sexta-feira, junho 29, 2007

Frases que a gente lê ou ouve por aí - V

Brando no cartaz da peça, que alavancou sua carreira.



"Eu sempre dependi da gentileza de estranhos."





Porque neste ano, mais precisamente em 3 de dezembro, o teatro mundial comemorará os 60 anos deste que foi um dos maiores clássicos do teatro moderno de todos os tempos. Isso mesmo, Um Bonde Chamado Desejo, estreava na Broadway em 2/12/47 e o teatro nunca mais foi o mesmo. Tennessee Williams, falecido em abril de 1983, foi o meu dramaturgo preferido e sua Blanche Dubois, um dos papéis mais difíceis do teatro mundial. Seria interpretado belissimamente nas telas pela Vivien Leigh quatro anos depois. E é dessa personagem inesquecível a frase acima, que, talvez depois do "Ser ou não ser...?", do Hammlet, de Shakespeare, seja a frase mais badalada da terceira arte. E até hoje nos toca. Pois quem nunca dependeu, pelo menos uma vez?


Outras frases marcantes nesta obra do Tennessee, um mestre dos diálogos:


"Ah, o desejo! Esse bonde correndo barulhento pelas ruas estreitas!"


"Mulher direita? Uma régua pode ser direita. Uma rua pode ser direita, mas o coração humano..."


"Às vezes, Deus age tão rápido."


"Desejo, o oposto da morte."

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quinta-feira, junho 28, 2007

Em boca fechada...



Estavam lá os dois. O clima perfeito, o casal perfeito, o cenário perfeito.

Aí, de repente, ela diz:

"Isso aqui está me lembrando o meu ex..."

E broxou tudo.

Se ela tivesse lido As 15 coisas que os homens mais odeiam ouvir de uma mulher, publicado no jornal inglês The Observer, não pagaria este mico.

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terça-feira, junho 26, 2007

Power to the people

O No Mínimo, conforme já anunciei aqui, o melhor site informativo da web brasileira está fechando suas portas...ou sua página, por falta de patrocínio. E além do choro dos leitores assíduos, não está havendo nenhuma repercurssão em relação a esse fato.
A Cultura está em greve em todo o país e também não parece sensibilizar ninguém.
No governo Lula o povão tem aumentado o seu poder de compra, como há muito não se via. Isso é um fato. Eu converso com porteiros, faxineiras, comerciários e motoristas de ônibus e todos confirmam estarem se sentindo mais cidadãos. O povo parece que finalmente chegou ao poder, não só porque nosso presidente veio do povo, mas porque enquanto a classe média, maior consumidora de cultura, vem tendo o seu orçamento esmagado por uma carga tributária cruel, o povão está tendo mais poder de fogo para gastar em entreterimento. Por isso a industria da diversão vem adulando as classes C, D e E. Tudo parece estar girando em torno do povo. Basta dar uma passeio pela tv aberta e percebe-se isso.
A cultura está morrendo. E daí, se quem está consumindo diversão hoje não está nem aí para ela?
Esse vídeo que peguei lá no Kibe Loko, é um exemplo, no qual a neo-puritana apresentadora de tv Eliana, perde a linha, em nome da diversão que o povo gosta.
O No Mínimo acabou e a Cultura está em greve. E daí?

segunda-feira, junho 25, 2007

Ooooooooooooooommmmmmm


Praticantes de yoga saudando o verão, em pleno Times Square, em foto de destaque na última edição da New York. Coisa impensável há 40 anos, quando praticar yoga era coisa de hippie doidão.


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sábado, junho 23, 2007

Arqueologia

E a MPB está ainda comemorando os 35 anos do lançamento do álbum duplo Clube da Esquina, do Milton, Lô Borges e cia. Já falei do Clube aqui. Mas acabei encontrando essa raridade de 1971, um ano antes do Clube ser lançado. Produzido pelo José André Adler em cima de uma composição do Wagner Tiso e de um poema de Fredera, este vídeo-clip acabou proibido pela censura, por ter sido considerado "ousado demais". Mas é uma raridade raríssima e conta com a participação de ilustres como Milton, o próprio Wagner, Zé Rodrix, Naná Vasconcelos e Tavito.
Coisa de Museu da História Natural da MPB.

sexta-feira, junho 22, 2007

Copacabana é eleita a praia mais bonita do mundo!

Praia do Francês, Maceió, quando lá estive em agosto de 2005.

"Do bar para o quarto"

"Dicas de comidas que aumentam a virilidade"


"Fazer sexo com mulher bêbada, seria estupro?"

"O que falar para elas."

Estas são algumas das matérias do site Askmen, que na edição deste mês traz uma matéria sobre o Rio de Janeiro. E bastou eles dizerem que a praia de Copacabana seria a oitava maravilha do mundo, para que a mídia carioca soltasse seus fogos de artifício.

Levando-se em conta que a Princesinha do Mar é um dos paraísos do turismo sexual neste país, acho precipitado tanto oba-oba. Na verdade chega a ser patético o desespero da mídia para preservar a moribunda imagem de Cidade Maravilhosa! Citando a filósofa Marta Suplicy, acho que os cariocas deveriam relaxar e gozar. O Rio não é mais a cidade maravilhosa. É apenas uma cidade muito bonita. E talvez seja melhor assim, sem esse peso de sermos moradores de uma cidade especial.

Sou carioca, amo essa cidade fantástica, mas acho que precisamos crescer mentalmente. Sob o argumento de que "precisamos aumentar a auto-estima do povo diante dos problemas", a mídia vem perpetuando essa imagem mofada de que somos a cidade dos Deuses. Acredito que só conseguiremos sair do buraco onde entramos, quando reconhecermos a decadência e forçarmos quem é pago para nos tirar dela - e de certa forma nos colocou nela - a fazê-lo. Não vai ser elegendo o Cristo numa eleição idiota que me lembra os tempos do "Esse é um país que vai pra frente...", dos tempos dos milicos, e nem se vangloriando porque um site de encontros masculinos, que dá dicas de como cantar uma mulher, disse que uma de nossas praias é a mais bonita do mundo (vencendo até mesmo concorrentes do Caribe e Havaí!!!!!!), que vamos fazer do nosso Rio a cidade realmente encantadora, que tive a sorte de conhecer.

E por falar em praias, não acho que Copacabana seja nem mesmo a mais bonita da zona sul. Arpodaor e Ipanema são as minhas preferidas.

As outras são, nada em ordem, porque não é uma parada de sucessos:

* Praia do Leão, em Noronha;

* Guarda do Embaú, Floripa;

* Francês - lá de cima; e

* Sancho, também em Noronha.

Outras duas que costumo freqüentar e amo de paixão são:



Barra da Lagoa, Floripa.





Lopes Mendes, Ilha Grande.



E aí está "a praia mais linda do mundo" no útlimo carnaval, em foto de Hudson Costa, do O Globo.



Qual é a sua praia, meu caro baleado?

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quinta-feira, junho 21, 2007

Vamos a la Plaia?



Ian McEwan é um escritor inglês pelo qual sempre tive curiosidade de ler. Fui adiando, adiando, até ler um trecho do seu livro A Praia, que parece ser o lançamento do mês, tal o buchicho que a web literária está fazendo. O trecho está na coluna do Sérgio Rodrigues, no No Mínimo, que trata Sir McEwan como "um monstro". Como ainda não fui apresentado a este senhor, encaro com reserva tal elogio, mas estou a um passo de concordar, após ler o trecho abaixo. Antes de você lê-lo, é bom que saiba que a história se passa em 1962, quando explodia a chamada Revolução Sexual dos Anos 60 e é sobre os problemas que dois jovens inexperientes estão tendo na cama na sua noite de núpcia.

Vamos lá:

"Quando se beijaram, ela sentiu imediatamente a língua dele, retesada e robusta, avançar entre seus dentes, como um rufião abrindo caminho à força até um quarto. Entrando nela. A sua própria língua se dobrou e retraiu numa aversão automática, dando ainda mais espaço à de Edward. Ele sabia muito bem que ela não gostava desse tipo de beijo, e nunca fora tão impositivo. Com os lábios firmemente pregados nos dela, devassou-lhe o fundo carnudo da boca, e em seguida fez um movimento circular por trás dos dentes da arcada inferior até o vazio onde três anos antes um dente de siso crescera torto, para acabar removido sob anestesia geral. Era nessa cavidade que a língua dela normalmente se perdia, quando ela própria estava perdida em pensamentos. Por associação, tinha mais a ver com uma idéia do que com uma localização, era mais um lugar privado e imaginário do que um vão na gengiva, e a ela parecia estranho que outra língua também pudesse ter a permissão de chegar até lá. Era a ponta aguçada e dura desse músculo alienígena, vivo e palpitante, que a repugnava. A mão esquerda dele estava espalmada acima das omoplatas dela, logo abaixo do pescoço, alavancando a cabeça dela contra a dele. A claustrofobia e a falta de ar se igualavam quando ela decidiu que não suportaria ofendê-lo. Ora ele estava sob a língua dela, empurrando-a para cima, contra o céu da boca, ora sobre a língua, empurrando-a para baixo, e depois deslizando com suavidade pelos lados e em círculo, como se achasse que podia dar-lhe um nó simples. Queria enredar a língua dela em algum tipo de atividade própria, induzi-la a um abominável dueto mudo, mas ela só conseguia se encolher e se concentrar em não reagir, não ter engulhos e não entrar em pânico. Se vomitasse na boca dele – e esse era um pensamento desvairado –, o casamento estaria terminado num instante, e ela teria de voltar para casa e explicar aos pais. Entendia perfeitamente que esse negócio de línguas, essa penetração, era uma representação em escala menor, um ritual do que ainda estava por vir, como um tableau vivant, o prólogo de uma velha peça que anuncia tudo o que acontecerá em seguida.
Enquanto esperava que esse momento particular passasse, com as mãos apoiadas por convenção nos quadris de Edward, Florence se deu conta de que havia topado com um lugar-comum, bastante evidente em retrospecto, tão primitivo e antigo quando danegeld ou droit de seigneur, e cuja definição era quase tão elementar: ao decidir casar-se, foi exatamente isso que ela aceitou. Tinha concordado que era certo fazer isso, e que isso fosse feito com ela. Quando ela e Edward e seus pais seguiram em fila para a lúgubre sacristia depois da cerimônia, para assinar o registro, foi nisso que puseram seus nomes, e todo o resto – a suposta maturidade, os confeitos e o bolo – era só uma distração educada. Se não gostasse, a responsabilidade era só dela, uma vez que todas as suas escolhas ao longo do ano anterior convergiram para isso, a culpa era toda sua, e agora ela realmente achava que ia vomitar."


Então? Vai para o trono, digo, para a estante ou não vai?

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quarta-feira, junho 20, 2007

100 Crimes que compensaram


Sou averso a esta inflação de listas que têm sido publicadas na web nos últimos tempos. Mas essa lista eu não podia deixar de divulgar.
Que sou amante da literatura policial todos sabem. Uma vez alguém me disse que quem gosta muito de ler sobre crimes tem uma certa porcentagem de mente criminosa. Nunca parei para pensar em qual seria esta minha percentagem e também isso é algo que só discuto com o meu analista.
Mas a verdade é que sou apaixonado por qualquer tipo de livro policial e encontrei a lista dos cem melhores, elaborada pela prestigidíssima Crime Writers Association (of Great Britain). Tá certo que a lista é muito antiga (1990), deixando de fora muita gente boa, como o americano Dennis Lehane, o meu preferido da nova geração. Mas levando-se em conta quem elaborou a tal lista, vale a pena dar uma olhada.


Como sempre há injustiças, como o décimo lugar do clássico O Falcão Maltês, por exemplo. Mas, no geral, gostei das escolhas. A maioria são clássicos da literatura policial de todos os tempos. Se o crime é uma arte, alguns são verdadeiras Monalisas. Meu analista não pode saber que irei dizer isso, mas são crimes sofisticados, bem elaborados, inteligentes, charmosos e até bonitos. Pelo menos bonitos de ser lidos.


Qual a arte que pode haver em se arrastar uma criança pelas ruas como se fosse um Judas?

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segunda-feira, junho 18, 2007

Ei, você se lembra do nosso som? Continua o mesmo, mas os nossos cabelos...

Os irmãos Jack e Meg White

Pois é, o White Stripes, a dupla de Detroit(terra de gente tão diferente como Madonna e Iggy Pop), acaba de lançar mais um disco. Eles surgiram em 1997, mas só em 2001 lançariam seu primeiro trabalho, o cd White Blood Cells. E que trabalho! Misturando rock tradicional, punk e folk music, esses dois causaram o maior rebuliço no mercado da música que os saudou como os porta-vozes do rock americano neste século que, então, começava. Eu mesmo confesso que fiquei surpreso quando ouvi faixas deste cd, que misturava folk tradicional com o som distorcido de bandas punk dos anos 70. E tudo entre os gemidos de Meg, que lembrava uma Yoko Ono nos piores tempos.

O segundo trabalho, Elephant, lançado em abril de 2003, causou um falatório ainda maior. Além de vender bem mais, ainda fez com que os irmãos ganhassem o Grammy de melhor banda alternativa.

Depois desses dois discos, confesso que não ouvi os outros três lançados pelos White. Mas agora, me senti enstusiasmado a ouvir esse Icky Thump, que está chegando às lojas este mês.

O som continua o mesmo, o que não é nenhuma crítica negativa, apesar de se notar um inegável amadurecimento em termos de arranjos - eles andaram namorando o psicodelismo, tornanando o som mais experimental e sofisticado. Pricly Thorn, Sweetly Worn, que você deve estar ouvindo, me ganhou de cara pelo seu namoro com elementos indianos, muito apropriados em tempos de globalização musical, mas pouco praticado por artistas americanos. E também tem Conquest e Little Cream Soda, que não fogem ao padrão White Stripes de criatividade e ousadia.

Mas senti falta de alguma novidade. Será que nada mudou nesses quatro anos passados, desde o último disco do grupo que ouvi? Que Icky é um bom trabalho, não tenho a menor dúvida, pelo menos não me decepcionou. Mas por quanto tempo eles vão continuar fazendo o mesmo som?
Além do mais tem os cabelos...esse novo visual me cheira a canastrice, o que é uma pena. Esses garotos não precisam disso.

Seja como for, o fato de uma banda que começou alternativa ter chegado ao sexto trabalho e ainda causar tanto barulho a cada lançamento, já é alguma coisa. Ou não?

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domingo, junho 17, 2007

Despeito

Você já ouviu falar em Kooks? Em Art Brut? Flaming Lips (foto)? Battles? ou em Conershop? Se a resposta não foi positiva em pelo menos uma delas, você é um ser miserável! Essas bandas de rock inglesas contemporâneas devem ser excelentes, pois no último número do The Guardian, que ainda está nas bancas britânicas, integrantes das mesmas estão decretando que álbuns como Sgt. Peppers, dos Beatles - que aliás está completando seus 40 anos este mês, como já lembrei aqui - e Nevermind, do Nirvana, não passam de lixo que devem ser esquecidos para sempre. A garotada também manda bala e critica o destaque dado a bandas como o Pink Floyd.


Todo o barraco está numa matéria entitulada Sgt. Peppers Deve Morrer, que você pode conferir aqui .
Bem, se você não conhecia essas bandas, agora, pelo menos, não pode mais dizer que nunca ouviu falar delas.
No fundo, acho que é isso que eles queriam.

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sábado, junho 16, 2007

A arte do banal




Em se tratando de arte, sou infiel. Um galinha dos mais promíscuos. Depois da literatura, do cinema, do teatro e da música, tenho um caso de amor de anos com a fotografia.


E a alemã Irene Müller é a uma das fotógrafas mais sensasionais que conheci. A foto de cima e a de baixo foram feitas com simples fumaças de cigarros.

E veja em seguida o que essa mulher fez com um pingo de café e um pingo de leite na seqüência de Milk meets coffee...













E aqui ela conta como consegue extrair obras-de-arte do banal. E tem muito mais para ser conferido.

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sexta-feira, junho 15, 2007

Frases que a gente ouve ou lê por aí - IV



"A verdadeira dor, dança mambo. "


O maravilhoso Nelsão, por sinal o homenageado na próxima Flip, que começa dia 4 de julho.

Essa frase eu pesquei no maravilhoso texto A Arte de Perder, do jornalista Paulo Roberto Pires, do No Mínimo.

O texto fala de um dos problemas mais devastadores na vida de um ser humano: a perda do ente quereido (mãe, pai, marido, namorado, amigo, filho). Só quem passou por essa situação, concorda com Nelson Rodrigues quando ele diz que "A viúva de seu mítico subúrbio, não só não sofre calada como trepa no caixão e, sacudindo os ombros como uma dançarina de Perez Prado, grita de horror sobre o falecido."

Mas também tem Elizabeth Bishop, que diz que a superar a perda é uma arte.

Tenha você passado ou não pela experiência de uma perda, vale a pena dar uma conferida.
E quero agradecer a Vivien pela tomatada.

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quarta-feira, junho 13, 2007

Frio, chocolate quente e livros

Essas três coisas do título combinam muito bem. As editoras sabem disso e estão caprichando neste outono.


Uma cantora se recuperando do alcoolismo e lutando para sair do ostracismo, recebe um telefonema do crítico musical Ricardo Cravo Albin, que poderia lhe render uma proposta de trabalho. A cantora estava no Rio e volta para Maricá, onde residia, ao lado justamente da casa de Ricardo. Mas no meio do caminho havia uma ponte. A Ponte Rio-Niterói, onde ela se acidentou e ali morreu, aos 41 anos. Era o ensolarado sábado de 22 de janeiro de 1977.


Trágico? Pois é, a vida de Maysa tem um quê de dramático e tinha que acabar em livro. E tem tudo para se tornar a biografia do ano. Já que aquela foi proibida, a Editora Globo não perdeu tempo ao receber o SIM do diretor global Jayme Monjardim (Páginas da Vida), filho de Maysa. O livro parece ser interessante a começar pelo título : Maysa: só numa multidão de amores. Não poderia haver outro melhor, já que a vida da paulistana, nascida a 6 de junho de 1936, foi uma sucessão de amores infelizes e muita, muita, mas muita solidão mesmo! Não foi por acaso que o seu maior sucesso chamava-se Meu mundo caiu, que lhe garantiu o rótulo de cantora da fossa. Nos anos 60 foi apelida de "Janis Joplin brasileira", devido a sua tendência auto-destrutiva.


O jornalista Lira Neto revela Maysa de forma honesta, sem escândalos e sensacionalismo. Principalmente a vida misteriosa que a cantora teve nos anos em que viveu na Europa. Eram os anos 60 e talvez tenha sido o período mais conturbado na vida da cantora, que chegou a dormir em bancos de praça, tomou todas e precisou ser internada em clínica de desintoxicação, além de tentar o suicídio.
E resta a saudade desta cantora fantástica, corajosa, talentosa e muito à frente do seu tempo. Só nos resta ouvir suas interpretações inesquecíveis, que fizeram o exigente New York Times sugerir, no último natal, o cd Canção do Amor Mais Triste, como presente. Até o jornal americano percebeu a importância que Maysa teve em nossa música. Numa época em que as cantoras (Elis, Gal, Bethânia, Marília Medalha) soltavam a voz de forma cada vez mais emocional e cercadas de guitarras e percurssão pesada, ela foi o link entre as cantoras românticas do passado (Ângela Maria, Dalva, Elizeth) com o som da época e provou que cantar o que se vive e sente nunca sai de moda.


Pena que o público nem sempre lhe deu a devida atenção. E morreu só como sempre foi.


O que você deve estar ouvindo é uma gravação rara: Maysa nos anos 60, interpretando um clássico da música francesa, Cent mille chansons.



E quinta-feira, 14 tem...


OS AUTORES EM CENA

convidam você para a leitura dramatizada da peça


PISTA FALSA
DE
JOMAR MAGALHÃES

DIREÇÃO DE
ALEXANDRE BORDALLO


Com os atores:

Alexandre Bordallo
Janaína Noël
Marco Santos



ESPAÇO CAFÉ CULTURAL
DIA 14 DE JUNHO ÁS 21:30
RUA SÃO CLEMENTE, 409
ENTRADA FRANCA
ESTACIONAMENTO EM FRENTE

Não será permitida a entrada depois de começado o espetáculo

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terça-feira, junho 12, 2007

Auto-ajuda




Melancólico? Entediado? Desanimado? Não vendo sentido para a sua vida? Querendo limpar os seus chakras ou se conectar com o seu Deus interior? Mergulhe aqui e torne-se um ser humano mais elevado.


Escolha um mantra e enquanto faz os exercícios, medite e reflita. Aqui vaõ algumas sugestões de temas:




* O presidente Lula não sabia do envolvimento do seu irmão?


* Por que o No Mínimo, o melhor site da internet no Brasil não consegue patrocínio e pode fechar?


* Bush não tem medo do aquecimento global?


* O que mudará na minha vida caso o Cristo Redentor seja eleito como uma das 10 maravilhas do mundo?


* Paris Hilton merece perdão?...


....



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domingo, junho 10, 2007

Olha a dura!!!!!!

Foto da Revista New York desta semana.



A polícia nova iorquina deu uma dura na área do Village, na noite do último dia 30 de maio. O que foram apreendidas? Drogas? Armas? Rolou tiroteio? Bala Perdida?

Nada.

Apenas foram tiradas bicicletas que estavam atravancando as calçadas, prejudicando o ir e vir dos cidadãos que pagam seus impostos. As bikes foram colocadas em locais que não ocupassem tanto espaço. Os donos das bikes tiveram que arcar com o prejuízo de terem seus cadeados e correntes danificados.

E, por isso, certamente, não vão repetir o erro. Se repetirem, sabem que vão dançar de novo. E se pensarão duas vezes antes de deixar suas inocentes bikes em lugares inapropriados, quantas vezes não pensarão antes de comprarem drogas, furtarem algo, estuprarem, roubarem ou cometerem crimes piores? Respondam meus prezados leitores.

E depois não entendemos porque a criminalidade na Big Apple tem despencado tanto.

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sábado, junho 09, 2007

Trintão

Lençol com cenas do filme, vendido na época do lançamento do filme.


Os que ainda não chegaram aos quarenta, não têm noção do que foi a estréia dessa guerra no verão norte-americano e, posteriormente, no verão brasileiro, há três décadas.
Apesar das críticas desanimadoras, os cinemas em todo mundo ficaram com filas quilométricas. E o fenômeno se repetiu com as continuações feitas ao longo dos anos desta aventura interplanetária. Estudos, teses e pesquisas foram feitas para tentar entender a devoção dos fãs por um filme que, aparentemente, era apenas pura diversão.

Fãs á carater numa convenção anual na Alemanha em 2006.

Aliás, poucas vezes Hollywood foi capaz de produzir tal fenômeno. E poucas vezes faturou tanto.
Fãs numa rua de Toronto, Canadá, ápós participar de um desfile para comemorar os 30 anos da saga.

"Fuga desesperada da realidade" e "recusa inconsciente de não amadurecer", foram alguns termos usados em matérias que tentaram explicar o fervor dos fãs ao longo desses anos. Hoje aqueles jovens que correram ao cinema para dar dinheiro para George Lucas, já são pais e avós e muitos continuam cultivando o filme com a mesma paixão. Isso sem falar nas gerações mais novas que engrossaram o time dos fanáticos.


Esse aí é o Marcus, um norte-americano de meia-idade que instalou uma máquina com o jogo Stars War em sua sala de jantar.

Em 1977 eu era um punk revoltado e insuportável que se recusou a assitir Guerra Nas Estrelas por achar lixo industrializado, coisa de americano colonialista, etc, aquele papo de punk revoltado aos 17 anos. E também por não ser fã de ficção científica. Nunca assisti à Guerra e gostaria que alguém me dissesse se perdi alguma coisa.

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sexta-feira, junho 08, 2007

Detalhes tão pequenos...

Foto by Lucila.

E Cristo Redentor já está mesmo entre as 10 maravilhas do mundo mais votadas.
Fico surpreso como os brasileiros são manipulados pela mídia a participarem de campanhas que não mudará em nada a vida da maioria da população.
Inaugurado em 12 de outubro de 1931, o Cristo é uma obra fantástica, mas não considero uma das maravilhas do planeta. O Brasil tem muitas outras maravilhas mais maravilhosas.
E também muitos problemas que precisam receber a mesma atenção.
O Cristo é lindo mas não merece ser eleito a maior maravilha e se for, não mudará a vida da maioria dos brasileiros. Mas há uma minoria que agradece tanto empenho.
Não votei, não votarei e nem vou botar aqui o link para votação.
Me convoque para um movimento para obrigar o Congresso a trabalhar mais por este país, que eu mando bala.

quinta-feira, junho 07, 2007

A Alma Encantadora das Ruas

Não parece, mas essa bucólica paisagem foi clicada por Trajano Paiva no Centro Histórico do Rio.

Mais um clássico da literatura nacional está disponível em PDF para ser baixado. Trata-se de o poético livro de Paulo Barreto ou João do Rio, publicado no início do século passado. Tá certo que fazer poesia com as ruas cariocas antes das balas perdidas, do excesso de moradores de rua e a invasão de camelôs, pode parecer fácil. Mas A Alma...é mais do que isso. É uma sublime declaração de amor a uma cidade já naquela época cheia de problemas. Aliás, poucas se viu um carinho tão grande por esta cidade.
Aqui está o trecho inicial:

A RUA
Eu amo a rua. Esse sentimento de natureza toda íntima não vos seria revelado por mim se não julgasse, e razões não tivesse para julgar, que este amor assim absoluto e assim exagerado é partilhado por todos vós. Nós somos irmãos, nós nos sentimos parecidos e iguais; nas cidades, nas aldeias, nos povoados, não porque soframos, com a dor e os desprazeres, a lei e a polícia, mas porque nos une, nivela e agremia o amor da rua. É este mesmo o sentimento imperturbável e indissolúvel, o único que, como a própria vida, resiste às idades e às épocas. Tudo se transforma, tudo varia - o amor, o ódio, o egoísmo. Hoje é mais amargo o riso, mais dolorosa a ironia, Os séculos passam, deslizam, levando as coisas fúteis e os acontecimentos notáveis. Só persiste e fica, legado das gerações cada vez maior, o amor da rua.
Para ler mais ou baixar, mergulhe aqui.

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quarta-feira, junho 06, 2007

Frase que a gente ouve e lê por aí - III



"É sempre mais frio antes do amanhecer."


Dessa vez vou fazer diferente e essa frase é minha. Foi criada num momento de grande dificuldade. Penso nela sempre em que as coisas ficam negras como a madrugada.

Uma leitora deste blog está passando por um momento assim e dedico a ela e a todos que, por sua vez. estejam também rezando por um amanhecer.

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terça-feira, junho 05, 2007

Bala Perdida - o livro



Não é a minha biografia, fiquem calmos! Mas é um interessante estudo sobre o triste fenômeno que assola algumas capitais brasileiras, tendo como epicentro o Rio.

Foi escrito por quem lida com o problema de perto: Arthur Correa Cabral é um delegado da Polícia Civil do Rio.

Na verdade ainda não li este livro, mas já está na lista das minhas futuras aquisições. Em suas páginas, assuntos sobre os quais muito se fala, mas de forma indevidamente superficial: tráfico de drogas, prostituição de menores e o submundo dos bailes funk. Talvez entendendo os meandros do crime organizado, a gente consiga responder algumas perguntas em relação a esse problema social, infelizmente já tão inserido no cotidiano do país, que já virou até nome de blog.

Se interessou? Compre na Livraria do Crime e eles farão o exemplar chegar até você com a rapidez de uma bala.

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domingo, junho 03, 2007

Lobão, o fodão


Quando, em fins dos anos 90, este cidadão, com pinta de alquém com quem não gostaríamos de ficar às sós num elevador no meio da madrugada, anunciou que iria lançar seus discos por uma gravadora independente e vendê-los em bancas de jornais, ninguém se espantou. Afinal de contas o cidadão era Lobão, uma das figuras mais polêmicas da nossa música. Mas não é que o cara brigou com sua gravadora, a Sony, e passou expor seus trabalhos ao lado de gibis e as Revistas Caras da vida? E se deu bem. O seu primeiro trabalho a ser lançado neste esquema, o cd A VidaÉ Doce, vendeu quase cem mil cópias. E o sujeito ainda fez escola. Outros astros da MPB passsaram a ser independentes. Na inglaterra, grupos como o recém-falecido New Order, ficaram décadas à margem das grandes gravadoras, mas aqui era uma coisa ainda inédita um artista vender bem sem o apoio das grandes. E Lobão virou herói.
Quase dez anos depois, no final do ano passado, eis que Lobão anunciou ter feito as pazes com sua antiga gravadora e que lançaria por ela seu próximo trabalho. Mais uma vez o cara surpreendeu a todos e como era de se esperar, os gritos de "vira-casaca!" não foram poucos.
A esses, o roqueiro respondeu em recente entrevista:
"Fiz a indústria cair de joelhos e tentaram me destruir. Com essa trajetória, como podem dizer que sou uma Madalena arrependida?"
O trabalho em questão foi o cd gravado ao vivo no progarama Acústico da MTV, em abril último. E novamente o sujeito surprendeu com um trabalho de altíssima qualidade. Antigos sucessos com novas roupagenes e os novos com arranjos arrasadoramente inspirados. Ouso dizer que é o melhor cd que ouvi neste ano, até agora. Os críticos também gostaram e o público ídem.
O que este rapaz de 49 anos vai aprontar agora?
Mas enquanto espero, me pergunto se ser alternativo é uma opção ou uma exclusão? Será que o desejo de todo artista, mesmo que secreto, é pertencer ao main stream?
Eu escrevo e publico meus humildes livrinhos por conta própria. Se eu gostaria de ser contratado por uma grande editora a resposta é SIM. Mas agora posso dizer: "Veja o exemplo do Lobão. Conseguiu dobrar as grandes apenas com o seu talento e fazendo um trabalho de qualidade."
E essa acho que é a maior lição que o cara pode dar ao mercado e a todos que estão tentando um lugar ao sol no tão complexo meio artístico brasileiro. Como eu.
Embora, das profundezas da minha consciência, ouço uma voz sombria me dizer: "Mas o Lobão é fodão. Você, não."

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sábado, junho 02, 2007

Muitos anos de vida


E o sonho ficou quarentão na última sexta-feira. E ainda dá o que falar. Seria o disco mais importante da história? Exagero. Mas sem dúvidas foi a trilha sonora do Sonho. Ou a trilha sonora de uma época em que era mais fácil sonhar.

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