Como era gostoso o meu francês ou Qual deve ser o limite da nostalgia?
Já ia passando batido.
Assisti o último filme do Woody Allen há uns três meses e vergonhosamente não expus minhas impressões aqui. Digo vergonhosamente, não só porque sou fã do veterano diretor nova-iorquino, mas também porque Meia Noite em Paris é seu melhor trabalho.
Havia muita badalação em torno do filme e já cheguei no cinema sabendo que assistiria a um filme de autor. Por isso, não quis esperar muito. Mas vi minhas expectativas serem superadas.
Segundo o próprio Allen, Paris é sua cidade preferida, depois de sua Nova Iorque natal. E ele gostaria de ter vivido na capital francesa nos tresloucados anos 20, quando talentos como Hemingway, Dali, Stein, Picasso, Fitzgerald, Zelda, Matisse e Buñel, faziam as noites parisienses parecerem não terem fim. Pois, Allen criou um escritor norte-americano, tão nostálgico quanto ele, que vai a Paris com a noiva e os futuros sogros e acaba realizando seu sonho impossível de voltar também aos chamados anos loucos. Isso, para constatar que nem tudo eram rosas na segunda década do século passado.
Essa comédia-romântica-fantástica é tratada com a sensibilidade que o tema merece.
Numa entrevista sobre o filme, o diretor declarou: "Não sou nostálgico. Queria apenas terminar com a discussão de que o passado sempre é melhor do que o presente."
Tá na cara que Allen não estava sendo sincero. Apenas uma grande nostalgia pode mover alguém a realizar com tanto carinho, um filme sobre uma época que não se viveu.
Além do mais, acho que o diretor de clássicos como Hannah e suas irmãs, Manhattans e Tudo o que você queria saber sobre sexo e tinha vergonha de perguntar, vai mais longe.
Na verdade, poucas coisas na vida são mais tristes do que alguém que vive do passado. Mas é infantilidade pensar que o que já vivemos está superado, pois muitas vezes, para procurar respostas para os atuais dilemas, somos obrigados a olhar para os tempo idos. E essa é, para mim, a essência desse genial filme. O pobre Gil, personagem interpretado brilhantemente por Owen Wilson, precisou voltar décadas no tempo, para, entre outras coisas, descobrir o verdadeiro amor e acabar com a sua insegurança em relação ao seu talento como escritor.
O passado tem a sua importância. O problema é saber até onde deve ir a nossa nostalgia. Há várias maneiras de mostrar isso no cinema. E o velho Woody escolheu a melhor. Sem piequismo, nem dramas e nem choro.
Meia Noite Em Paris é um destaque na bela carreira do diretor nova-iorquino, mas isso não seria possível, é claro, sem um elenco formidável, onde todos estão bem. Owem, Rachel MacAdams, Adrien Brody, Michael Sheen, Carla Bruni, Kathy Bates, Tom Hiddlestom. Eu não sou o bonequinho do O Globo, mas bato palmas de pé para esses e todos os outros.
Assisti o último filme do Woody Allen há uns três meses e vergonhosamente não expus minhas impressões aqui. Digo vergonhosamente, não só porque sou fã do veterano diretor nova-iorquino, mas também porque Meia Noite em Paris é seu melhor trabalho.
Havia muita badalação em torno do filme e já cheguei no cinema sabendo que assistiria a um filme de autor. Por isso, não quis esperar muito. Mas vi minhas expectativas serem superadas.
Segundo o próprio Allen, Paris é sua cidade preferida, depois de sua Nova Iorque natal. E ele gostaria de ter vivido na capital francesa nos tresloucados anos 20, quando talentos como Hemingway, Dali, Stein, Picasso, Fitzgerald, Zelda, Matisse e Buñel, faziam as noites parisienses parecerem não terem fim. Pois, Allen criou um escritor norte-americano, tão nostálgico quanto ele, que vai a Paris com a noiva e os futuros sogros e acaba realizando seu sonho impossível de voltar também aos chamados anos loucos. Isso, para constatar que nem tudo eram rosas na segunda década do século passado.
Essa comédia-romântica-fantástica é tratada com a sensibilidade que o tema merece.
Numa entrevista sobre o filme, o diretor declarou: "Não sou nostálgico. Queria apenas terminar com a discussão de que o passado sempre é melhor do que o presente."
Tá na cara que Allen não estava sendo sincero. Apenas uma grande nostalgia pode mover alguém a realizar com tanto carinho, um filme sobre uma época que não se viveu.
Além do mais, acho que o diretor de clássicos como Hannah e suas irmãs, Manhattans e Tudo o que você queria saber sobre sexo e tinha vergonha de perguntar, vai mais longe.
Na verdade, poucas coisas na vida são mais tristes do que alguém que vive do passado. Mas é infantilidade pensar que o que já vivemos está superado, pois muitas vezes, para procurar respostas para os atuais dilemas, somos obrigados a olhar para os tempo idos. E essa é, para mim, a essência desse genial filme. O pobre Gil, personagem interpretado brilhantemente por Owen Wilson, precisou voltar décadas no tempo, para, entre outras coisas, descobrir o verdadeiro amor e acabar com a sua insegurança em relação ao seu talento como escritor.
O passado tem a sua importância. O problema é saber até onde deve ir a nossa nostalgia. Há várias maneiras de mostrar isso no cinema. E o velho Woody escolheu a melhor. Sem piequismo, nem dramas e nem choro.
Meia Noite Em Paris é um destaque na bela carreira do diretor nova-iorquino, mas isso não seria possível, é claro, sem um elenco formidável, onde todos estão bem. Owem, Rachel MacAdams, Adrien Brody, Michael Sheen, Carla Bruni, Kathy Bates, Tom Hiddlestom. Eu não sou o bonequinho do O Globo, mas bato palmas de pé para esses e todos os outros.
Marcadores: Cinema
2 Comments:
Gosto muito dele, ou melhor, gosto muito do cinema dele. Ainda não posso entrar em uma sala de cinema, vou acaba vendo esse filme em casa.
Eu apoio sua opinião. E acho tb que a nostalgia além do lite glorifica e mitifica um passado que nunca houve.
Estarei de pé com você para aplaudir este diretor tão perspicaz. Acho incrível a capacidade com que discute temas complexos com a simplicidade de quem entende bem da vida.
Veja esta matéria sobre o filme.
http://www.garapapaulista.com.br/?p=4580
Postar um comentário
<< Home