Nós vamos sentir saudades de 2008 por causa de... - Parte III - Alô, mediocridade! Recolham seus bagulhos porque aí vem...
Adoro o Rappa! Mas com aquele negócio de viajar pra lá e pra cá, só recentemente pude ouvir o último CD da banda carioca, 7 vezes, lançado em agosto.
Conheço todo o trabalho do grupo e todos os CDs são bons. Mas nesse eles se superarm.
As músicas continuam falando em violência, miséria e injustiças sociais. Aliás, ouvi-los falar sobre isso, não nos dá aquela sensação de que é apenas bacana ou politicamente correto. Outras bandas falam sobre esses mesmos assuntos. Os Paralamas do Sucesso - que eu igualmente adoro -também falam. Mas...sabe como é, o Herbert Vianna foi criado em Brasília, dirige carro importado e usa roupas de grife. A Legião Urbana também falava, mas...sabe como é...o Renato Russo - que Deus o mantenha junto de gente boa como Hendrix, Joplin, Marvin Gaye, Cartola, Elis - também foi criado em Brasília, viveu nos EUA...
O Rappa cheira a Lapa, cheira a tensão de se entrar num ônibus de madrugada em certos pontos do Rio, cheira ao medo de se levar uma dura da PM carioca na calada da noite, cheira ao terror de se deparar com uma bala perdida, cheira a favela, cheira a periferia.
A primeira música do Cd, Meu Santo Tá Cansado, já vale a compra. Assim como no Cd Rappa-Mundi, ao ouvir Miséria S/A, a gente tinha a impressão de alguém que andava de ônibus e já havia sido perturbado pelos vendedores ambulantes chatos que costumam subir nos coletivos para vender toda a sorte de porcaria, agora você não apenas ouve, mas sente o cansaço do cara que vive numa cidade decandente, abandonada pelas autoridades, oprimida pela ditadura dos espertos e onde a vida humana vale muito pouco. Aliás, todos conhecem a tragédia na carreira desta banda, que teve um ex-membro quase morto (Marcelo Yuka), ao tentar salvar uma moradora do seu prédio, durante uma assalto, em outubro de 2000.
Criativos como sempre, a rapaziada do Rappa deu salto a frente neste trabalho, com arranjos espertíssimos, ousados e modernos. Até uma guitarrinha tem um papel de maior destaque, assim como os teclados.
Criativos como sempre, a rapaziada do Rappa deu salto a frente neste trabalho, com arranjos espertíssimos, ousados e modernos. Até uma guitarrinha tem um papel de maior destaque, assim como os teclados.
Não há no Aurélio uma palavra que traduza esse disco, então vou ficar com brilhante mesmo. Disparado o melhor lançamento de 2008.
Nota mil!!!!
Marcadores: música
3 Comments:
Conheci hoje e fiquei fã...
Já até adicionei na lista dos "recomendáveis"
bj aqui do sul...
Se vc esta dizendo,quem sou eu pra discordar,rss
abração,JULIO
Olha, amigo Julio... Vou ser sincero: não curto Rappa. Gosto do Paralamas e adorava a Legião. Mas, Rappa, não. O que não quer dizer que os caras não sejam bons. Devem ser, pois fazem um baita sucesso junto à rapaziada. Só não curto. De qualquer forma, a paixão e o sentimento que você pôs no texto são da gente aplaudir. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
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