terça-feira, fevereiro 06, 2007

A Arte de Odiar

"É bem mais fácil navegar sem o peso de tanto ódio escondido no porão. É preciso jogar luz nos demônios dentro de nós. Demônios não gostam de luz e vão embora. "
Num parque à noite, alguém infeliz é assassinado. Esse é o mote para o A Arte de Odiar.
Foto tirada daqui.


A Arte de Odiar é o título do meu romance policial. Ele foi concluído com uma bolsa ganha através de um concurso promovido pela Biblioteca Nacional, em que concorreram centenas de outros romances, inscritos em todo o país. Para mim foi uma surpresa ter sido um dos três contemplados, porque ainda há um grande preconceito contra a literatura policial. Críticos “inteligentes” dizem que ela é uma arte menor, apenas para o entrenimento.
Apesar do trabalho, foi um prazer enorme escrever este meu primeiro romance. A frase que abre este post não é o desabafo de uma das vítimas e, sim, do personagem principal, o detetive Lacerda, que tem conquistado fãs no Brasil inteiro. A grande maioria das pessoas que leram o Arte, retornaram para me dizer o quanto estavam maravilhadas com ele. Na verdade, apesar do mundo violento, imoral, sujo e corrupto que o cerca, o velho detetive ganha você não por ser um super-herói ou um super-tira. Mas por ser extremamente humano. Humano como qualquer um de nós, como qualquer pessoa que vemos nas ruas e que num momento de fraqueza pode passar para o lado de lá, para o lado do mal. O Lacerda e todos os vários personagens deste livro são humanos com H maiúsculo, por isso não se deve confiar muito neles, pois todos podem errar. Após três anos escrevendo o Arte, quando coloquei o ponto final, senti uma profunda tristeza porque me deu uma grande vontade de sentar num bar para tomar uns chopes com o Lacerda e papear. Até que percebi que o Lacerda não existia, que o Lacerda estava dentro de mim. E até hoje tento entrar em contato com ele. A literatura, na verdade, serve para colocarmos pra fora o bom e ruim dentro de nós.
Pensei que com a premiação da Biblioteca Nacional fosse abrir as portas das editoras para mim. Mas foi ilusão. Entrei em contato com várias do eixo Rio-São Paulo e nada. Na Revan, aqui do Rio, o livro chegou a ir para a revisão. A Objetiva chegou a mandar uma carta elogiando o meu trabalho, mas que terminava com um: “Você não é conhecido na mídia, logo não seria interessante investir em você.”
Então, no final de 2005, eu lançava o A Arte de Odiar por minha conta. A primeira edição foi só para amigos e lançada apressadamente durante um evento da Revista Bagatelas, da qual eu fazia parte. Toda edição foi esgotada na mesma noite, o que me surpreendeu.
Depois vieram mais 4 edições, todas esgotando-se rapidamente. Aí surgiu um problema. A fama do livro passou a se espalhar pelo Brasil, com pedidos vindo de todas as regiões. Cheguei a enviar exemplares também para Portugal e Itália. E como as custas de reembolso são muito caras, o que acabava encarecendo o livro, decidi fazer o mesmo que um número cada vez maior de escritores: disponibilizando suas obras através da internet. Em fins dos anos 90, quando o norte-americano Stephen King anunciou que iria comercializar o seu romance na web, muitos riram. Mas hoje em dia, até o nosso Paulo Coelho decidiu fazer o mesmo. Da nova geração de escritores, Daniel Galera e Daniel Pellizzari são alguns que também colocaram suas obras na web antes de serem pescados por grandes editoras.
Por isso estou comercializando o Arte por aqui. São 98 páginas, formato PDF bem fácil de ler. Como remuneração pelos três anos dedicados ao livro estou cobrando o preço de dois chopes ou duas águas de coco: R$ 5, via depósito bancário. É só pedir pelo juliocorrea19@gmail.com e mando via email. Com direito à dedicatória e autógrafo. Assim eu tenho a certeza de que facilitarei a vida das pessoas que moram em lugares distantes de mim.
Trechos do livro virão nos próximos post, assim como aventuras do Lacerda.
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PROMOÇÃO: E como não sou mercenário decidi dar um presente aos que costumam levar bala aqui. O primeiro que comentar e disser EU QUERO O MEU A ARTE DE ODIAR leva di grátis.


Um abraço a todos

17 Comments:

Blogger Yvonne said...

EU QUERO O MEU A ARTE DE ODIAR. Beijocas Yvonne

terça-feira, fevereiro 06, 2007 8:31:00 AM  
Blogger Yvonne said...

OOOOOBBBBBBBBAAAAAAAAA!!!! Escrevi apenas a frase para que outro não lançasse mão do meu direito soberano de ter o livro di grátis. OBA!!! Vou aguardar ansiosa. Beijocas super felizes.

terça-feira, fevereiro 06, 2007 8:33:00 AM  
Blogger Davi G. Araújo said...

Muito triste que talentos sejam rejeitados pela máquina editorial apenas por não terem notoriedade. Fica a pergunta: como farão os novos escritores?

Parabéns pela iniciativa! Como diria um amigo meu: Quem escreve quer ser lido!

P.S: Qndo rola um post sobre Raymond Chandler?

terça-feira, fevereiro 06, 2007 1:21:00 PM  
Blogger Tiago Moreira said...

Parece muito interesante o trabalho.
Vou quere comprar, depois faço pedido.
É mesmo muito triste e revoltante que tantos talentos da nossa literatura não tenham o devido espaço. Aliás toda a nossa literatura é feita de guerreiros, excetuando-se as panelinhas culturais Brasil afora.

Abraços.

terça-feira, fevereiro 06, 2007 8:40:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Opa, cheguei tarde....a Yvonne já levou, né? também querooooo..

Sei bem a barra que você enfrentou, mas não tiveram nem a delicadeza de uma desculpa? foi na cara dura? esse mundo editorial é lascado mesmo.

Como o Lacerda não existe? existiu no teu imaginário e existe no de quem lê suas histórias (as dele). Quero conhecer essa figura.

Beijos

terça-feira, fevereiro 06, 2007 10:50:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

Júlio:
Cheguei tarde e parabéns para a Yvonne.
Acho impressionante o descaso para com o escritor nacional, que acaba se tranformando em marginal - da literatura - pois não tem espaço nas editoras.
Defendo uma política de suporte ao autor nacional. Assim teríamos mais gente publicada.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 12:21:00 PM  
Blogger Jorge Ferreira said...

nao fui o primeiro....mas eu quero!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 5:02:00 PM  
Anonymous Anônimo said...

A recusa da máquina editorial é o maior elogio que um escritor poderia querer: simplesmente atesta que ele é bom demais.

Grande abraço.

P.S. Deixa eu me ajeitar aqui que compro o livro. Eu pago até mais caro pela versão impressa, porque ler no monitor é coisa que me deixa nauseado.

Grande abraço!

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 6:49:00 PM  
Blogger Vivien Morgato : said...

Tô te mandando o email.Quero com dedicatória, ooooooobbbbbvvvviiio.Parabéns e depois de ler, comento.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007 9:27:00 PM  
Blogger Unknown said...

Pena não ter chegado à tempo de ganhar o meu "de grátis".
quem sabe na próxima?

quinta-feira, fevereiro 08, 2007 9:20:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Legal que a YVONNE tenha conseguido,JULIO.
Ela bem merece!!
Abração!

quinta-feira, fevereiro 08, 2007 10:04:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

pô, cheguei atrasadíssimo, vou ter quer comprar, hehe. tu ainda tem algum exemplar do livro aí, Julio? eu preferiria a coisa impressa mesmo.

outras: preconceito contra literatura policial é coisa de bobão que nunca leu Georges Simenon, sempre leu James Joyce, nunca entendeu nada, mas quer dar uma de zé bonito. e, definitivamente, essas editoras brasileiras são uma lástima. burras, não fazem edição paperback, como nos EUA. autor conhecido na mídia é o cacete.

quinta-feira, fevereiro 08, 2007 11:10:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

ops, não entrou meu link...

quinta-feira, fevereiro 08, 2007 11:12:00 AM  
Blogger Vivien Morgato : said...

julio, respondendo pra vc: o livro eu quero, mas a dedicatoria era piada...heheh
abç.

sexta-feira, fevereiro 09, 2007 10:06:00 AM  
Blogger Adenor de Andrade said...

Este comentário foi removido por um administrador do blog.

sábado, fevereiro 10, 2007 12:54:00 AM  
Blogger JokerMan said...

Grande Julião.
É foda. Mas não esquenta. Estamos do seu lado. E a gente ainda vai rir pra caralho de tudo isso.
Abraços,

domingo, fevereiro 11, 2007 11:54:00 AM  
Blogger valter ferraz said...

Júlio eu quero a versão impressa. Mande-me um e.mail?
Valter.ferraz@gmail.com
Abraço

sábado, fevereiro 17, 2007 10:55:00 AM  

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