sexta-feira, fevereiro 27, 2009

Obra prima & Diarréia

Em julho de 2006, o site Rate your music publicou esta lista das 100 piores capas de discos de todos os tempos.
Eu até até fiz um post sobre o assunto.
Mas até hoje, de vez em quando, ainda pipocam em blogs, listas sobre quais seriam as melhores ou piores capas.
Para encerrar este assunto por aqui, decidi instituir troféis para a melhor e a pior.



Obra Prima
Na minha humilde opinião, a melhor capa de todos os tempos é essa do disco da já extinta banda inglesa Free. Foi lançado em 1969, época em que as gravadoras investiam muito nas capas, como forma de vender o produto, o que acabou produzindo verdadeirs obras de arte, como esta. Foi uma época em que, além do conteúdo, comprava-se também pela capa.

A partir da segunda metade dos anos 70, e muito mais depois do aparecimento do Cd, as gravadoras e os próprios artistas passaram a descuidar deste importante item.
Esta capa do Free é nota dez em todos os quesitos(criatividade, beleza, bom gosto e perfeita comunhão com o título). Até conheço o conteúdo deste disco, que, por sinal, está aquém da capa. Sem dúvidas, merecia uma moldura.



Diarréia

Desde 2006, continua imbatível a capa deste disco de 1990. Ainda não encontrei nada pior. É uma pena! Conheço o trabalho da Millie e a considero uma grande cantora de soul music. Mas ela deveria ter um pouco de noção e se recusado a pagar este mico.
Alguém de sã consciência compraria um cd com esta capa? Ou, pior: imagine você recebendo de amigo oculto algo com tal apresentação. Ou em sua festa de aniversário, você com a boca cheia de bolo, tirando o cd do embrulho!
Essa capa é um claro exemplo de marketing assassino. Ela parece dizer: "Você não está vendo Ms. Millie Jackson com diarréia em estado terminal. Você está vendo Ms. Jackson preparando este disco que você está pensando em comprar".
Chá de boldo nela!!!!!!!!!!

Fala sério!!!!!!!

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quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Ninguém me ama, ninguém me quer

Foto de Gail Albert Halaban e que ilustra a abertura da tal matéria da revista New Yorker

O título deste post representa a imagem que durante muitos anos se tinha das pessoas que viviam solizinhas. Elas eram minoria e achávamos que se viviam só era porque deveriam ser seres indesejados.
Que esse preconceito começou a cair, a partir da década de 90 e que o número de pessoas que vivem só por opção está aumentando incrivelmene no mundo todo, já não é novidade.
Que me perdoe Vinícius de Moraes, mas parece que é possível ser feliz sozinho, sim. Pelo menos é o que demonstra essa excelente reportagem da Revista New Yorker, publicada no final do ano passado, mas que por motivo de viagem, só agora falo aqui.

A novidade é que um dos mitos que a Revista tenta derrubar é o de que os solitários vivem melhor em cidades pequenas ou quanto maior a cidade, maior a solidão. E para exemplificar isso, eles pegam pesado, tomam como base a maior metrópole do mundo.

Uma coisa que sempre me chamou atenção na Big Apple é o número de pessoas sozinhas nas ruas. Mas depois dessa matéria irei olhá-las de outra forma.

Por falar em viagem, você acreditou quando falei que daria um tempo nas minhas andanças? Humpf! Você, hein! Francamente!


Pedras do Grito e do Feto.


Mas é que detesto verão. Mas se temos que encará-lo, é melhor fazê-lo com dignidade.

Na Ilha Grande, de preferência, onde tenho passado uns dias. E estou tão cansado e queimado de sol, que por enquanto vou dizer só isso. Mais fotos, no Flickr.
Ótimo carnaval a todos e juízo!

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segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Nós vamos sentir saudades de 2008 por causa de... - Parte III - Alô, mediocridade! Recolham seus bagulhos porque aí vem...

Adoro o Rappa! Mas com aquele negócio de viajar pra lá e pra cá, só recentemente pude ouvir o último CD da banda carioca, 7 vezes, lançado em agosto.
Conheço todo o trabalho do grupo e todos os CDs são bons. Mas nesse eles se superarm.
As músicas continuam falando em violência, miséria e injustiças sociais. Aliás, ouvi-los falar sobre isso, não nos dá aquela sensação de que é apenas bacana ou politicamente correto. Outras bandas falam sobre esses mesmos assuntos. Os Paralamas do Sucesso - que eu igualmente adoro -também falam. Mas...sabe como é, o Herbert Vianna foi criado em Brasília, dirige carro importado e usa roupas de grife. A Legião Urbana também falava, mas...sabe como é...o Renato Russo - que Deus o mantenha junto de gente boa como Hendrix, Joplin, Marvin Gaye, Cartola, Elis - também foi criado em Brasília, viveu nos EUA...
O Rappa cheira a Lapa, cheira a tensão de se entrar num ônibus de madrugada em certos pontos do Rio, cheira ao medo de se levar uma dura da PM carioca na calada da noite, cheira ao terror de se deparar com uma bala perdida, cheira a favela, cheira a periferia.
A primeira música do Cd, Meu Santo Tá Cansado, já vale a compra. Assim como no Cd Rappa-Mundi, ao ouvir Miséria S/A, a gente tinha a impressão de alguém que andava de ônibus e já havia sido perturbado pelos vendedores ambulantes chatos que costumam subir nos coletivos para vender toda a sorte de porcaria, agora você não apenas ouve, mas sente o cansaço do cara que vive numa cidade decandente, abandonada pelas autoridades, oprimida pela ditadura dos espertos e onde a vida humana vale muito pouco. Aliás, todos conhecem a tragédia na carreira desta banda, que teve um ex-membro quase morto (Marcelo Yuka), ao tentar salvar uma moradora do seu prédio, durante uma assalto, em outubro de 2000.
Criativos como sempre, a rapaziada do Rappa deu salto a frente neste trabalho, com arranjos espertíssimos, ousados e modernos. Até uma guitarrinha tem um papel de maior destaque, assim como os teclados.
Não há no Aurélio uma palavra que traduza esse disco, então vou ficar com brilhante mesmo. Disparado o melhor lançamento de 2008.




Nota mil!!!!

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