domingo, outubro 19, 2008

É de perder a cabeça

Durante a minha rápida passagem por Paris, fiquei ali perto do Jardin du Luxembourg, em Montparnasse. Local não tão freqüentado por turistas e que eu não conhecia. Uma pena! Pois é terceiro lugar mais bonito de Paris, na minha opinião.


Aliás, é a cara da capital francesa, onde a elegância e a sofisticação, são a tônica. Se Londres se preocupa em ser original e moderna; Paris se preocupa em com a finesse. Nada de arrogância ou esnobismo. A elegância dos parisienses se mostra justamente nas coisas mais simples da vida: na arte de apreciar um vinho, de ouvir boa música, de saborear uma ótima refeição, de absorver cultura.
Nada contra, mas quem ficou rico jogando futebol, cantando axé music, abrindo francisings, posando nua, participando de BBB ou aplicando golpes, não deve nem desembarcar no Charles- De-Gaulle, pois corre o risco de morrer de tédio.
Paris é uma cidade para quem leva a vida com arte.
E isso independe de classe social.
Em quantas cidades do mundo você encontraria com uma construção como o Palácio de Luxembourg - que deu nome ao parque -, no meio de um bairro qualquer, como se fosse a coisa mais banal?
E as cadeiras espalhadas ao redor do jardim foram postas ali para que os estudantes da Sorbonne, que fica há algumas quadras, possam estudar ao ar livre.

Eu seria um CDF nessas condições. Aliás, responda rápido: quais as chances de sobrevivência dessas simpáticas caderinhas na Quinta da Boa Vista ou Aterro do Flamengo, no Rio, ou no Ibiapuera, em Sampa?


A gente viaja, geralmente, para ver o que não encontra em nosso habitat. E eu gostaria de encontrar mais jardins tão bem cuidados como esse...

...ou alamedas como essa, que no auge do outono, devem emocionar até os corações mais insensíveis.

E por falar em Sorbonne, a mundialmente conhecida universidade, palco de incendiárias rebiliões, em maio de 1968, fica num conjunto de prédios meio sem graça - para os padrões parisienses. Mas gostei desse bebedouro unto a uma das entradas laterais.


68? Nada mais lembra a Sorbonne de quarenta anos atrás, é claro. A coisa mais revolucionária que encontrei por lá foi essa versão do clássico de Shakespear, Muito Barulho Por Nada.

O segundo lugar mais incrível, para mim, em Paris foi a Place des Voges, um quadrilátero formado por casas com cerca de quatrocentos anos de idade. Bem próximo ao Centro, essa praça é um oasis de paz, beleza e silêncio, protegido por esse incrível conjunto arquitetônico, que só é possível de ser encontrado em uma cidade que sabe preservar o seu patrimônio. Vitor Hugo morou em uma dessas casas.

Ficar sentado em praças nunca foi o meu esporte preferido, mas como resisitir a isso?

Como se não bastasse, se você achar que ficar sentado em praça é coisa patética, pode se sentar nos cafés que funcionam sob as construções de quatro séculos.
Vou repetir: É de perder a cabeça!!!!!

Escultura próxima ao Centro Georges Pompidou.

Ah, o primeiro lugar dos lugares fantásticos em Paris merece um post a parte.

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4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oi,JULIO

Desculpe o comentario padráo,mas hoje é dia de festa por lá e conto com os amigos ( as ) como vc para fazer parte dela.

Abraços!!

segunda-feira, outubro 20, 2008 3:26:00 PM  
Blogger c said...

Uau, deu vontade de conhecer Paris!!

segunda-feira, outubro 20, 2008 5:01:00 PM  
Blogger Lila Rose said...

As cadeiras não durariam uma hora no Aterro do Flamengo...ahauhauhaua!!!!

Nossa, definitivamente eu não sou uma mulher do país tropical... vontade louca de sair daqui!

Bisous.

sexta-feira, outubro 24, 2008 7:56:00 PM  
Blogger Marco said...

Uau! Agora teremos Paris???
Maravilha!
Rapaz, que lugares maravilhosos você nos trouxe...
Puxa... queria fazer uma viagem assim... Imagino o banho de civilização que você tomou.
E não, as cadeiras na Quinta ou no Aterro não durariam um segundo. Que triste saber de coisas assim na nossa cidade, não é?
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

sábado, outubro 25, 2008 12:18:00 PM  

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