quarta-feira, julho 29, 2009

Ooooooooooooommmmmmmmmmmmmmm

Daqui a pouquinho, o mundo vai celebrar os quarenta anos do festival que tentava provar ao mundo que uma vida alternativa era possível.
O guru indiano Swami Satchidandanda foi levado de helicóptero até aquela fazenda, no interior do estado de Nova Iorque, para difundir aos cerca de 500 mil jovens, os benefícios da yoga.
Praticar yoga, naqueles tempos, era algo tão estranho, bizarro, provocante e anti-sistema, quanto o uso de drogas e o nudismo que se praticava no local, assim como a música que se tocava no palco.
Foi por isso que o guru indiano foi levado até lá.
Pois quarenta anos se passaram e olha aí em cima, centenas de cidadãos de classe média, no Bryant Park, na mesma Nova Iorque, no mês passado, durante um encontro anual de praticantes, promovido por uma academia. A foto está na revista New Yorker desta semana. E é uma prova fiel de que o sonho daqueles jovens em Woodstock não foi tão fracassado assim.

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terça-feira, julho 21, 2009

Em Flagrante

Não, essa senhora acima não praticou nenhum crime. Ela só está reclamando desses músicos de rua que todos os dias tocam em frente a sua casa, em uma rua do Brooklyn.
Momento saia justa que nunca se tornaria notícia na mídia e que só mereceria destaque mesmo em um blog. Pois o New York Daily Photo, como o nome mesmo diz, é um diário do cotidiano da Big Aple, em fotos, clicadas pelo excelente Brian Dubé. Nova Iorque costuma ser muito glamurizada pela mídia, mas é uma metrópole cheia de problemas. Os gritos dessa senhora, reivindicando um pouco de paz, são um exemplo disso.
New York Daily Photo é um blog com B maiúsculo porque tem a maior virtude de um bom site pessoal: mostrar ou contar aquilo que a mídia não mostra, finge que não vê, não quer ver ou ignora.
Sejam fotos documentais de eventos marcantes, como fãs prestando sua homenagem a Michael Jackson,... ... ou do desfile do Dia do Orgulho Gay, em junho último; ou fotos de lugares que nenhum guia turístico irá mostrará a você, em Nova Iorque,...

...seja na inimaginável tranquilidade de uma rua no subúrbio da metrópole mais agitada do mundo ou na incrível beleza de uma praia nos arredores,...
...seja na alegria de ver músicos tocando para pessoas dançarem em plena rua, numa tarde de verão, em uma cidade descrita pela mídia como desumana,...
...ou a maravilhosa banalidade de um esquilo comendo batata frita, em um parque.
E mais: como Brian é um local e circula muito por lá, ele ainda dá excelentes dicas de bares, restaurantes, points, lojas, galerias de arte, etc, muito antes de qualquer profissional de mídia moderninho ou guia descobrir.
É um blog essencial não só para quem gosta de fotografia ou quem gosta de Nova Iorque, mas para quem aprecia a arte de captar a beleza do cotidiano, do banal, do rotineiro.
Na verdade, esse blog é uma prova de amor de um homem pela sua cidade, mostrando muito mais do que fotos turísticas, e, sim, suas belezas e mazelas, como que a pegá-la em flagrante.
Gostaria que alguém fizesse o mesmo por alguma grande cidade brasileira.

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domingo, julho 19, 2009

Na veia



Fila quase dobrando o quarteirão. Pessoas ansiosas (será que vou conseguir?). Alegria de quem conseguiu; frustração e revolta dos que perderam tempo e voltavam pra casa com as mãos vazias.
Em plena crise econômica, você deve estar pensando que estou descrevendo uma fila de emprego. Nada disso!
Começou sem muito alarde. Estreou no pequeno teatro do Oi Futuro, no bairro do Flamengo, zona sul do Rio. Era o mês de março último e havia pouco interesse na peça de nome esquisito e escrita por um autor desconhecido(embora muito premidado). Mas bastou a influente e temida crítica teatral do O Globo, Bárabara Heliodora, morrer de amores pelo texto do canadense Daniel Macivor, para que In On It se tornasse o mais recente fenômeno da cenário teatral carioca.
Desde os saudosos tempos de Irma Vap ou A Partilha, não vejo gente descabelada e perdendo a educação por causa de um ingresso. Fiquei curioso e me mandei para o Oi Futuro, que, aliás, fica no meu bairro. Não consegui.
Quando voltei dos EUA, tentei novamente e nada. Os ingressos estavam esgotados até o final da temporada, que seria em 28 de junho. Fiquei ainda mais curioso.
Para minha sorte, a temporada foi prorrogada até este domingo e na última sexta feira, fui um dos privilegiados a conseguir um ingresso, após uma fila desanimadora.
Bem, Bárbara Heliodora tinha razão. In on It é o trabalho mais criativo e moderno a baixar nos palcos brasileiros nos últimos anos. No pequeno palco, apenas dois atores (Emílio de Mello, do elenco original, e Enrique Diaz, que é o diretor, e que teve que substituir ás pressas Fernando Eiras, acometido de uma apendicite). O cenário: apenas duas cadeiras. O texto conta a história de dois amigos gays, atores que estão ensaiando uma peça e vão percebendo o quanto a história e os personagens estão enroscados nas suas vidas.
Na verdade, In on It é o teatro na sua mais genuína expressão. Uma aula de arte cênica, é teatro na veia. Tem dança, tem comédia, tem dublagen, há quebra da quarta parede - quando os atores se relacionam com o público -, tem drama e tem dois excelentes atores, interpretando diversos papéis, o que ficaria confuso num texto frágil. Mas nem de longe isso acontece ali. Além do mais, a peça discute o processo de criação e interpretação daqueles que lidam com a arte cênica e o quanto de pessoal pode haver no trabalho do ator e autor. Tudo isso com a originalidade, a rapidez e o humor que o teatro moderno exige.
In on It é sobre a pressa, a ansiedade, o individualismo, a solidão e a perplexidade dos dias de hoje. Quando um dos personagens fala perplexo sobre "skatistas dirigindo uma multinacional (se referindo à garotada que comanda a Google)", por exemplo, percebemos como esse texto é moderno e atual.
Bárbara Heliodora estava certíssima quando definiu o espetáculo como "uma experiência imperdível". Mas o outro mérito de In on It foi ter assassinado o mito de que o público carioca só gosta de comédias e textos fáceis. Veio provar que bons textos ainda têm lugar por essas terras, graças a Deus!
Quando você estiver lendo este post In on It deve estar saindo ou já deve ter saído de cartaz. Para os cariocas fica o consolo de que ela voltará em agora no início de agosto, no Teatro Clara Machado. Os paulistas parece que terão que esperar até 2010. Mas seja onde for que você viva, In on It chegando em sua cidade, brigue por um ingresso. O bom teatro merece.

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domingo, julho 12, 2009

Cinco Estrelas

Assim que cheguei no Rio, além da praia, corri para um lugar muito legal que descobri recentemente. Fica dentro da Escola de Artes do Parque Lage, local pouco procurado pelos visitantes da Cidade Maravilhosa.
É o Café Du Lage, ao redor da piscina existente bem dentro da área interior da Escola.

Tudo bem, não é o mesmo que tomar café na Pérgola do Copacabana Palace. Mas é um lugar gostoso e acaba saindo em vantagem pela descontração. E o preço, é claro!
As fotos a seguir foram tiradas no site deles, onde você pode pegar mais informações.

Lá, senta-se assim...

...ou, se você quiser, assim...

...ou assim. Nos finais de semana, o café da manhã é bem à beira da piscina.
Isso tudo, cercado...




...pelo verde do parque, que apesar de um pouco mal cuidado, deixam o seu café da manhã mais aconchegante. Merece cinco estrelas ou não?

Aliás, depois de me atrever a fazer críticas sobre as três cidades americanas que visitei, nada mais justo que eu faça uma auto-crítica e dê as cotações sobre a minha cidade. Aí vai...

Transporte: Além da segurança, esse é o calcanhar de aquiles do Rio. O metrô é insuficiente e os demais transportes públicos são muito ruins. Alugar um carro, porém, é barato. Mas só recomendo para quem conhece bem a cidade. O serviço de táxis funciona bem, mas, como na maioria das cidades do mundo, os taxistas cariocas não merecem muita confiança.

Preços e custo de vida: Não acho o Rio uma cidade cara, perto de outras cidades do mundo e mesmo do Brasil.

Belezas naturais: A modéstia aqui vai pra o ca...te: É a capital mais bonita do Brasil. Não se iluda, pensando que você vai conhecer mesmo o básico em um final de semana. Prepare-se para voltar muitas outras vezes, se quiser conhecer pelo menos a metade. Tenho cinquenta anos nesta cidade e ainda falta conhecer muita coisa.

Compras: Já teve melhores dias, mas ainda tem um bom polo comercial. Para comprar artigos de praia, não existe cidade melhor no mundo. Afinal, nós praticamente exportamos esse tipo de moda.

Noite: Também já teve seus melhores dias, mas ainda está bem diversificada, não é cara e continua animada.

Segurança: Nota zero. O Rio é muito perigoso. Não tanto quanto a mídia faz crer, talvez não tanto quanto a outras cidades brasileiras, mas o turista tem que ficar esperto. O problema é que talvez seja a única cidade no mundo onde a violência não fica na periferia, está em todos os lugares. Mas não chega a comprometer a visita. Pode ser que você venha e nem veja um vestígio de violência. Mas ela existe.

Receptividade: Nota dez! Embora o carioca já tenha sido mais boa praça, continua um povo muito afetuoso com o turista.

Micos: Conhecer só os pontos turísticos tradicionais(Pão de Açucar, Corcovado, Copacabana, Ipanema, etc) e ignorar os alternativos. Acabei de dar uma dica de um lugar alternativo que merece ser visitado.

Visitar o Rio no verão. Fuja! Melhor época para vir: março a outubro.

Fui!!

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sábado, julho 04, 2009

Luto em família

Há mais ou menos cinqüenta anos uma bela, alegre e numerosa família começava a nascer. Essa família, surgida nos EUA, gerou uma filharada da mais fina estirpe. Um blog é pouco para abrigar toda sua linhagem. Mas entre as crianças estão, entre milhares de outros,...

... The O´Jays,...


...Mrs. Aretha Franklin,...

...Curtis Mayfield & The Impressions,...


...Blue Magic,...


...o pessoal do Gladys Knights & The Pips,...


...The Isley Brothers,...


...os rapazes do The Temptations,...


...o orgulhoso papai Brown, of course,...


...The Manhattans,...


...The Four Tops,...


...Marvin Gaye,...


...eles mesmo,...


...Little Stevie, para os íntimos,...


...as meninas do The Supremes,...


...assim como Martha & The Vandelas,...
...e um molequinho que...
...brilhou com outros irmãos, mas estava destinado a brilhar ainda mais sozinho.


Esse menino seguiu por caminhos obscuros. Mas a família é tão generosa que não só continuou a a amá-lo, como chora agora a sua passagem, justamente nessa época de festa.

A família está de luto. Então vamos dançar!

Não, não estou louco. Mas qual melhor presente a dar a toda essa gente que durante meio século tem feito o mundo, se levantar e dançar?

Então, por que você não pega alguém que você ame, afaste os móveis da sala e homenageie essa família brilhante que tanta alegria trouxe a esse mundo?

Certamente, o caçula dos Jacksons aprovaria.
Vida longa à soul music!!!!!


Byyyyyyyyyyye, Michael! Luz pra ti!
* Trilha sonora: The Manhattans, Wish that you were mine (não coloquei Michael Jackson porque vocês certamente devem ter ouvido muito dele ultimamente)

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