sábado, março 17, 2007

Violência: Causa/Efeito

Foto de Celso Meira do O Globo

Leblon, 5h do último sábado. Um motorista perde o controle do seu carro, sobe a calçada e quatro pessoas que estavam num ponto do ônibus, são jogados para o ar, como pinos de boliche. Segundo testemunhas, o motorista estava bêbado.
O fato foi encarado como apenas um acidente de trânsito, antes de ser completamente esquecido. Afinal, a cidade tem casos de violência muito maiores para se perder tempo com coisas do gênero.
Mas eu não penso assim. Acho que se queremos combater de fato a violência, temos que agir com mão de ferro contra atos irresponsáveis como este.
No dia em que o menino João Hélio foi arrastado feito Judas pelas ruas do subúrbio, eu estava indo para a natação, quando um rapaz em um carro importado avançou o sinal que eu atravessava e por pouco não estou aqui para relatar o fato. Junto comigo, estavam uma senhora de idade e uma mulher carregando um carrinho de bebê. Será que o crime dos algozes do João Hélio foi tão mais grave assim? Acho que o desprezo pelo ser humano foi o mesmo. Os bandidos do subúrbio foram tão desumanos quanto o rapaz de classe média da zona sul, que avançou o sinal sem se preocupar comigo e os outros pedestres.
E se eles não respeitam por bem, devem respeitar por mal. Leis duríssimas em cima deles.
Quanto ao motorista que fez pedestres de boliche em cima de uma calçada, certamente irá perder alguns pontos na carteira e comemorará isso com novo porre. Tomara que não nos encontremos, quando ele pegar o seu carro, ao sair do bar.
O que vocês acham? Mandem bala!

7 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O que eu acho é impublicavel,JULIO.
Só acho que o mal exemplo e a permissividade vem de cima.
Enquanto não aplicarem as leis existentes,a tendencia é so piorar.
Inclusive citei hj um caso absurdo por la...
Abraços!

segunda-feira, março 19, 2007 3:16:00 PM  
Blogger . fina flor . said...

Grandes delitos nascem da semente de 'pequenos' delitos, querido Julio............ A violência do transito carioca é assustadora e deve ser punida, sim!

beijos, querido e boa semana

MM

ps: tem dica de teatro lá no Fina Flor..........:o)

segunda-feira, março 19, 2007 5:14:00 PM  
Blogger Luma Rosa said...

A certeza de impunidade leva ao aumento das infrações. Das pequenas às grandes. Sei que, se a lei fosse mesmo aplicada como deve ser, este motorista além dos pontos perdidos, ou perda da carteira, seria julgado porque lei existe!

Veja o que é exposto no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23/09/1997) define o delito praticado pelo motorista no artigo 302: "Praticar homicídio culposo na direção do veículo automotor: Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor."
Entretanto, quando o homicídio é praticado por quem está conduzindo passageiro, a pena é mais grave:
"Parágrafo único. No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente: I-....; II-....; III-....; IV- no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros."

O motorista estava no exercício da profissão, outro agravante, colocando vidas em perigo.

Infelizmente não dá para comparar nenhum crime cometido no trânsito com o que ocorreu cm João Hélio. Até os criminosos estão revoltados. Corre um boato aí que não se deve levá-los pra Bangu I.

Violência gera violência.
Boa semana! Beijus

segunda-feira, março 19, 2007 6:58:00 PM  
Blogger Marco said...

Caro Júlio,
Concordo com tudo o que disse. Infelizmente, vivemos tempos em que se prioriza crime para se tentar saber o que é pior. Tristes tempos.
Boa semana. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

terça-feira, março 20, 2007 1:37:00 PM  
Blogger Tiago Moreira said...

É meu caro, o trânsito louco das grandes cidades é mesmo um problema sério. O carro pode se tornar uma arma não só na mão de alguém chapado de goró, mas gente dirigindo cansada e com sono, carros velhos sem a devida manutenção e abusos como os rachas.
E nisso tudo vai o pensamento pequeno burguês de querer usar o carro como farol, afinal de que adianta o boyzinho ter seu carro que chega a 200km/h, para ter de andar a 80 nas cidades? Ele vai querer chegar aos 150, e aí nós pedestres que saíamos de baixo, como no jogo Doom, que aliás é um absurdo, um game onde o jogador faz pontos atropelando pessoas.
Abs.

terça-feira, março 20, 2007 5:01:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

as coisas mais simples são as mais difíceis de serem feitas no Brasil. cumprir leis, por exemplo.

terça-feira, março 20, 2007 7:36:00 PM  
Blogger Utopia Urbana said...

Bom. eu entrei num blog que dava dicas pra outros blogs e encontrei o seu! Hehehe...

Como não entendi o post mais recente, comento esse aqui de baixo.

Bom, eu tenho já um texto escrito sobre algo parecido com o que escreveu. Pensamos parecido.

Hoje, se você faz o certo (respeita o sinal, atravessa na faixa, respeita uma fila), você é otário. Se você não leva vantagem sempre que pode, idem. Então é foda. Ocorre uma inversão de valores que eu julgo sem precedentes.

Um abraço e favoritei esse blog.

quarta-feira, março 21, 2007 11:28:00 AM  

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