Há 35 anos atrás Lennon tentava garantir sua permanência nos EUA, mas o governo Nixon não demonstrava nenhuma boa vontade com o ex-beatle, devido ao seu envolvimento com o movimento pacifista e com a mobilização para impedir que o próprio Nixon conseguisse a reeleição.
Numa entrevista à revista Rolling Stone, em fevereiro de 1972, Lennon declarou que estava sendo seguido pelas ruas por homens de ternos escuros e que carros suspeitos eram vistos em frente do Edifício Dakota, onde ele e Yoko moravam. Lennon suspeitava também que seu telefone estivesse grampeado e que sua correspondência, violada. O governo o chamou de paranóico e durante anos sustentou essa tese.
Nixon se reelegeu. Aconselhado por seus advogados, Lennon abandonou o pacifismo e quando, logo após conseguir o tão sonhado visto de permanência, em 1975, Lennon se calou. Abandonou as gravações e os shows. E também a vida pública, virando um ermitão do rock. Muita gente achou que ele tivesse feito um pacto com o governo de se calar em troca do visto. Será?
Seja como for, Lennon quebrou este acordo em 1980, quando voltou a gravar. E, por coincidência ou não, morreu neste mesmo ano, assassinado.
Mesmo após a morte do ex-Beatle, o FBI e a CIA constinuaram batendo na mesma tecla de que o ex-beatle estava vendo coisas. Mas no início dos anos 90, foram encontrados documentos que provavam o contrário. Pilhas de relatórios que o serviço secreto americano enviava mensalmente a Washington detalhando todos os passos e todas as atividades do autor de Imagine. O fato deu o que falar.
Esse trecho obscuro da história da música virou o documentário acima, de David Leaf and John Scheinfeld, que estreou nos cinemas americanos em setembro de 2006 - ainda inédito por aqui - e virou livro,
Gimme Some Truth: The John Lennon FBI Files by Jon Wiener - ídem. Ambos trabalhos foram baseados nos tais documentos secretos da polícia federal americana, que agora caíram na boca do povo, pois a maravilhosa web permite que você os confira
aqui.
Lennon deve estar rindo muito.
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