Bebês X Criminalidade
Ainda está dando o que falar as declarações do governador do Rio, Sérgio Cabral, na última semana. O que o excelentíssimo governador falou? Simplesmente o que venho pregando há mais de dez anos: a necessidade do controle da natalidade. Quem costuma levar bala aqui há mais tempo sabe que não estou mentindo. Cheguei até a propor uma campanha do tipo FILHO É PRA QUEM PODE. Em algum ponto de 2006 eu fiz um post sobre o assunto, que gerou uma polêmica danada.
Já durante a campanha eleitoral, o atual governador fluminense já havia batido nessa tecla, mas como não costumo dar crédito ao que os políticos dizem nas campanhas, ignorei. Pois eis que na semana passada, numa entrevista Sérgio Cabral soltou a pérola de que para se combater a violência no estado seria necessário se conter a natalidade nas regiões pobres. Sérgio foi mais longe e confessou ser a favor do aborto para conter o avanço da população miserável. Também sou a favor do aborto, mas não o usaria como arma contra a violência. Mas entendo o que o governador quis dizer. Ele, na verdade, pensa exatamente como já coloquei aqui: o combate da violência passa obrigatoriamente pelo controle da natalidade.
O presidente da OAB/Rio achou um absurdo, apesar de ser a favor do aborto como controle da natalidade. O prefeito Cesar Maia disse que Cabral não deveria ser levado a sério. Por quê? Por que quando alguém diz uma coisa tão lúcida é visto como absurdo ou piada? Talvez o presidente da OAB esteja defendendo o ganha-pão dos seus filiados, que irão amanhã tentar tirar das grades os futuros traficantes, arrombadores, puxadores de carro, assaltantes, estupradores ou seqüestradores que essas mulheres pobres estão gerando hoje. Talvez o prefeito esteja defendendo o seu projeto de reeleição, já que o pessoal das favelas compõem a larga maioria dos seus eleitores. Mas Cabral é um político e a pressão foi tão grande que dias mais tarde ele meio que amarelou e disse que "não sou a favor do aborto, mas para combater a violência defendo a pratica do mesmo."
A verdade é que não há futuro para essas crianças. Já está difícil para a classe média! O país não está crescendo com a mesma velocidade com a qual esses casais de baixa renda estão indo pra cama, sem tomar nenhuma precaução. Basta ir a um baile funk numa favela para ver meninas transando, muitas vezes, até com três caras numa noite. Assim, nunca haverá escola, hospital, moradia, segurança e emprego suficiente.
Não concorda? Mande bala.
Marcadores: Vida moderna
10 Comments:
Higienismo?
Boa semana
abs
Oi Julio Cesar, vi seu comentario no blog da vimarcia e vim te visitar, gostei do seu blog.
Olha sou contra o aborto, perdi uma tia com 24 anos que nao queria ter o 4 filho e morreu deixando 3 orfaos.
Mas sou a favor do controle da natalidade.
Controle esse que deveria ser financiado pelo governo, isso se tivessimos politicos serios, com boa vontade para exercer seu mandato em prol do POVO.
Bjusssssss
Marlene, controle d natalidade pra ontem!
bjs
Eu também sou a favor do controle da natalidade mas não sobre a mulher e muito menos com o aborto da mulehr ignorante e pobre .Para mim deveriam fazer a vasectomia em todo vagabundo que tenha mais de dois filhos e não cria. some no mundo ou nem sabe que é pai.Pode cruzar à vontade mas não reproduzir se não tem capacidade de criar.No meu entender este é o discurso e não fingir que o homem não emprenha mulher sem respeito próprio nem sei qts ao ano.
Magui,
a responsabilidade pelo controle da natalidade é do casal. Se vc der uma olhada em pesquisas do Ministério da Saúde, vc verá que o número de homens procurando pela vasectomia tem aumentado muito dos anos 90 para cá. E não são vagabundos, são maridos cansados de verem suas mulheres engravidarem, sem terem tomado os devidos cuidados. Ou são trabalhadores conscientes que temem ter os seus vencimentos descontados por um bom tempo, porque dormiram com uma mulher que, muitas vezes, jurararam ter tomado os cuidados. Pois, quando o homem dá bobeira neste sentido, é punido severamente pela lei, enquanto uma mulher que abre as pernas inconsequentemente, ainda é beneficiada com pensões, licenças maternidades e o olhar benigno de uma sociedade terrivelmente injusta. Em todas as classes sociais há mulheres querendo segurar uma pensão ou uma herança através de um filho. Quando o homem dá o fora do golpe, acontece o que temos visto nos jornais, crianças em lixeiras, em lagos, rios, etc. A maternidade é a característica mais bonita de uma mulher. Uma mulher que joga o filho fora como um saco de lixo, nem vagabunda é, pois as vagabundas tomam suas precauções e vc não conhece uma prostituta engravidando para segurar homem. As mulheres de classe média fazem aborto ou assumem a criança, porque têm condições para isso. Então, são as de classe baixa que tem que ser alvo de campanhas do governo, sim. Os postos de saúde distribuem gratuitamente meios anticoncepcionais. Elas sabem disso. Vasectomia é um artifício muito radical, pois impede o homem de ter filhos para sempre. Enquanto uma mulher pode evitar a gravidez com uma pílula ou apenas dizendo não.
Colocar filho no mundo sem condições de proporcionar-lhe uma vida digna deveria ser crime hediondo. Só assim este país irá conseguir resolver seus problemas.
bj
Esse assunto desperta sentimentos viscerais... Ninguém de bom senso é contra o controle da natalidade. Mas defender o aborto como instrumento de controle da violência é uma contradição em termos: ora, e o aborto é o quê?? Ou por acaso a vida intra uterina não é vida?? Aborto é crime, e não é crime apenas porque a lei diz que é - é crime porque é a influência de um ser humano retirando a vida de outro. O aborto apenas se justifica nos casos de estupro, anencefalia ou risco de morte da mãe - não por acaso, os casos permitidos por lei (embora haja a polêmica em torno da anencefalia... Mas creio que é só uma questão de tempo). Hoje existe pílula do dia seguinte, que é vendida em qualquer farmácia e está começando a ser distribuída nos postos de saúde. Isso é certo. Camisinha furou? Toma pílula. Agora, coroar esses e essas filhas da p... que dão mais que coelho, dando de presente pra elas o aborto?! Esterilização é o caminho. E é reversível.
É o que eu penso...
Abraços e uma ótima semana!
(*sigh)
Será que é tão difícil fazer um controle de natalidade? Não posso acreditar. Mesmo porque vai ficar melhor para todo mundo, principalmente para os mais necessitados.
Gostei da idéia da Magui: vasectomia neles. ;)
Marcela,
o governo é contra, embora adimita o contrário e vc sabe porquê: mais miseráveis = + votos. Violência muito maior é obrigar uma criança a viver num mundo de miséria, fome, doenças, violência e totalmente sem oportunidades. Precisamos nos livrar dessa crença imposta pela Igreja Católica de que é melhor um ser vivo miserável do que morto. Nessa, só o governo e a própria Igreja saem ganhando. FILHO É PRA QUEM PODE. No mundo inteiro a classe média está tendo menos filhos em prol de uma maior qualidade de vida. Aqui, os que menos poderiam sequer pensar em ter filhos, vão pra cama inconsequentemente. Se a brincadeira gerar um filho, sempre tem um bolsa família, uma ONG, um Igreja Evangélica, alguém generoso ou um traficante para ajudar. Se não tiver ninguém, o destino da criança será o mesmo de milhares que estão pela rua fazendo o que não deve.
bj
Palpi,
conter a natalidade é mais fácil do que parece. Conforme acabei de dizer, falta interesse. A equação é simples Mais pobres = mais votos.
gd ab
Este comentário foi removido pelo autor.
Julio, embora eu tenda a concordar com vc, hoje me faço questionamentos sobre a questão do aborto (algum tempo atrás, eu era totalmente, radicalmente a favor. E não sou católica nem de nenhuma outra religião, nem acho que a valorização da vida seja uma idéia religiosa). Veja bem: quem vai dizer quem PODE ter filho? Conheço famílias pobres, que vivem com basicamentes os mesmos recursos, sendo que numa os filhos tiveram condições de crescer e estudar, e na outra, não. São tantas variáveis envolvidas que é impossível chegar e dizer: vc vive com 500 reais por mês? Não pode ter filho porque EU, o ESTADO, não deixo. Há famílias que conseguem criar seus filhos com pouco, e eles não vão virar marginais só porque são pobres. Acabo discordando da idéia de incentivar (ou obrigar!) o aborto nas classes sociais baixas devido à dificuldade de viabilizar-se essa seleção, como falei (quem pode ter filho e quem não pode. Qual o critério?). Vamos colocar da seguinte forma: se filho fosse só para quem pudesse, financeiramnte falando, eu não estaria aqui hoje.
Abraço
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