segunda-feira, outubro 31, 2005

Dicas

"Amar é ser vencida a razão pela tolice"
Shakespeare, Os dois cavalheiros de Verona
Dica I
Começou no último dia 27 a nova temporada da série Lei e Ordem - Unidade de Vítimas Especiais, no Universal Channel, canal 43 da Net. Toda às quinta, 23 hs. É muito tarde? Tudo bem, a última temporada está passando de segunda à sexta, 20h. Imperdível. Principalmente para quem gosta de literatura policial.
O elenco da série

Dica II...


Sempre adorei Nova Iorque. E o Village Voice está fazendo bodas de ouro e quem ganha o presente é o leitor. Na verdade, é uma retribuição. O jornal está retribuindo à cidade que foi motivo de sua bela existência com uma seleção de suas melhores matérias e crônicas nessas 5 décadas. Dos beatkins ao 11/9/2001; dos punks ao rapers; da quase falência na década de 70 ao boom do crack no final dos 80; de Andy Wharol aos yuppies. Na verdade, o que o Village faz é contar a história de Nova Iorque neste período, abordando fatos importantes, as transformações, as modas, acontecimentos pitorescos, etc. E tudo com um carinho que me encheu de inveja. Inveja por que muito se fala sobre o Rio, suas belezas, seu povo, mas, que eu saiba, nunca se fez um panorama tão carinhoso sobre a evolução da Cidade Maravilhosa, abordando suas delícias e seus podres, mas sem deixar de declarar amor a esta cidade.
E há também as fotos. Belíssimas fotos que captam momentos cruciais ou apenas interessantes da história da Big Apple.
E para quem não sabe inglês ou não tem saco para traduzir, só as fotos já valem uma visita em http://www.villagevoice.com/.
Em seguida, algumas fotos que servem como aperitivo...

Keroack promovendo uma leitura de On The Road, a bíblia dos beatkins(Vide um dos últimos post), em 1959, em foto de Fred W. McDarrah.

O ativista Abbie Hoffman, doidaço, se "casando" em pleno Central park com Anita, em junho de 1967, durante o Verão do Amor, em foto de Fred W. McDarrah



Multidão gay na porta do bar Stone Wall, no West Village, durante a rebilião das bibas, na noite de 28 de junho de 1969. Foto de Fred W. McDarrah




A mulherada marchando furiosa pela Quinta Avenida, durante a famosa manifestação feminista no verão de 1970. Foto de Fred W. McDarrah.




Criatura da noite, dançando na Xenon, junho de 1978, naqueles loucos anos do auge da Disco Music. Nova Iorque abrigava as discotecas mais famosas do mundo e o mundo todo queria estar lá. Outra foto de Fred W. McDarrah.




Explode o Hip Hop e o Rap, outro movimento musical que nasceu lá em NYC. Run-D.M.C, em 1985. Foto de James Hamilton




O flagelo do crack, na virada dos anos 80 para 90. Nenhuma outra cidade sofreu tanto com o problema como NYC. Foto de James Hamilton



E na cidade onde tudo acontece, ativistas nus sendo presos ao pedirem para as grandes nações perdoarem as dívidas dos países pobres. Agosto de 2004. Foto de Jake Price.

D E S E J O

Victor Hugo
“Desejo primeiro que você ame,

E que amando, também seja amado.

E que se não for, seja breve em esquecer.

E que esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo, pois, que não seja assim,

Mas se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos,

Que mesmo maus e inconseqüentes,

Sejam corajosos e fiéis,

E que pelo menos num deles

Você possa confiar sem duvidar.

E porque a vida é assim,

Desejo ainda que você tenha inimigos.

Nem muitos, nem poucos,

Mas na medida exata para que, algumas vezes,

Você se interpele a respeito

De suas próprias certezas.

E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,

Para que você não se sinta demasiado seguro.

Desejo depois que você seja útil,

Mas não insubstituível.E

que nos maus momentos,

Quando não restar mais nada,

Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.

Desejo ainda que você seja tolerante,

Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,

Mas com os que erram muito e irremediavelmente,

E que fazendo bom uso dessa tolerância,

Você sirva de exemplo aos outros.

Desejo que você, sendo jovem,

Não amadureça depressa demais,

E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer

E que sendo velho, não se dedique ao desespero.

Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e

É preciso deixar que eles escorram por entre nós.

Desejo por sinal que você seja triste,

Não o ano todo, mas apenas um dia.

Mas que nesse dia descubra

Que o riso diário é bom,

O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra ,

Com o máximo de urgência,

Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,

Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.

Desejo ainda que você afague um gato,

Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro

Erguer triunfante o seu canto matinal

Porque, assim, você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,

Por mais minúscula que seja,

E acompanhe o seu crescimento,

Para que você saiba de quantas

Muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,

Porque é preciso ser prático.

E que pelo menos uma vez por ano

Coloque um pouco dele

Na sua frente e diga "Isso é meu",

Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra,

Por ele e por você,

Mas que se morrer, você possa chorar

Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.

Desejo por fim que você sendo homem,

Tenha uma boa mulher,

E que sendo mulher,

Tenha um bom homem

E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,

E quando estiverem exaustos e sorridentes,

Ainda haja amor para recomeçar.

E se tudo isso acontecer,

Não tenho mais nada a te desejar ".

13 Comments:

Anonymous Anônimo said...

No final dos anos 60, eu morava em Washington, cidade então muito chata, então pegava as crianças e ia passar longas temporadas em NY, onde à epoca moravam meus pais. Evidentemente eu não tomava parte no que via acontecer, mas pude ver muita coisa. O Village, para onde eu ia todo sábado quando meu marido chegava para passar o fim de semana conosco, era o templo do jazz e dos malucos beleza. No Village Gate e no Village Vanguard assisti maravilhada a muitos monstros sagrados do jazz. Aos domingos, no Central Park, assistia divertida à festa dos hippies. Era também a época das manifestações contra guerra do Vietnam e dos sit-ins. Assisti a alguns concertos dos chamados cantores de protesto. Da última vez que estive em NY o Village havia se transformado em bairro pacato. Adoro NY de todas as maneiras, e espero que a loteria sorria pro meu lado para poder voltar ainda uma vez.

terça-feira, novembro 01, 2005 3:39:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Sonia, NYC mudou muito. Está mais limpa, organizada, bonita, segura, sofisticada, cara e infinitamente mais chata. A diversidade cultural que era sua maior qualidade, se perdeu um pouco. A noite, por exemplo, está muito igual e caríssima.
Mas ainda merece uma visita
Por falar em visita, obrigado por visitar o Bala, onde vc é sempre bem-vinda
bjs

terça-feira, novembro 01, 2005 4:07:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Não conheço NYC (ainda), mas vou dar uma olhadinha nas fotos...

Abraço.

quarta-feira, novembro 02, 2005 2:20:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Nova Iorque é uma cidade que vc ama ou odeia. Não há meio termos. Vc com certeza irá conhecê-la e espero q vc a ame.
gd ab

quarta-feira, novembro 02, 2005 3:15:00 PM  
Blogger Jôka P. said...

Rapá!!!
Adorei esse post!!!
Super glamuroso, super chique !!!
Tão legal ver essas fotos de NY, também adoro a big apple !!!
E as bibas da stone wall eram beeeem corajosas, principalmente se comparadas com as atuais...
As feministas machonas também !!!
Hoje a mulher se coloca numa de vítima inferiorizada...
Aquela lindíssima mulher nua no Xenon, super bacana !!!
Foi um tempo de coragem pra caramba.
Acho que a humanidade se retraiu, se acovardou.
Né não, Julio ?

quarta-feira, novembro 02, 2005 4:23:00 PM  
Blogger Lia Noronha said...

Julio Cesár: adorei o seu Bala...é show de bola!
Aqui ter informação,emoção e tudo mais que precisamos pra levar a vida,enquanto ela tenta nos levar.
Boa quarta-feira.
E abraços bem carinhosos.

quarta-feira, novembro 02, 2005 4:26:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Nessa era Bush, qualquer um se acovarda e se retrai. Gostava mais da antiga Nova Iorque, mais atrevida, louca, diversificada, interessante. A de hoje - cara, sofisticada, limpa, menos violenta e organizada - anda meio chatinha. Mas ainda é NYC.
gd ab

quarta-feira, novembro 02, 2005 4:30:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Lia, obrigado pela visita. Apesar do nome, este blog é do bem. Eheheheh.
bjs

quarta-feira, novembro 02, 2005 4:32:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Julio,

mandei um mail para o endereço que você indicou para ter informação de como adquirir seu livro e não tive resposta. Provavelmente artes da WEB. Por favor, me orienta sobre.
Anna Maria
Em tempo: também gosto muito da Série Lei&Ordem. Das poucas coisas que vejo em televisão.

quarta-feira, novembro 02, 2005 8:50:00 PM  
Blogger franka said...

julio, desejo PAZ.
beijo

quarta-feira, novembro 02, 2005 9:23:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Pra vc tb, Lucia
bjs

quarta-feira, novembro 02, 2005 9:54:00 PM  
Blogger Julio Cesar Corrêa said...

Anna, Lei & Ordem é a melhor série da tv mundial atualmente. Pelo menos para mim. Não perco um capítulo. Já está há 15 anos no ar e arrebatou um número recorde de prêmios. Pena que a nossa tv seja conservadora e medíocre demais para fazer um trabalho deste tipo. Assunto nós temos.
Quanto ao meu livro, vou te mandar um e-mail.
bjs

quarta-feira, novembro 02, 2005 10:09:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Eu sei, Júlio, que NY está mais segura e mais limpa. Conferi isso da última vez em que fui lá, há uns 8 anos, com o dinheiro ganho em uma tradução bem paga. Maravilhosa como sempre, mas, como diz você, um pouco mais chata. Fiquei triste quando vi o Village tão domesticado.

sábado, novembro 05, 2005 10:05:00 AM  

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