terça-feira, janeiro 03, 2006

Primeira rapidinha de 2006


O Filme de 2005 (pelo menos pra mim)

No ano que acabou de acabar, a gente falou muito mal do cinema americano. Realmente Hollywood não tem estado nos seus melhores tempos. Mas nem tudo está perdido e o melhor filme dos últimos 365 dias é uma co-produção EUA/Alemanha, chamada Crash – No Limite, do diretor Paul Haggis. Embora, o filme tenha estreiado lá fora em 2004, passou por aqui, sem muito alarde, em 2005. E é um daqueles filmes que fazem você sair do cinema com vontade de gritar: “Graças à Deus! Ainda existe roteirista inteligente na face da Terra!!” Aliás o roteiro foi escrito pelo próprio Paul Haggis, junto com Robert Moresco. Os dois costuram diversas histórias, de personagens dos mais variados, com uma precisão oriental, sem tornar o filme difícil, confuso ou cansativo. Tudo circulando em volta de um acidente de carro. Tá certo que a idéia não é nova – vide o excelente Amores Brutos, do mexicano Alejandro González Iñárritu, de 2000. Mas, em Crash, os personagens são mais numerosos e seus dramas pessoas muito mais complexos. Além do mais, viver situações limites no México não é tanta novidade assim. Mas na rica e moderna Los Angeles do século XXI é outro caso. E é através desses dramas que podemos ter uma noção do verdadeiro Grand Canyon de desigualdades sociais neste governo Bush e como isto afeta cidadãos americanos de todas as classes.
Logo no início do filme, o roteiro nos brinda com uma frase maravilhosa, dita por um policial negro para sua parceira. É mais ou menos assim: “Vivemos numa cidade sem toque...em outra cidade qualquer, as pessoas se esbarram nas calçadas. Mas em Los Angeles, vivemos fechados dentro de nossos carros. Acho que nos esbarramos de propósito nos lugares públicos só para lembrarmos como é um toque, para não corrermos o risco de esquecermos.”
Crash ganhou o Grande Prêmio Especial no festival de Deauville. E não foi por outro motivo que a Sandra Bullock aceitou pagar a sua própria passagem de avião até o set, em L. A. só para não perder a oportunidade de participar do filme.
Quer saber mais sobre Crash? Então, mergulhe aqui



Os Mutantes - o retorno


Se algum sortudo for estar em Londres, entre os dias 21 de abril e 22 de maio, poderá curtir a parte musical da mostra "Tropicalia, uma revolução na cultura brasileira”, que irá acontecer no Barbican, o maior centro cultural europeu. O evento durará três meses, deverá contar com um número enorme de trabalhos de artistas brasileiros e promete uma façanha: reunir Arnaldo Baptista, Sérgio Dias, Liminha e Dinho Leme num grupo chamado Os Mutantes. O que vai acontecer, só Deus sabe. Mas recordar os Mutantes é tudo de bom. Então, ouça os originais e cante.
Fuga nº 2
Mutantes
Composição: Mutantes
Hoje eu vou fugir de casa
Vou levar a mala cheia de ilusão
Vou deixar alguma coisa velha
Esparramada toda pelo chão
Vou correr num automóvel enorme e forte
A sorte e a morte a esperar
Vultos altos e baixos
Que me assustavam só em olhar
Pra onde eu vou, ah
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou, venha também
Pra onde eu vou
Faróis altos e baixos que me fotografam
A me procurar
Dois olhos de mercúrio iluminam meus passos
A me espionar
O sinal está vermelho e os carros vão passando
E eu ando, ando, ando...
Minha roupa atravessa e me leva pela mão
Do chão, do chão, do chão

5 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Um maravilhoso 2006 a vc e aos seus
Grande abraço!!

quarta-feira, janeiro 04, 2006 10:52:00 AM  
Blogger Luma Rosa said...

Ainda não vi o filme, dica anotada!
Em Londres? Por coincidência ontem estava vendo o DVD do Belle and Sebastian, de quando eles estiveram aqui no Brasil para o Free Jazz. Eles cantam a música "Minha menina" de uma maneira muito original!
Beijus

quarta-feira, janeiro 04, 2006 11:13:00 AM  
Blogger Alba Regina said...

julio..valeu a dica, não assisti ao filme. agora, esta música dos mutantes é realmente demais...eu amo mutantes! bons tempos aqueles....um beijo!

quarta-feira, janeiro 04, 2006 12:48:00 PM  
Blogger Jôka P. said...

Anotei a dica de filme.
Os Mutantes sem a Rita Lee ?
Imagina os Stones sem Mick Jagger ?
Não ?
Então.

quarta-feira, janeiro 04, 2006 1:10:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Dani, eu ídem. E esse é nota mil.
bjs

DO,
obrigado pela visita e um ótimo ano pra vc também.

Luma, conheço o Belle. Embora ache o som deles um pouco meloso demais, é bonitinho.
bjus

A de Barcelos,
os Mutantes originais são tudo de bom, tb gosto muito. Vamos ver o que vai acontecer lá em Londres.
bjs

Jôka,
Eu não sei bem o que vai rolar lá em Londres, mas tb acho que Mutantes sem a Mm. Lee é como colocar leite na feijoada. Mas, enfim.
gd ab

quarta-feira, janeiro 04, 2006 10:14:00 PM  

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