quarta-feira, agosto 24, 2005

E TOME BALA

Puritanismo: O Insistente medo de que alguém, em algum lugar, possa ser feliz.
H.L.Mencken, Jornalista Americano, Sobre A Lei Seca.



“O homem virtuoso se contenta em sonhar com o que o homem perverso realmente faz.”
Platão



“A mentira é um poço sem fundo.”
Elizabeth Taylor diz isso em De Repente no Último Verão


“A infelicidade é tóxica”
Eu, num despertar mau humorado






Quer mais bala? Tome!!!


Dicas Literárias






Dennis Lehane já é conhecido dos amantes da literatura policial moderna. Nascido no subúrbio de Dorchester, Boston, este cidadão de 42 anos, fez grande sucesso no ano passado por aqui com Sobre Meninos e Lobos, que na mesma época chegou às telas, com Sean Penn, no papel principal. Este Gone, baby, gone, é anterior. Embora sem a contundeência do primeiro, Lehane consegue prender o leitor, principalmente a partir da metade do livro. Aliás, este é o seu principal defeito: o tamanho. Será alguma exigência das editoras americanas? Mas Gone...talvez conseguisse render muito mais com uma lipo que lhe tirasse umas cem páginas.
Assim como em Sobre Meninos...., este lançamento da Companhia das Letras, gira em torno do desaparecimento de uma criança. Só que neste caso, a menina Amanda MacCready não entra tem nenhuma participação na história a não ser a de desaparecida. Os protagonisatas são os detetives Patrick Kenzie e Ângela Gennaro, encarregados de investigar o desaparecimento. Ser humanos com seus medos, inseguranças e que cometem erros.
O que mais surpreende em Lehane é a construção do perfil psicológico dos personagens, a forma carinhosa em descrever a sua cidade natal e a caracterização dos tipos que habitam Boston, que chega a ser quase que poética. Em seguida, vai um trecho que é um exemplo de perfil psicológico bem definido. De qualquer forma, Vale a pena dar uma conferida nesse romance maduro e bem elaborado.


“A coisa funciona mais ou menos assim. Uma mulher inteligente, bonita e com amor-próprio entra num lugar como esse, e os homens põem os olhos naquilo que nunca tiveram e nunca poderão ter. Então eles são forçados a encarar as deficiências de caráter que os levaram a um lugar sórdido como aquele. Imediatamente, raiva, inveja e desgosto irrompem em seus cérebros atrofiados. E eles decidem fazer que a mulher pague – por sua beleza e, principalmente, por seu orgulho. Eles resolvem dar o troco, prendê-la contra o balcão, cuspir e vomitar nela.”


Mudando completamente de clima, O Assassino Em Mim, não se trata de um lançamento e sim, de um relançamento que é super bem-vindo. James Meyers Thompson (o senhor da foto acima), nascido em Oklahoma, não é bonzinho e nem carinhoso, muito menos poético. Seu universo é feito só de prostitutas, desajustados, bêbados, traficantes ou qualquer personagens do submundo. Estes são apenas perfumaria nos seus romances imorais, cínicos e violentos. Seus protagonistas, transitam pela superfície, através de golpes e de disfarces incríveis e estão dispostos a tudo para sobreviver na sociedade, como ciadãos aparentementecomuns.
Foi assim em Os Imorais, que virou filme de sucesso em 1990, com a inesquecível Angélica Huston. Foi assim em Os Implacáveis. E não é diferente neste relançamento da Ediouro, que fala sobre um psicopata. Mas não um psicopata comum. Ele é o xerife da cidade. E até cometer o seu erro, ele é visto como um cidadão modelo.
Todo narrado na primeira pessoa, O Assassino em mim, mergulha na mente doentia do xerife Corey e mostra de forma assustadora toda a engrenagem que dispara o sei desejo de ferir, enganar, iludir e matar. Chegamos até a nos perguntar como tanta crueldade pode ter saído da mente de um pacato senhor de idade, que faleceu em 1977. Abaixo, dois trechos do livro que mostram a preciosidade com que Thompson descreve a personalidade do monstruoso xerife Corey.
“Por ele o papo terminava aí, mas eu tinha outros planos. Apoiei o cotovelo no balcão, cruzei um pé por trás do outro e dei uma longa tragada em meu charuto. Gostava do sujeito – tanto quanto a maioria das pessoas, é verdade -, mas ele era bom demais para eu deixar passar. Educado, inteligente: caras como aquele são o meu prato preferido.”
Ou
“O sorriso em seu rosto ia ficando forçado. Podia ouvir os sapatos dele rangerem,enquanto se contorcia. Se existe uma coisa pior do que um chato, é um chato piegas. Mas, como enxotar um cara tão legal e tão amigo, que lhe daria a camisa se você pedisse?”
** Eu ainda corro perigo. Minha impressora, meu teclado, minha torre e meu monitor estão realmente tramando algo contra mim. Enquanto enquadro estes elementos por formação de quadrilha e faço um upgrade, o Bala vai ficar uns dois dias desatualizado.
Mas não por falta de munição.
Até o próximo post

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Porra, que perseguição do cacete!!
E como faço pra ler esse teu livro??
...
Abração!

quinta-feira, agosto 25, 2005 10:12:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Uma curiosidade minha: este seu romance policial, A ARTE DE ODIAR, tem várias histórias entrelaçadas ou apenas um protagonista que vive todas?

Abraço.

sexta-feira, agosto 26, 2005 9:01:00 PM  

Postar um comentário

<< Home