A solidão da velha senhora - e de todos nós
"A mulher apareceu, caminhando lenta, apoiada em uma bengala e no porteiro. Sorria um sorriso artificial. Era bem idosa. Usava bijuterias baratas. Usava também uma espécie de túnica oriental, exótica, amarelada pelo tempo, e chinelinhos dourados com enfeites de pelúcia nas pontas. Coisas antigas, decadência e velharias.
“Demorei muito, meu querido?”, ela perguntou.
“Não”, mentiu o homem. “Você foi pontual, como sempre. Vamos?”
Atravessaram as pistas da avenida com dificuldade. Como sempre fazia, o homem segurava a mão da mulher, erguendo-a no alto, como se fosse um cavalheiro ajudando uma dama a descer do carro ou um príncipe tirando a bela princesa para dançar a valsa. Bondade, gentilezas; coisas antigas, velharias. Preocupado, o homem fazia sinal para que os carros parassem. A mulher não via a tensão no homem. E pensava que os carros paravam por causa dela."
Trecho do meu conto Caridade, do meu próximo best seller Crimes & Perversões.
Dessa vez é o formato papel. Quem estiver interessado mande bala para juliocorrea19@gmail.com
As férias acabaram e este blog voltará a ser sério. Nos próximos posts mais detalhes e mais trechos.
Marcadores: Literatura
4 Comments:
Cenas deste tipo sempre me chamam a atenção,JULIO.
Solidariedade ainda existe.
Abração e um otimo domingo!!
Moro na rua do parque!
bos semana
abs
Voltou com a corda toda!!!
Isso é muito bom...
Estarei sentadinha aqui aguardando nossos petiscos. E quem sabe, arrumo um tempo para ir ao banco e degustar o prato principal??? rsrsrsrsrs
Bisous!
Vou lhe aguardar, Lila
bjus
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