mil vezes antes de ter um. Sei o quanto minha mãe sofreu pra me dar a faculdade!
Abraço!
PS: volte sempre ao Hopes, que ele espera gente como você!

quarta-feira, fevereiro 15, 2006 9:20:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Sem duvida vc tocou num ponto nevralgico,JULIO. Adorei a abordagem.Sem duvida é por ai. Grande abraço!!

quinta-feira, fevereiro 16, 2006 12:26:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Julio, concordo com você que a situação é mais que preocupante. Mas é de muito difícil equacionamento. O filho pra quem pode é muito mais amplo do que se pensa. Muito do que está se vendo é resultado da incuria, da desonestidade, da malversação dos bens públicos, da incapacidade e que mais sei eu. E esta enumeração acima não é atributo dos miseráveis. É sobretudo de uma classe média terrivelmente alienada que pode ter filhos mas não sabe educá-los com um mínimo elenco de valores. E são estes filhos que vão compor o universo dos que decidem, planejam, governam e legislam. O com ou sem recibo, a fraude no imposto de renda, a cópia de discos, o jeitinho, a propina para o guarda, e que mais sei eu não são práticas dos miseráveis. Os que praticam estas ações não consideradas desonestas, estranhamente se mostram indignados com o mensalão. Valores tornaram-se relativos. O valor absoluto não existe mais. Quem fabrica e possibilita a miséria não são os miseráveis. Concordo que deveria haver um melhor controle da natalidade mas esta é uma das milhares de providências embutidas no conceito educação que transcende à classe miserável. Me fica sobre isto a mesma sensação que tive quando trabalhei um tempo com meninos de rua: a rua passa ter um valor de única conquista. É só o que lhes resta. Como são os filhos para os que não deveriam tê-los. Além de conquista gratis são possibilidade de ganho (salário família e esmolas nos sinais). O problema é extremamente complexo e como tal exige uma solução que encare esta complexidade. Mas o simplismo de nossos legisladores, a incapacidade do executivo, a atuação pifia do judiciário estão longe de permitir encarar esta complexidade.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006 12:41:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Jôka, o Brasil todo está se africanizando. Infelizente. Vou aprender a bater tambor.
gd ab

Taia,
se vc pode, então torço por vc.
Vou trazer muitas fotos, com certeza.
bjs

Vera,
os miseráveis deveriam ter direito a tudo, menos ter filhos de forma irresponsável e abandoná-los depois como cães vira-latas. Educação? Eles desprezam a sua educação. A maioria quer continuar na rotina de cachaça em biroscas, sexo fácil, samba e o necessário para, no máximo comer e se vestir. Educação? A maioria não quer, não. Vc pode ensinar-lhes a falar problema, que eles vão continuar falando pobrema, por que eles cagam pra educação. Vc pode ajudá-los a sair da miséria pela manhã e á noite, estão fazendo mais filhos. Não adianta. Perdi as esperanças. E não se importe com o tamanho dos comentários, este espaço é pra isso mesmo.
bjs

Milton,
apesar disso, os pobres continuam botando filhos no mundo para que passem por todas essas privações
gd ab

Priscila,
realmente acho que ajudar os pobres no Brasil é como enxugar gelo. Quanto mais vc ajuda, mais eles exigem e mais tem o que fazer.
É claro que voltarei ao Hopes. Aguarde!
bjs

DO,
realmente é um tema polêmico. Afinal, não é a toa que este blog se chama Bala Perdida. Hahahahaha
gd ab

Anna,
há muito perdi as ilusões com os pobres. Não tenho mais aquela visão romântica de antes.Não vejo mais os miseráveis tão como coitadinhos. Quanto a falta de educação e a alienação da classe média e do jeitinho e da corrupção praticada por ela, eu nem vou comentar, pois não é assunto deste post e será de outro. Mas quanto ao controle de natalidade, ela tem que ser feita o quanto antes. Acho inusto você, por exemplo, que criou seus poucos filhos com sacrifício e agora corre o risco de ter um deles sendo morto por um marginalzinho que foi abandonado por uma mãe que, por sua vez, o abandonou porque não tinha como mantê-lo . Essas mulheres têm quatro, cinco filhos e muitas vezes, desconhecem até quem sejam os pais. Vc acha isso justo? As minhas palavras podem parecer duras. Mas não tenho mais a imagem romântica de antes, quando via os pobres sempre como os coitadinhos, os exlcuídos e nós da classe média, como os vilões que não lhes damos oportunidades. Vilões por quê? Nós pagamos impostos caríssimos, trabalhamos muito, nos sacrificamos para carregar este país nas costas e no final percebemos que este governo tira cada vez mais de nós em detrimento de uma gente que não move uma palha para melhorar a sua vida e vota naqueles que vão legislar contra nós. Pelo amor de Deus, não estou generalizando. Tem gente honesta e trabalhadora e responsável na classes menos favorecidas? Conheço vários. A distribuição de renda é injusta? Isso nem se discute. Mas ao invés de fazer algo pra mudar este sistema. Façam como os vizinhos argentinos, vão para as ruas, marchem até Brasília, tirem dos cargos aqueles que conhecemos bem. Mas não, eles ficam na cachacinha, no sambinha, no sexo e no roubo. Muitos preferem roubar e tirar de pessoas como nós. Quem nunca levou uma volta de uma faxineira? De um porteiro? De um bombeiro? Enfim, gente que, muitas vezes, foram gerados por pais irresponsáveis que não podia tê-los e foi pra cama sem tomar a´mínima precaução.
bjs

quinta-feira, fevereiro 16, 2006 10:19:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Acho que quando a pessoa não tem sonhos, vivi o agora e só pensa o que vai comer agora, não adianta dizer olha a comizina e toma a pílula. Bato na telca que a educação e a saúde são fundamentes para que a pessoa pnse duas vezes antes de ter um filho.
Escutei uma médica falando que muitas meninas cabam tendo filhor, para ter alguma coisa e para se tornarem mulheres.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006 11:37:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

É, isso tudo é muito complicado, mesmo.... Talvez o grande problema seja a ganancia!!!

Ótimo texto! Parabéns!!!

Bom fim de semana,

Beijos,

MM

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 3:11:00 AM  
Blogger Marcus said...

Júlio, esse é um assunto bem polêmico mesmo. Controle de Natalidade é uma questão bem delicada, é questão de educação, a coisa fica complicada.

Um abraço.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 7:44:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Eu acho que a América do Sul está sendo devolvida para os índios. E África aos negros. E a Ásia aos amarelos. O imperialismo não depende mais do controle do território.

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 12:20:00 PM  
Blogger Alexandre Bobeda said...

Julio, acho teu blog bacana. Já te adicionei no meu. Abraço!

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 2:37:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Muito bom,julio.
abs

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 5:07:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Edu,
o problema não é bem educação. Grande parte das classes excluídas desprezam a educação. Tem que ser tratamento de choque. Vc realmente acha que uma adolescente engravida para "ter algo" ou "se sentir mulher?"
gd ab

Mônica e Marcus,
o problema é falta de vergonha mesmo
gd ab e bj

Chico e Alexandre,
valeu mesmo
gd ab

Pecus,
é interessante esta sua colocação. Não havia pensado nisso.
valeu pela visita
gd ab

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 5:34:00 PM  
Blogger Caíla said...

excelente abordagem. Sóposso endossar o coro! Beijos

sexta-feira, fevereiro 17, 2006 9:51:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

É isso aí, Caíla,
daqui a pouco vou lá refletir
bjs

sábado, fevereiro 18, 2006 9:15:00 AM  
Blogger Alba Regina said...

concordo com vc jc. dizer sou contra assim é uma baboseira. é óbvio q nenhuma mulher vai preferir abortar a prevenir, mas nosso país é ignorante. mulheres tomam pílula depois das relações...enquanto as pessoas dizem sou contra pq é politicamente correto, tem uma mulher morrendo por causa de um aborto mal feito...aff. beijo.

quinta-feira, fevereiro 23, 2006 11:45:00 AM  
Blogger Unknown said...

Nazista de merda.

quarta-feira, junho 11, 2008 6:18:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Mostra a tua cara, cuzão!

quinta-feira, junho 12, 2008 3:49:00 PM  

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