terça-feira, outubro 11, 2005

COISINHA TÃO BONITINHA DO PAI



Uma coisinha de menos de vinte centímetros está sacudindo o mundo da música.
È uma coisinha bonitinha de apenas quatro letras.
A primavera chegou. A temperatura sobe e estamos todos tendo aquela sensação de que algo muito importante irá acontecer em nossas vidas. Foi dada a largada para o verão. Como já falei em post anteriores, é hora de pegarmos uma bicicleta e sairmos por aí, para ver se algo realmente acontece.
E se for com um Ipod, muito melhor.
Eu já tenho o meu. Do tamanho de um isqueiro. Mas cheinho de músicas que amo ouvir enquanto pedalo. Tem Steve Wonder, Burt Bacharah, Elis, Rolling Stones, Curtis Mayfield, Red Hot Chily Peppers, e coisa e tal. O grande barato do Ipod é justamente você fazer uma programação bem variada e botar para tocar aleatoriamente. É gostoso a surpresa, aquela coisa do “O que vai tocar agora:” E quando a seleção de música não lhe der mais prazer, é só preparar outra.
O Ipod veio substituir a emoção que tínhamos ao ouvir rádio. Quando as estações realmente nos surpreendiam e não tocavam as mesmas faixas que são pagas para tocar. Era ótimo ser surpreendido por uma música que não ouvíamos há muito tempo, ou uma música do lado B do disco que queríamos comprar, ou a nova música de um artista pouco conhecido.
Hoje, pelo menos aqui no Rio, se você não é evangélico, tem bom gosto, já passou dos trinta e não é nostálgico o bastante para aturar tantos flash-backs, não consegue tirar muito prazer ao girar o dial.
O Ipod está me fazendo sentir mais novo nesta primavera. Estou tendo a mesma sensação que tinha aos vinte anos, quando andava na rua com o meu pesadão walkman, em 1980. E me sentia o máximo. Eu não sabia de nada. Isso foi pouco antes do Freddy Mercury cantar a profética ‘Radio gaga, Radio gugu, Radio blabla'. Ele morreu sem ver o que estava por vir.
E descobri que não sou o único maravilhado com o aparelhozinho. O Jorge Pontual falou do seu no www.nyontime.blogspot.com/
Salve o Ipod!





Estão fazendo 25 anos da sua partida. E pouco tem se falado a respeito.
Mas eu não esqueci.


BASTA DE CLAMARES INOCÊNCIA
Composição: Cartola

Basta de clamares inocência
Eu sei todo o mal que a mim você fez
Você desconhece consciência
Só deseja o mal a quem o bem te fez
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrempedida
Vê se chora
Quando você partiu
Disseste chora, não chorei
Caprichosamente fui esquecendo
Que te amei
Hoje me encontras tão alegre e diferente
Jesus nao castiga o filho que está inocente
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrependida
Vê se chora




E esta primavera começa com um relançamento em CD no míimo interessante.

Este aí de cima já foi considerado um dos mais importantes lançamentos da MPB dos anos 70. Talvez só perdendo para o Clube da Esquina, do Milton, que por sinal, é do mesmo ano, 1972.

Com uma mistura esperta e corajosa de ritimos brasileiros como samba, chorinho e forró com elementos do pop e do rock, os Novos Baianos - grupo surgido em 1969 e que na época vivia numa comunidade hippie, onde hoje fica o bucólico bairro de Vargem Grande, zona oeste do Rio - causaram uma revolução, acabando de vez com o pudor que se tinha ao se colocar uma guitarra elétrica numa música popular. Eles anteciparam, mais ou menos, o que o pessoal do mangue beat faria nos anos 90. Vale muito a pena conferir, nem que seja por curiosidade.

ACABOU CHORARE
(Moraes Moreira & Galvão)


Acabou chorare, ficou tudo lindo

De manhã cedinho, tudo cá cá cá, na fé fé fé

No bu bu li li, no bu bu li lindo
No bu bu bolindo,
Talvez pelo buraquinho, invadiu-me a casa
Me acordou na cama
Tomou o meu coração e sentou na minha mão
Abelha, abelhinha

Acabou chorare, faz zunzum pra eu ver, faz zunzum pra mim
Abelha, abelhinha escondido faz bonito, faz zunzum e mel
Inda de lambuja tem um carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave me´que suavemente

Acabou chorare no meio do mundo
Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio
Vi o sapo na lagoa, entre nessa que é boa

Fiz zunzum e pronto


"Teresa tinha coxas largas e cheias de pêlos dourados que feriam meus lábios como farpas. O dia de verão começava a nascer e eu cumpria o meu ritual, beijando suas pernas, suas coxas, sua barriga. Quando beijei os seus mamilos, ela sorriu.
“Sonhando, meu amor?”, perguntei.
“O sonho...”, ela continuava com os olhos fechados. Parecia ainda dormir. “O sonho é uma cidade linda, onde sou bem tratada e para onde sempre volto. Um dia ainda me mudo pra lá.”
“Que bonitinho! Fale de novo.”
“Não. Estou cansada...ai, pára...”
“Vamos à praia?”, eu, lambendo os contornos do seus seios.
“Vamos. Ai...você é tão...você é tão...”

Trecho romântico do meu A Ate de Odiar, que já está no prelo. Aguardem!


6 Comments:

Blogger Jôka P. said...

Não tenho Ipod.
Nem CD player.
Ouço rádio CBN, notícias e é só.

Sou do tempo do Walk-man...
:)
Não me imagino mais com ear-phones badalando por Copacabana.
Ainda tenho um pouco de noção...

Excelente post !!!
ABçs,
JÔKA P.

quarta-feira, outubro 12, 2005 4:25:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Às vezes acho ótimo viver num mundo tão moderno... em outras não.

Acho interessante gente que consegue ouvir música fazendo outras coisas. Quando me dedico a escutar as músicas que gosto não consigo fazer nada além disso.

Abraço.

quarta-feira, outubro 12, 2005 5:40:00 PM  
Blogger Taia said...

Primeiramente, belo post. Cultura é bom! Li seu post abaixo e me identifiquei em parte. Moro no Cachambi, vc sabe onde é, depois que casei vim pra cá, antes morava em Padre Miguel. sabe que hoje sofro preconceito dos meus amigos de lá dizendo que fiquei chic? Por morar no Cachambi? Me poupe. Mas penso em quando haverá uma revitalização do Grande Méier e Tijuca, afinal têm sua importãncia no cenário carioca. Um abraço, gostei muito daqui!

quarta-feira, outubro 12, 2005 9:19:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

"Preciso me encontar" é maravilhosa! Viva Cartola

quarta-feira, outubro 12, 2005 11:30:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Julio, sonho com um IPOD. Até pra me acompanhar na academia. Sou movida a música. Americana de preferência.
Não lembrei que já faz 25 anos da morte de Cartola. E se não fosse o blog de Jorge Pontual, não conheceria seu blog. Fiquei leitora.
Liliane

sábado, outubro 15, 2005 7:50:00 AM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

O Ipod foi uma das melhores coisas que a tecnologia criou nos últimos tempos. Alguns me chamam de fútil por ter virado fã deste aparelinho. Mas ele torna a vida menos chata.
E que bom que você gostou do Bala. Seja será sempre bem-vinda
bjs

sábado, outubro 15, 2005 8:59:00 AM  

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