Buenos Aires Para Sem Vergonhas
Bem, você já perdeu sua virgindade de Buenos Aires, foi bom pra você e agora tudo que deseja é esticar sua estadia ou voltar outra vez para conhecer o ponto G ou o Lado B da cidade. Em outras palavras, você já está íntimo e sem vergonha.
Pois bem, aí vai dicas menos turísticas para quem quer continuar desfrutando da capital argentina.
Mais relaxado(a), comece curtindo da arquitetura riquíssima e de padrão europeu. O Centro e a Recoleta são os melhores lugares para isso. Nos arredores da Plaza Gal. Martin (foto acima), há verdadeiras pérolas neste sentido.
Nunca senti vergonha de ser turista, mas se integrar à vida do local visitado é uma experiência que quem viaja deveria viver sempre.
E de repente você se depara com uma manifestação de ecologistas gritando e batendo panelas. A maioria dos turistas ou se afastariam correndo, ou apenas olhariam com curiosidade ou no máximo bateriam uma fotinha. Mas quando já se perdeu a vergonha da cidade e se está íntimo dela, por que não se misturar ao grupo como se aquilo lhe dissesse respeito. O que eles querem? Contra quem ou o quê protestam? Como protestam? Existe melhor maneira para se aprender sobre uma cidade e um povo?
Outra coisa que adoro em Buenos Aires são os jardins e parques. A área verde da cidade é bastante extensa e reservam locais muito gostosos para relaxar, sem pressa.
...cheio de lugares acolhedores. Por incrível que pareça, o lugar é menos frequentado por turistas do que possa parecer, apesar de bastante conhecido.
O acesso mais fácil é por metrô. Linha D-verde e saltar na Estação Plaza De Italia. Nessa altura do campeonato, acredito que você já esteja de posse de seu mapa da cidade. Então, será fácil de achar.
Gosto de caminhar no parque após o almoço. Às vezes, inverto e vou pela manhã e depois vou fazer o meu esporte preferido em qualquer cidade onde estou: sentar num café ou bar e ver a vida passar. Sem a pressa que os turistas geralmente têm. O turista sem vergonha, não. Ele não tem pressa. É capaz de ficar horas ali vendo assistindo ao melhor espetáculo de todos: a vida.
Sugiro um programa mais aconchegante e interessante. Ao invés de chope ou vinho, que tal um algo diferente? Que tal esquecer a balança e cair de boca num chocolate quente com pãezinhos, bolinhos e tortinhas e biscoitinhos, num lugar que é a Confeitaria Colombo de Buenos Aires?
Então, pegue o metrô da linha A e vá até a Estação Costa Barros. Ao saltar, olhe para o outro lado da rua e você verá a Confiteria Las Lilas. Atravesse a rua e seja feliz.
O lugar é tradicional e acolhedor. Cheios de senhores e senhoras que o frequentam há décadas. Gerações inteiras passaram por alil. Raríssimos turistas aparecem. Os preços não são tão simpáticos, mas valem cada centavo. O atendimento é bom.
Há dois tipos de chá completos. Ambos dá para duas ou três pessoas, dependendo da fome. Imperdível!
Pois bem, aí vai dicas menos turísticas para quem quer continuar desfrutando da capital argentina.
Mais relaxado(a), comece curtindo da arquitetura riquíssima e de padrão europeu. O Centro e a Recoleta são os melhores lugares para isso. Nos arredores da Plaza Gal. Martin (foto acima), há verdadeiras pérolas neste sentido.
Outro local para se curtir os resquícios do período de ouro da cidade, entre as décadas de 40 e 60, quando Buenos Aires atraía celebridades de todo o mundo e era considerada um pedaço europeu na AL. Esse período foi morto por sucessivas crises econômicas, crises políticas e uma das mais crueis ditaduras que o continente viveu.
Aí, você vai dizer: Mas isso é programa de turista! Em primeiro lugar, você é turista e não há motivos para se envergonhar disso. Só que agora você está vivenciando a cidade e não mais a conhecendo apenas. Os turistas virgens vão atrás do Café Tortoni ou, no máximo, do Edifício Palacio Barolo(no 1370 da Avenida de Mayo). E estão apressados demais para prestar atenção á riqueza dos detalhes de um tempo em que BUA era mais requintada.
A avenida de Mayo(foto) é para ser percorrida desde a Plaza Del Congresso - prestando atenção no belíssimo prédio do Congresso argentino - até a Plaza de Mayo. Passando batido, como já falei, pelo tal Café Tortoni. Turista descolado prefere um café mais comum, onde ele possa ser confundido com um local.
Sugiro o Café London City, há poucas quadras do Tortoni, descendo a avenida em direção a Plaza de Mayo, como você estivesse indo para a Casa Rosada (foto). Tranquilo, bom atendimento e preços muuuuuito mais justos. E nem sombra de turistas barulhentos e ansiosos em perder a virgindade.
Sugiro o Café London City, há poucas quadras do Tortoni, descendo a avenida em direção a Plaza de Mayo, como você estivesse indo para a Casa Rosada (foto). Tranquilo, bom atendimento e preços muuuuuito mais justos. E nem sombra de turistas barulhentos e ansiosos em perder a virgindade.
A avenida Corrientes é conhecida como a Broadway portenha, devido a grande concentração de teatros. E o teatro argentino pode lhe reservar boas surpresas. Mais uma vez, a Time Out pode lhe ser útil neste sentido. Acima, a versão original de Mais Respeito Que Sou Sua Mãe, que está em cartaz no Rio, numa versão do Falabella & Cláudia Jimenez, que tem consquistado crítica e público.
O espetáculo é uma adaptação do impagável Antonio Gasalla - que está no papel principal - de um conto do próprio diretor Hernán Casciara e está bombando. Assistir em BUA além de ser mais barato, é interessante para se ter a visão de uma família portenha. Para quem quiser arriscar, está em cartaz no Teatro El Nacional, Av. Corrientes, 968, próximo à Nove de Julho. Convém comprar com antecedência. Masi detalhes, mergulhe aqui. A peça já está em cartaz há um ano e não sei até quando ficará. Portanto, corra! Enquanto a maioria dos virgens está lá gastando seus pesos em shows de tango totalmente fakes, você está entrando em contato com a autêntica vida cultural argentina
Na região existem alguns bons restaurantes que são ignorados pela turistada. Um deles é a Pizzaria Guerrin, sobre a qual falei no outro post, mas só agora mostro uma foto do seu interior. O ambiente é simples, nada modernoso ou pretensioso. A decoração é de uma típica pizzaria italiana da antiga. Os preços são bons e o atendimento é ainda melhor. Note bem que fomos no início da noite e a encontramos assim. Se você for mais tarde, principalmente nos finais de semana, vai encarar filas. Nem sinal de turistas. E você se sente um local.Nunca senti vergonha de ser turista, mas se integrar à vida do local visitado é uma experiência que quem viaja deveria viver sempre.
E de repente você se depara com uma manifestação de ecologistas gritando e batendo panelas. A maioria dos turistas ou se afastariam correndo, ou apenas olhariam com curiosidade ou no máximo bateriam uma fotinha. Mas quando já se perdeu a vergonha da cidade e se está íntimo dela, por que não se misturar ao grupo como se aquilo lhe dissesse respeito. O que eles querem? Contra quem ou o quê protestam? Como protestam? Existe melhor maneira para se aprender sobre uma cidade e um povo?
Outra coisa que adoro em Buenos Aires são os jardins e parques. A área verde da cidade é bastante extensa e reservam locais muito gostosos para relaxar, sem pressa.
Gosto muito do Bosques de Palermo...
...onde os portenhos vão pegar um sol. Nem que seja um sol de 17 graus.
É um parque muito grande, ótimamente conservado...
...bonito e...
...cheio de lugares acolhedores. Por incrível que pareça, o lugar é menos frequentado por turistas do que possa parecer, apesar de bastante conhecido.
O acesso mais fácil é por metrô. Linha D-verde e saltar na Estação Plaza De Italia. Nessa altura do campeonato, acredito que você já esteja de posse de seu mapa da cidade. Então, será fácil de achar.
Gosto de caminhar no parque após o almoço. Às vezes, inverto e vou pela manhã e depois vou fazer o meu esporte preferido em qualquer cidade onde estou: sentar num café ou bar e ver a vida passar. Sem a pressa que os turistas geralmente têm. O turista sem vergonha, não. Ele não tem pressa. É capaz de ficar horas ali vendo assistindo ao melhor espetáculo de todos: a vida.
Palermo Soho fica bem perto dos Bosques. É só seguir uma das ruas que começam na avenida Santa Fé, próximas a Estação da Plaza di Italia. Olhe no mapa e será fácil. Palermo é bem turístico. Os virgens vão conhecer. Os sem vergonhas vão para curtir.
É a parte cool e moderna da cidade, bem diferente do tradicional e refinado do centro. Me incomoda um pouco a tentativa de ser a versão portenha do Soho nova-iorquino ou londrino, mas é um local que deve ser curtido sem pressa. Reserve uma tarde para esse bairro. Palermo Holywood fica logo depois, além da linha férrea. Mas nunca achei a menor graça ali. O tempo que você gastaria indo até lá, aproveite para esticar sua permanência em Palermo Soho.
Aí, chove e faz frio. O que fazer?
A maioria dos turistas irá se abrigar num shopping ou na Galeria Pacifico. Sugiro um programa mais aconchegante e interessante. Ao invés de chope ou vinho, que tal um algo diferente? Que tal esquecer a balança e cair de boca num chocolate quente com pãezinhos, bolinhos e tortinhas e biscoitinhos, num lugar que é a Confeitaria Colombo de Buenos Aires?
Então, pegue o metrô da linha A e vá até a Estação Costa Barros. Ao saltar, olhe para o outro lado da rua e você verá a Confiteria Las Lilas. Atravesse a rua e seja feliz.
O lugar é tradicional e acolhedor. Cheios de senhores e senhoras que o frequentam há décadas. Gerações inteiras passaram por alil. Raríssimos turistas aparecem. Os preços não são tão simpáticos, mas valem cada centavo. O atendimento é bom.
Há dois tipos de chá completos. Ambos dá para duas ou três pessoas, dependendo da fome. Imperdível!
Mas você não será um sem vergonha completo em BUA se não gastar os seus últimos pesos em uma tarde de degustação no café do Hotel Avelar (a foto acima é de 2007, mas o local não mudou praticamente nada), na avenida do mesmo nome, na Recoleta. Esse prédio suntuoso, que já abrigou algumas das famílias mais ricas da cidade no século XIX, antes que a burguesia debandasse do Centro, devido a uma epidemia de febre amarela. É hoje um hotel exclusivo, mas que abre seus salões para os mais abonados. Eu disse os mais abonados. O quê? Você tem vergonha de entrar num lugar tão luxuoso? Então, pare de ler este post e vá tomar...
...lanchinho naqueles fast foods dentro das Galerias Pacífico (foto da entrada da Av. Cordoba), porra! Esse post é para quem deixou a vergonha no Brasil.
...lanchinho naqueles fast foods dentro das Galerias Pacífico (foto da entrada da Av. Cordoba), porra! Esse post é para quem deixou a vergonha no Brasil.
Gaste 100,200 ou 300 comendo delícias de primeira, tomando chá em porcelanas importadas, sentados em cadeiras com assento em veludo - que os garçons puxarão para vossa excelência se sentar -, sendo chamado de senhor ou madame pelos garçons bilíngues e tomando vinhos de safras que você nem ousaria pedir aqui. Mesmo por que, não conheço nada parecido, pelo menos no Rio.
Chegue de táxi, por favor, de cabeça erguida e saia deixando boa gorjeta para o garçon. Sua auto-estima irá lhe agradecer.
De qualquer forma, não tenha vergonha de ser feliz nesta cidade, onde o moderno e o histórico convivem como irmãos, onde os preços são convidativos, os locais públicos oferecem conservação e limpeza acima da média da maioria das capitais brasileiras, onde a noite é animada, onde os serviços funcionam relativamente bem e onde a parte cultural é bem diversificada. E além do mais há muito, muito charme. Merece ser visitada por quem não tem vergonha de ser feliz.
Nada melhor de dicas de um local. Por isso não se esqueçam de colar com o Marcelo Barbão e ficar sabendo de points totalmente descolados.
No próximo post, eu ensino como visitar a bucólica Colonia Del Sacramento. Fui!
De qualquer forma, não tenha vergonha de ser feliz nesta cidade, onde o moderno e o histórico convivem como irmãos, onde os preços são convidativos, os locais públicos oferecem conservação e limpeza acima da média da maioria das capitais brasileiras, onde a noite é animada, onde os serviços funcionam relativamente bem e onde a parte cultural é bem diversificada. E além do mais há muito, muito charme. Merece ser visitada por quem não tem vergonha de ser feliz.
Nada melhor de dicas de um local. Por isso não se esqueçam de colar com o Marcelo Barbão e ficar sabendo de points totalmente descolados.
No próximo post, eu ensino como visitar a bucólica Colonia Del Sacramento. Fui!
Marcadores: Viagem
5 Comments:
Julio Cesar,
Toda vez que chego aqui no seu blog, vem aquela vontade de desbravar o mundo.
Noite de luz, querido amigo.
Rebeca
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Julio Cesar,
Adorei!!! Vou p BAs no carnaval e vou me inspirar nos seus posts.
Bjos!
Faço minhas as palavras da Rebeca,JULIO.
Saio do seu blog com muuuita vontade de viajar e ter este seu olhar,rsss
Aproveito pra te convidar para uma pequena comemoração hoje por la.
Abração!
Grande Julio!
Mais uma de suas belas postagens com dicas preciosas de algum ponto do planeta.
Eu estive em Buenos Aires em outubro do ano passado e voltei, totalmente apaixonado, no carnaval deste ano. prometi a mim mesmo que voltaria pelo menos uma vez por ano a Bs. As.
Conheci alguns dos pontos que você mencionou, outro, não. Ainda.
Fiquei impressionado com o tamanho dos teatros de lá. Vi uma montagem do Fantasma da Ópera que nada ficava a dever à Broadway.
O povo de lá - por conta das crises que passaram e por precisarem de nosso dinheiro - é afável e hospitaleiro. Sou fã de Buenos Aires!
Carpe diem. Aproveite o dia e a vida.
Que bom que acheimo seu blog!
Ane
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