A Solidão dos Privilegiados
Há alguns posts atrás eu escrevi sobre pessoas que, por serem especiais, não conseguem se encaixar neste mundo. Pois voltei a pensar nisso, ao ler Gênios Da Vida Real, um artigo escrito pelo Julio Dario Borges, do Digestivo Cultural, e que nasceu após um e-mail recebido de uma leitora que não quis se identificar. O texto, além de muito sofrido, é quase um pedido de socorro e expõe o drama daqueles que vivem num país que despreza quem têm um quoeficiente de inteligência acima da média e, com isso, é condenado á mais terrível solidão. O Brasil definitivamente não sabe aproveitar os seus gênios e o depoimento desta mulher emociona pela coragem de expor a dor que não é só dela, é de milhares de outros que vivem calados, acuados, sentindo-se culpados por serem especiais.
Tomo a liberdade de reproduzir um trecho dessa matéria:
"Sabe, eu fui menina-prodígio, e do tipo raro, porque dominava mais de uma linguagem criativa: cantava afinadíssima desde os três anos, decorando letras em duas línguas além do português: o italiano e o francês. Desenhava desde os dois anos figuras humanas com olhos e bocas. Aprendi a ler e a escrever sozinha dos três aos quatro anos e escrevia poemas aos seis.Minha mãe e meu pai não sabiam o que fazer comigo, mas guardaram os registros: tenho fita gravada da minha voz, primeiros desenhos, poemas. Fiz um teste de QI aos cinco anos mas nunca me disseram o resultado exato, mas sei que foi bem acima da curva de Gauss. A pedagoga, segundo minha mãe, sugeriu que eu levasse uma vida tão normal quanto possível, estudando num colégio normal, etc, etc.Contudo, quando a gente é mesmo muito diferente, não adianta: a gente sofre muito. Não tô fazendo apologia do sofrimento de artista não, é sério. Fiz tentativa de suicídio duas vezes. Fiz psicoterapia (o que me salvou e ainda me salva quando estou no limite) muito tempo. Tiro um transtorno bipolar grau 4 de letra.Tô te confidenciando isso pq o artigo me tocou muito. Ninguém consegue ficar perto de gente anormal (acima da média do anormal, quero dizer, pq de perto...) muito tempo. É horrível. Na escola, na faculdade, vc tem sempre a sensação de estar absolutamente só, ser sempre o discordante, de não ter um grupo com o qual se identifique, e quando se tem um temperamento agressivo e se fala muito, como é o meu caso, consegue discutir e se dar muito mal na maioria das vezes, por mais bem intencionado que vc seja."
Para ler a matéria completa, mergulhe aqui.
Atoladinho - Reloaded
Pois é, gente. A chapa voltou a esquentar. Estou sem tempo de novo e os posts voltarão a ficar temporariamente curtinhos e esparços.
Peço perdão também por não estar respondendo aos comentários e por não estar visitando todos os blogs amigos como eu gostaria.
Grato pela compreensão
A gerência
14 Comments:
A pessoa a que nos remete seu post realmente está muito sofrida. Há uma enorme quantidade de "gênios incompreendidos", lá isso há. Várias causas podem concorrer para tanta dificuldade de integração, tanto dos "super" quanto dos "infra" dotados. Penso, todavia, que nem sempre a "inteligência" intelectual, a "capacidade criadora" e outras formas de inteligência se harmonizam num indivíduo, principalmente a tal "inteligência emocional". Esta, com certeza, é questionável também, pois muitos a confundem com "acomodação aos padrões" - o que não é verdade. Na vida, todos nascemos com várias potencialidades e deixamos muita promessa se esvair - seja por não dos darem valor, seja por nós mesmos as desperdiçarmos. Enfim, viver é lutar, mesmo!
Adequar-se ao mundo também é uma forma de demonstrar inteligência, com a palavra o Dr.Cláudio.
Atoladinho?? Trabalhe bastante, mas por favor não tente o suicídio!!
Boa semana!! Beijus
o que é "diferente" incomoda pq faz o outro se questionar...perguntar...andar na contra-mão. mas sempre foram estes os q mais me atraíram...beijo grande jc! ;)
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Doideira, esse texto. De muita valia!
Passando rapidinho p/ parabenizar pelo destaque no Magia Gif. Voltarei c/ mais calma pra ler e refletir . Bjuuuuusssss!!!!
O Brasil não sabe valorizar e aproveitar ,JULIO. Impressiona o pouco valor que damos à pessoas e muitas outras coisas.
Otima semana a vc
Abração!
Olá!
Vindo aqui por intermédio do amigo Zeca. Conferi o teu blogue e o achei interessante. Passarei depois para me deter mais nos assuntos.
Um abraço...
esse negocio de nivelar por baixo...e pessimo pra uns..e bons pra outros..
Buenas.
Julião, está desculpado.
Boa sorte nos seus projetos.
Abraço do amigo distante.
Desatole querido e pega leve...
beijossssssssss
Já havia lido no Digestivo e reli, novamente... muito bom.
Espero que o seu "atolamento" seja de bom grado, por trabalho e bons compromissos. Fique bem e em paz! beijosss
Normal. Passo por isso há mais de 15 anos. Desde muito cedo me desenvolvi rapidamente e de maneira excêntrica. Fui obrigado a aguentar a inveja no trabalho, na faculdade e noutros. Prefiro ficar sozinho mesmo, faço minha academia, leio livros, saio, faço o que posso..
O pior é que as pessoas invejosas nos enchem as paciências as vezes, mas depois de alguns anos aparecem sem graça, como rabo entre as pernas..
Outra coisa, preciso ficar calado noventa por cento do tempo.
não me considero gênio mas sei q sou acima da media( fiz alguns testes de qi e variam entre 135 a 140), aprendi a ler e escrever bem cedo, aos 4 anos, tenho facilidade pra passar em concursos( isso é bom rs), facilidade em aprender idiomas, etc.
só tive amigos na infância mas mesmo naquela época eu era excluído e isolado, os poucos amigos q tinha cresceram e se transformaram em criaturas detestáveis e fúteis...
Hj sou solitário pois acho o mundo louco, as pessoas fúteis e burras, não consigo gostar do q a maioria gosta e por isso não consigo gostar de quase ninguem, é horrível ser solitario mas é pior conviver com quem vc nao gosta...
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