Meus "Botecos"
Como não bebo, nunca fui muito chegado a botequins. Por confesso preconceito, sempre tive a imagem de bêbados vomitando num canto, grupos cantando um samba chato, chão grudento de sujeira e moscas sobrevoando ovos cor-de-rosa, expostos no balcão.
Nem depois que surgiram os botequins de grife (Armazens do chop, Manoeis & Joaquins, Belmontes, etc), me senti encorajado a freqüentá-los. A única coisa legal que eu via nos botecos tradicionais, era o gostoso clima de informalidade. Você podia tirar a camisa, você podia batucar, você podia gritar um palavrão durante um jogo e ninguém iria lhe olhar de banda. Você podia bater papo com o garçon, podia discutir futebol com o dono e podia tormar porres homéricos, sem ser expulso por nenhum segurança truculento.
Os antigos botecos eram uma confraria e seus freqüentadores, uma espécie de família. Parece que isso se perdeu um pouco com o surgimento das cadeias de botecos de luxo.
Posso estar errado, já que não freqüento nenhum tipo destes estabelecimentos.
Mas existe alguns lugares informais, que, apesar de não serem botecos, corro para eles quando quero relaxar e comer algo rápido, barato e bem feito. São os meus "botecos". Não estão para os pé sujo, com cadeiras e mesas de plástico, e nem para um lugar o garçon lhe fuzila com o olhar se você demora muito sem consumir.
Como estive em São Paulo neste final de semana, aproveitei para selecionar também alguns lugares onde posso ser encontrado em momentos de profundo relax por lá.
Aqui no Rio:
Deus existe!
É o que se diz ao provar os omeletes do Paladino. Os sandubas também são coisas do divino. Comida rápida, barata e light. Ideal para quem precisa fazer uma boquinha no meio da correria. O lugar é uma mercearia com uns cem anos de existência. Come-se entre garrafões de vinhos, tamancos de madeira e sacos de feijão-manteiga. O atendimento é bom e ferve nas happy-hours. Alguns famoso aparecem de vez em quando, como o compositor Aldir Blanc. Mas na hora da fome, famosos ou anônimos, somos todos iguais.
Glória ao Pai
Aleluia! Você tem vontade de gritar isso ao saborear um sanduba do Cervantes (Barata Ribeiro com Prado Junior, Posto 1, Copacabana) Só quem já saiu de uma festa furreca às quatro da manhã, com a fome insistindo para ir para cama contigo e deparou com esse templo, onde se encontra sanduíches criativos e irresistíveis, sabe do que estou falando. Não adianta procurar, porque você só encontra um sanduba que mistura lombo, abacaxi e bacon lá neste, que é o pai dos boêmios famintos. O cantor e compositor Fausto Fawcett que o diga.
Venha a mim as comidinhas
E se Deus existe, o Mercadinho São José, na esquina da rua das Laranjeiras com Gago Coutinho, é um templo. As mesas se espalham por entre lojinhas de artesanato. Já é um point na região há anos e os happy hours são concorridos. Para quem gosta, é um bom lugar para beber. Mas experimente as pizzas. São fartas e eliminam a fome sem piedade.
Em Sampa
...Continua lindo
Como já falei aqui, fui paulistano entre 1984/86. Naquela época, eu estudava numa faculdade que ficava ali no largo de São Bento. Eu era mais duro do que sou hoje e costumava agradar ao estômago com o Bauru, o sanduíche típico da paulicéia. Não sei quando ele surgiu, mas sei onde. O delicioso prato nasceu no número 27 do Largo do Paissandu, onde fica o Ponto Chic, tradicional e simático bar, que é a salvação de estudantes, jornalistas, do pessoal do teatro e boêmios de todos os tipos. Tive o prazer de aparecer lá neste findi e constatei que ele continua lindo: pratos deliciosos, preço razoável e atendimento super. É o meu preferido em Sampa.
Nem tudo está perdido
O que fazer quando se sai da balada no meio de uma dessas madrugadas de outono, roxo de fome, com pouco dinheiro e o vento sudoeste desce a avenida São Luiz, fazendo você pensar que a sua noite está perdida? O bar Estadão (São Luiz quase com Consolação) está a sua espera. Mesmo de madrugada está cheio. Seus sandubas com pernil são famosíssimos. Seu bauru embora não seja nenhum Ponto Chic, é honesto e barato. Apareça e constate.
Me traz meio quilo de Borges e um Woody Allen no ponto!
Parece pedido de bêbado, mas em se tratando da Mercearia São Pedro, ali na rua Rodédia 34, pode ser totalmente natural. Já falei deste local aqui e sempre que cruzo a ponte-aérea, procuro dar uma passadinha por este point de escritores da nova geração. O local realmente é uma mercearia, só que ao invés de cereais, frutas ou sabão em pó, o que se pede ali, além dos comes e bebes, são livros, cds e dvds. Ao contrário de samba chato, na noite fria da última sexta-feira, ouvia-se Billy Hollyday. O atendimento é ótimo - principalmente do Mário, o simpático dono - e os preços também não ferem o orçamento. A localização é que meio chata. Mesmo pra quem vai de táxi, deve-se levar um mapinha, pois 80% dos motoristas não conhecem o local e nem mesmo a rua. Pra voltar é ainda pior, já que trata-se de uma área muito residencial e poucos taxistas se aventuram por lá.
Mas, sem dúvidas, vale a pena o sacrifício.
Em Sampa
...Continua lindo
Como já falei aqui, fui paulistano entre 1984/86. Naquela época, eu estudava numa faculdade que ficava ali no largo de São Bento. Eu era mais duro do que sou hoje e costumava agradar ao estômago com o Bauru, o sanduíche típico da paulicéia. Não sei quando ele surgiu, mas sei onde. O delicioso prato nasceu no número 27 do Largo do Paissandu, onde fica o Ponto Chic, tradicional e simático bar, que é a salvação de estudantes, jornalistas, do pessoal do teatro e boêmios de todos os tipos. Tive o prazer de aparecer lá neste findi e constatei que ele continua lindo: pratos deliciosos, preço razoável e atendimento super. É o meu preferido em Sampa.
Nem tudo está perdido
O que fazer quando se sai da balada no meio de uma dessas madrugadas de outono, roxo de fome, com pouco dinheiro e o vento sudoeste desce a avenida São Luiz, fazendo você pensar que a sua noite está perdida? O bar Estadão (São Luiz quase com Consolação) está a sua espera. Mesmo de madrugada está cheio. Seus sandubas com pernil são famosíssimos. Seu bauru embora não seja nenhum Ponto Chic, é honesto e barato. Apareça e constate.
Me traz meio quilo de Borges e um Woody Allen no ponto!
Parece pedido de bêbado, mas em se tratando da Mercearia São Pedro, ali na rua Rodédia 34, pode ser totalmente natural. Já falei deste local aqui e sempre que cruzo a ponte-aérea, procuro dar uma passadinha por este point de escritores da nova geração. O local realmente é uma mercearia, só que ao invés de cereais, frutas ou sabão em pó, o que se pede ali, além dos comes e bebes, são livros, cds e dvds. Ao contrário de samba chato, na noite fria da última sexta-feira, ouvia-se Billy Hollyday. O atendimento é ótimo - principalmente do Mário, o simpático dono - e os preços também não ferem o orçamento. A localização é que meio chata. Mesmo pra quem vai de táxi, deve-se levar um mapinha, pois 80% dos motoristas não conhecem o local e nem mesmo a rua. Pra voltar é ainda pior, já que trata-se de uma área muito residencial e poucos taxistas se aventuram por lá.
Mas, sem dúvidas, vale a pena o sacrifício.
Marcadores: Vida moderna
6 Comments:
Julio, querido
Estou cantando [músicas minhas e outras em parceria com Claufe] no show SOL NA BOCA, dos poetas Claufe Rodrigues e Mano Melo durante as 4as. de maio e gostaria muito de vê-lo por lá ;-)
O espetáculo reúne teatro - peça de Mano sobre Fernando Pessoa - poesia - sempre um convidado ilustre falando poemas, essa semana, o Antonio Calonni - e música [comigo nos vocais e Serginho Serra na guitarra].
Começa às 21:30h, no Canequinho [ anexo do Canecão].
Tente ir amanhã ou numa das 4as. de maio, tenho certeza que vai gostar ;-)
beijocas e até
MM.
ahhhhhh, vc poderia me passar o e-mail da Ana?
É que meu pc queimou e ele está no outlook do pc =(
beijos e obrigada
MM.
Gostei das dicas,JULIO.
Apesar de não frequenta-los,pela cisma de que quem frequenta,tem que beber ( e eu nada bebo ),acabo não conhecendo os lugares.
abraços!
Julio, dos que citou no Rio fico com o Cervantes e com o Mercadinho São José.
Saudades de quando eu morava no Catete...
Bisous.
Valeu, Mônica
vou ver se apareço
bjs
DO,
eu também não bebo, mas gosto desses ambientes.
gd ab
Lila,
São points clássicos
bjs
Faltou da sua lista, aqui no Rio, o TALHO CAPIXABA, no final do Leblon, o sanduiche de rosbife (com o acompanhamento a sua escolha) é de chorar, atenção que o pão é feito na própria casa...
Dos citados, o Paladino é visita certa quando de alguma ida a cidade...
Bom lembrar também a sanduba do "Família", um camelô na Rio Branco nº 45 , de churrasquinho (do bom!!!) com pão de alho...
seumlertabom.blogspot.com
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