God Save The Queen
Com atraso, fui assistir A Rainha, nova pérola do diretor inglês Stephen Freas, no último dia 8.
Dia internacional da mulher.
Há apenas quatro meses de se completarem 30 anos desde que uns moleques mal criados chamaram a Rainha de estúpida e facista.
E há cinco meses de se completar uma década da morte da Princesa Diana.
O que isso tudo tem a ver?
Bem, em primeiro lugar, fui ao cinema para matar uma curiosidade. Queria saber por que Helen Mirren havia ganhado o Oscar de melhor atriz e por que tanto barulho em torno da sua atuação. E descobri que se Helen Mirren não tivesse ganhado este Oscar, ele certamente deveria ficar vago, não poderia ser dado para nenhuma outra concorrente, pois nunca se fez tanta justiça em Hollywood. O desempenho de Mirren é estupendo, ao interpretar um papel dificíl por ser real, por ser pouco conhecido e por ser alguém importante.
Acho que toda mulher deveria assistir A Rainha. Se elas querem o poder, seria bom que soubessem o preço que se tem que pagar.
A Rainha se passa num momento crucial da história da monarquia britânica, os momentos seguintes à trágica morte da Princesa de Gales, em agosto de 1997. A mídia e a opinião pública internacional condenaram Elizabeth por se recusar a ir ao funeral de Diana e tratar a tragédia com um desprezo gelado, enquanto o mundo se desmanchava em lágrimas. Eu mesmo me lembro que odiei a rainha pela sua indiferença. Foi o recém-empossado primeiro ministro Tony Blair que aconselhou a rainha a mudar sua posição, sob pena de sofrer uma dolorosa perda de popularidade.
Vinte anos antes, Elizabeth teve que engolir uma banda de desordeiros punks chamada Sex Pistols, que chegava ao primeiro lugar da parada de compactos britânica com uma música barulhenta, God Save The Queen, em cuja letra ela era chamada, entre outras coisas, de cretina. Mas isso não foi nada perto do dia em foi obrigada finalmente a dar uma olhada no mar de braçadas de rosas e outros objetos, que se avolumavam diante do palácio real. Entre as mensagens, Elizabeth leu coisas como: "Diana, eles não mereciam você." ou "Você não tinha o sangue ruim deles."A partir daquele momento a monarquia britânica nunca mais foi a mesma.
Nós, plebeus, presisamos descer do salto pelo menos uma vez na vida. Mas não ela. A rainha. Ela cresceu sendo educada a ser uma pessoa especial, destinada a perpetuar uma tradição familiar que já vinha há séculos. Frears conseguiu uma obra de arte ao mostrar o momento em que a rainha desce do salto, numa tentativa desesperada de manter a coroa.
Os atores, embora nem todos se pareceçam com os seus personagens na vida real - principalmente Charles - têm desempenho magnífico. E mais uma vez Helen Mirren merece grande parte dos aplausos. Ela nos faz mudar nossos conceitos a respeito Elizabeth. Afinal, raspe toda aquela prepotência e você encontrará apenas uma mulher.
Aliás, mulheres, não deixem de assistir.
7 Comments:
Caro Julio,
Concordo com tudo o que escreveu sobre este esplêndido filme. Eu já tinha dito no Antigas Ternuras que se ela não levasse a estatueta dourada era para o planeta inteiro gritar "pega ladrão!".
Eu já terminei de ler o seu livro. Gostei muito. Depois te escrevo e-Mail com minha modesta opinião mais detalhada.
Bom domingo. Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.
Júlio, o filme é muito bom mesmo.Boa pedida. Vale a indicação mesmo.
Abraços.
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Julio querido, quando disse que nasci exatamente no ano que eu quis, na realidade eu estava reafirmando a grande maravilha que foi ter "estreado" no mundo no dia 17 de abril de 1954. Nem um dia a mais ou a menos. Só assim pude desfrutar as delícias de ter dançado "Do you wanna dance" na minha festa de 15 anos.
Quanto à Helen Mirren, essa grande atriz já devia ter recebido prêmio há muito tempo. Tenho a maior admiração por ela. Você viu Excalibur? Ela foi maravilhosa.
Beijocas carinhosas
Acredita que ainda não vi esse filme?
Mas está na lista!
Abs
Quando passar aqui na roça, eu vou assistir, tá?
Boa semana! Beijus
Oi Júlio,
A atuação da Helen Mirren é ótima, mas não exigiu tudo que ela pode dar. O filme fala mais do conflito da morte de Diana que da vida de Elizabeth em si.
Mas o que pegou foi a credibilidade de certas cenas: a rainha colocando a mesa num picnic? a esposa de Blair cozinhando pra familia? a cozinha de Blair lotada de brinquedos por todos os lados?
Beijos
Homens também desejam o poder, amigo Julio, logo, todos devem assistir ao filme, rs*....
Eu tô querendo ver, mas confesso que ele está em quarto lugar nas minhas prioridades... [fiquei mais animadinha depois de sua resenha].
Beijos, meu bom e boa semana
MM
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