quinta-feira, novembro 15, 2007

Sou f... mas tenho estilo


Nos idos dos anos 70 eu tive um estilo de vida assim meio...hippie. Carregava pesadas mochilas de lona pelas estradas, pedia carona, viajava em traseiras de caminhões, pedia dinheiro nas ruas e dormi muito em bancos de rodoviárias. E não estava sozinho. Muitos da minha geração embarcaram na onda da geração anterior que acreditava na possibilidade de um modo alternativo de vida.



Porém, essa minha fase teve seu prazo de validade, lógico.

Mas o sonho de levar uma vida fora dos padrões comuns parece atravessar as gerações. E o site espanhol Ziza resolveu fazer arte, fotografando vários destes outsiders em diversas cidades norte-americanas. Dica do blog da Luiza Voll. Infelizmente o site espanhol os chama de vagabundos. Mas creio que eles sejam mais do que isso.




Eles estão em praticamente todas as grandes cidades dos EUA. Muitos são ex ou atuais viciados. São excluídos do mercado de trabalho ou do mercado imobiliário. Vivem em parques, casas abandonadas, nas calçadas, traillers ou em qualquer buraco. Comem e vestem o que encontram ou fabricam suas próprias roupas, ganham trocados pedindo ou tocando música ou fazendo pequenos serviços. Geralmente são pacíficos e não dão trabalho a polícia.

Aparentemente parecem mendigos, mas o que os difere dos demais homeless é que eles têm um estilo de vida. E nem todos estão nessa vida por falta de alternativa. Como eu, há mais de 30 anos, acreditam num outro modo de vida, diferente do que a sociedade impõe. E riem daqueles que acham que esse sonho acabou.
Estilo é sinônimo de diguinidade, na minha opinião. E isso eles têm de sobra.



Ecologistas e pacifistas, muitos desses supostos vagabundos, defendem causas, mas ao contrário dos seus antepassados, eles não acreditam na possibilidade de uma vida alternativa. Eles criaram uma.


E, por isso, vagabundos ou não, merecem o meu respeito, assim como qualquer um que luta pelo seu sonho.

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