Sons de uma noite de verão
Paralamas em show na FNAC paulista.
Na sexta-feira 13, eu e centenas de outros sortudos que conseguriam ingresso, estivemos no show dos Paralamas do Sucesso, dentro da programação Oi Noites Cariocas, no Morro da Urca. Os ingressos caros, as filas para o bondinho e os preços exorbitantes das bebidas (de R$ 3 por uma humilde água mineral a R$ 15 por uma dose de whisky) foram compensados por um show quase perfeito. A lua cheia refletida nas águas da Baía e a temperatura agradável foram os maiores rivais dos paralamas. Antes do grupo de Herber Viannas subir ao palco, um Dj animava a festa com música eletrônica. Até que estava bom, mas a maioria não resistiu aos encantos da noite maravilhosa. Olhar a cidade dormindo lá em baixo, era como observar uma mulher geniosa durante o seu sono profundo. Você sorri, pensando que ali, dormindo, ela parecia até humana, sensível e afetuosa.
Todos sabem que o espaço para shows do Morro da Urca é pequeno e naquela noite ficou menor ainda. O som não ajudou. E para piorar os Paralamas optaram por um som mais pesado do que de costume. O guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser foi o convidado para dar um ar ainda mais heavy. O som estridente e a limitação da voz do Herbert tornaram certos sucessos irreconhecíveis, como Meu Erro, por exemplo.
Os melhores momentos ficaram com as músicas do último trabalho, Hoje, que embora não tão dançantes, agradaram pelos arranjos e melodia elaborados. Ainda não comprei o CD, o que devo fazer em breve, mas pelo que ouvi no show, me agradou tanto que o elegi o lançamento do verão.
A surpresa mais agradável foi a recuperação do Herbert. Está ainda muito inchado, mas em ótima forma e cheio de gás. Dava a impressão de que a qualquer momento iria jogar a cadeira de rodas para o alto e pular pelo palco, como nos bons tempos. Teve uma hora em que ele tocou um longo solo a la Hendrix, com a guitarra sobre a cabeça. Acho que Niterói devem ter ouvido os gritos de delírio do público. A platéia respondeu estava mesmo tão carinhosa que quase o levou às lágrimas.
Com o passar do tempo, muita gente passou a não suportar mais o som exageradamente estridente da banda e a péssima qualidade do som e se rendeu à sedução da lua, da vista e da brisa. Eles quase venceram. Quase. Pois a maioria ficou e assistiu um bom show, apesar das deficiências. Eu saí no finalzinho, lá pelas duas da manhã, pois às quatro tinha que ir para Ilha Grande, onde passei um final de semana nota mil. Mas isso é assunto para próximos posts.
E como ainda não tenho o Cd Hoje, vai a letra da faixa título. E fica a sugestão de som para o período mais quente do ano.
E como ainda não tenho o Cd Hoje, vai a letra da faixa título. E fica a sugestão de som para o período mais quente do ano.
Hoje
Os Paralamas do Sucesso
Composição: Letra: Herbert Vianna Música: Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone
Os Paralamas do Sucesso
Composição: Letra: Herbert Vianna Música: Herbert Vianna, Bi Ribeiro e João Barone
Hoje eu não sei
Se foi o que eu vi ou se eu viajei
Numa onda de amor entre você e eu
Sorri, mas é claro que não me calei
Sonhei que o amor tava além
De tudo que havia na Terra e no céu
Eu gosto, mas sei que não me faz bem
A mistura homogênea
Meu leite e teu mel
Mas tanta energia cruzava fronteiras sem restrição dos resquícios que havia
De barreiras em meu coração
Sonho em conhecer direito
Tua ampla dimensão
Sem pisar no freio
Tentando conter essa emoção
5 Comments:
Bom dia JC!!! Não há como ler seu post sem lembrar dos anos 80. Uma das minhas melhores amigas é prima do Herbert Vianna e lembro quando ela nos chamou pra assistir a uma das primeiras apresentações deles no Western Club no Humaitá. Vc conheceu? Depois disso os caras foram ladeira acima; e tbm é impossível não lembrar dos shows maravilhosos no antigo Morro da Urca...Sou uma sortuda. Assisti a esta gente toda bem no início....Tive o prazer de assistir Renato Russo, sentada no cantinho do palco, praticamente aos pés dele e babando....éramos outros definitivamente. O Herbert é um vencedor. E merece cada minuto de prazer e sucesso!!!! Boa Segunda!!! Beijo!!!!
Sua descrição da cidade dormindo e a metáfora da mulher geniosa que até parece humana são lindas. Deu muita vontade de estar lá. Sobretudo porque adoro os Paralamas. Infelizmente minha localização geográfica não permite. Mas vim aqui e vi tudo através dos seus olhos. Valeu.:)
Fui muito lá no Morro da Urca quando era Dancing Days e Noites Cariocas.
Sou jurássico, um sobrevivente.
And I'll survive !
Abçs!
:D
A, que flash back. Me lembro do Western, sim. Ali no final da rua Humaitá. Aindo me lembro dos Paralamas chegando todos tímidos na saudosa Fluminense FM lembra. Eles foram levar uma demo pra ver se eles tocavam. Eles tinham duas meninas no grupo, mas elas foram excluídas quando eles foram gravar o Vital e sua moto. Grandes tempos!
Drosera, valeu pela visita
Jôka, tb sou desta época e curti bastante
gd ab
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