sábado, fevereiro 25, 2006

Para Refletir

Não quero ser chato, atrapalhando o carnaval de ninguém, com assuntos sérios. Mas vou propor três temas para reflexão, entre uma cerveja e outra. São baseados em matérias que foram publicadas ou divulgadas recentemente.




A primeira, saiu hoje, 25/02, no jornal O Dia. Aqui está:
Bebê é encontrado em banheiro de igreja Universal
Rio - Um bebê de quatro dias foi encontrado na noite desta quinta-feira, no banheiro da Igreja Universal do Reino de Deus, na Avenida Nilo Peçanha 699, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. A criança, achada após um culto, está sob observação na Unidade Intermediária Neo-natal do Hospital Municipal de Duque de Caxias e passa bem.
Batizado provisoriamente de Oscar, em homenagem ao secretário de Saúde Oscar Berro, o menino pesa 2,22 kg e mede 46 cm. Ele está em sob responsabilidade do Conselho Tutelar de Caxias. Quando tiver alta, será encamihado para o abrigo "Jesus é Amor", no parque Iatatia.
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Bem, para não ser repetitivo, leia o meu post O Destino Do Brasil É Ser Africano para entender a minha indignação. Aceito críticas e niguém é obrigado a concordar comigo. Mas pense que em quanto você está discordando de mim, em algum lugar deste país, uma mulher pobre pode estar parindo aquele(a) que poderá se prostituir para o seu filho(a), poderá estuprar sua filha, poderá assaltar você em algum sinal, poderá lhe dar uma volta ao lhe prestar algum serviço (como faxineiro, motorista de táxi, bombeiro, carpinteiro, empregda doméstica,etc), poderá viciar seu filho(a) ou estragar o seu dafé da manhã ao protagonizar notícias como essa. Vou repetir: Filho é pra quem pode!
Bibelô
No apagar das luzes antes do carnaval o jornal Montbläat, do jornalista Fritz Utzeri, publicou uma excelente matéria sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal, que recentemente aprovou a redução de penas de crimes hediondos. Isso quer dizer que bandidos como Fernandinho Beira-Mar - que mandava esquartejar adversários -, o que atende pelo singelo nome de Elias Maluco - que mandou torturar e assar o jornalista Tim Lopes dentro de um "microondas" improvisado numa gruta, em 2002 - e a estudante Suzane Louise Von Riichthofen, 19 anos, que no mesmo ano participou, com o namorado e o irmão deste, do assassinato dos pais e deu um churrasco para comemorar, poderão ser beneficiados. Absurdo é modéstia, diante deste fato. Ao comentar a matéria do Fritz no seu New Yoork On Time de hoje, o jornalista Jorge Pontual nos dá dados impressionantes. Por exemplo, no Brasil a taxa em 2002 era de 27 para cada 100 mil habitantes. Só perdemos para a África do Sul(75) e a Colômbia(59). Ainda segundo o Pontual, nos EUA a taxa era de 5,6 em 2000 - contra 10, em 1980 - e continua caindo. Para tentar entender esta queda vertiginosa, temos que levar em conta que as leis americanas estão ficando cada vez mais severas e também, segundo novamente o Pontual, a aprovação da lei do aborto em 1973, que fez com que mulheres pobres tivessem um mais um meio para evitarem filhos indesejados (e isso vem reforçar o que coloquei em relaão ao assunto acima).
De qualquer forma, só depende de nós reverter esse absurdo. A pressão popular já funcionou outras vezes e há de funcionar novamente para que o símbolo da justiça não vire apenas um bibelô cafona nas mesas dos tribunais.
Aliás, compradas com o nosso dinheiro.
"A Inglaterra acaba de criar o Ministério das Indústrias Criativas, o primeiro país a fazê-lo, e recebe em 8 de março o Seminário sobre Economia Criativa, em Londres. As criações britânicas empregam 1,3 milhões de pessoas e geram 112 bilhões de libras por ano (194 bilhões e 992 milhões de dólares, ou 416 bilhões, 892 milhões e 896 mil reais). A Argentina montou o Setor de Indústrias Criativas dentro do seu Ministério da Cultura, caminho seguido pelo Chile. E a Ásia também organiza um centro regional similar. A China sediou um simpósio sobre o assunto em dezembro, e a Jamaica recebe no final de fevereiro outro seminário. O Portal Literal conversou com Anna Jaguaribe, socióloga que trabalhou como consultora da Unctad (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento) para as indústrias criativas e redigiu o documento do órgão sobre o assunto."
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Este é o trecho de uma das matérias da semana que passou no Portal Literal. O assunto é ainda pouco conhecido: As indústrias criativas. Seu conceito ainda é amplo e envolve vários serviços prestados em forma de produtos culturais.
Não confundir com a indústria cultural que teria mais a ver com as tradições culturais de um povo. A indústria criativa é algo mais prático e objetivo. Vou exemplificar: quantas pessoas a produção de um video-clipe não empregaria? E um novo centro cultural? A gravação de um disco? A realização de um filme? Ou de uma peça de teatro? E um local de exposição de artigos de artesanato?
E outras palavras, a cultura a cada dia que passa está sendo vista como algo que rende divisas e gera muito mais empregos do que se imaginava. Para se ter uma idéia, um relatório do Baco Mundial fala-se em 7% do PIB mundial e é a a forma industrial que mais cresce. Nos EUA ela representa o segundo maior produto de exportação. Hollywood que o diga.
No último dia 17, com a ingauguração do Centro Internacional da Economia Criativa, em Salvador, pelo Ministro da Cultura, Gilberto Gil, parece que o governo federal está, finalmente, percebendo o quanto este tipo de conomia é importante para um país com tantas manifestações culturais e uma economia tão carente de recursos como o nosso.
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Bem, meus queridos. Os temas dão margem a muitas discursões. Sei que carnaval não é uma época para se discutir questões sérias. Mas reflitam a respeito e mandem bala.
Agora, vou incorporar o Zé Pereira e volto só de pois da quarta-feira de cinzas ou em alguma edição extraordinária.
Ótimo carnaval a todos
Fui

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Uma tarde com Woody


Emily Mortimer, Woody Allen, Jonathan Rhys-Meyers and Scarlett Johansson. Badalação no Festival de Cannes do ano passado.




Pode parecer preconceito, mas poucos diretores me fazem sair de casa para ir ao cinema atualmente. Um deles é Woody Allen. O Ponto Final - Match Point, que estreiou na última sexta aqui no Rio, é o filme mais badalado do novaiorquino neurótico desde Desconstruindo Harry.
E corri para assisti-lo na tarde de ontem. E a minha pressa foi recompensada. Match Point é um filme diferente dos que o diretor tem feito ultimamente, não só por ser um drama ou por ter sido todo rodado em Londres. Mas pela praticidade e agilidade do roteiro. Não que seja excessivamente comercial, vulgar, barato. É um filme simples, que trata de assuntos nada originais (desejo, traição, brincadeiras do destino, cobiça e triângulos amorosos), mas sempre com competência e clareza. Nada de discursões filosóficas, questionamentos profundos e debates psicológicos. A história é contada de forma esperta, rápida, honesta, sem errar a fórmula que o tornou famoso.
Quanto aos atores, todos estão bem. Embora eu ache que Scarlett Johansson não tenha uma beleza capaz de fazer um jovem ambicioso trair a mulher com quem se casou por interesse.
A cidade de Londres acaba sendo uma coadjuavante. Assim como cansou de fazer com Manhattans em seus filmes, Woody não economizou afeto ao mostrar a capital inglesa com suas ruas limpas, largas calçadas desocupadas, verdes jardins, prédios históricos conservados. E mais museus, galerias de arte, lindos teatros, restaurantes sofisticados e clubes caros.
Mas o personagem principal é o roteiro escrito pelo próprio Woody. Ágil e criativamente, a história tem momentos de drama, suspense e a comédia típica do diretor (o final com os policiais trapalhões já vale o ingresso). E mais: cheio de momentos de gloriosa inspiração, como a cena inicial, comparando a vida com o match point dos jogos de tênis.
Apesar do sucesso no último festival de Cannes, os críticas têm se mostrado divididos. Vai entender a crítica! Pois eu faço a minha: Imperdível!





" Parece que Deus é mais eficiente com alguns.
Deus não é tão perfeito. A gente tem sempre que dar uma ajudinha.
Eu não dei ajudinha nenhuma.
Pense bem. A gente sempre fornece as ferramentas para que Deus construa o nosso destino."

Trecho de A Alma Quando Sonha É Teatro – peca de Marcio Vianna, 1994.


"Querida! Você sabia que o Lacerda não está mais no Bala Perdida? Pois é. Ele agora está atendendo no A Arte de Odiar.. E está óóóóóóóóóóóóóótimo! Vai lá!"

segunda-feira, fevereiro 20, 2006


"Como eu ia dizendo. Custa muito ser autêntica, senhora. E nessas coisas não se pode economizar. Porque se é mais autêntico quanto mais se parece com o que se sonhou para simesma."
Agrado, o travesti do Tudo Pela Minha Mãe, filme do Almodovar, 1999.

No início da carreira, lá nos longínquos início dos anos 60, eles tinham um empresário de 19 anos. Um garotão tresloucado, chamado Andrew Logan, que fez de tudo para domá-los e aproximá-los o máximo o possível dos queridinhos Beatles. Até que desistiu. E antes de abandonar o barco, lhes deu um conselho. "Sejam sempre o que vocês são." Se conselho fosse bom, se vendia. Você já deve ter ouvido isso. Pois esse não custou nada e o resultado ficou claro para as mais de um milhão de pessoas que foram à Copacabana, no sábado à noite.

Veja a loucura que ficou Copa, aqui.

Ah, você tem um blog?


Então você não pode deixar de mergulhar aqui.


Com saudade do Lacerda? Ele não mora mais aqui. Ele está agora no A Arte de Odiar - o blog.. E tem coisa inédita por lá.

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

“O que mantém um homem vivo? Ele vive dos outros. Ele gosta de bater neles, enganá-los, comê-los inteiro se ele puder."
Da ópera dos três vintens, de Bertold Bretcht e Kurt Weill




"Nesses dias de ódio, pressa e estresse, não há nada mais revolucionário do que ser calmo e estar em paz"

Foto de Severino Siva - Ag. O Dia

Rocinha, de novo

Pms diante de três dos vários mortos na guerra entre traficantes que aconteceu na noite de 15.02, na Rocinha. Os invadores, segundo a polícia, vieram do Pavão/Pavãozinho, entre Ipanema e Copacabana, no outro lado da zona sul. Segundo a polícia, o comboio dos marginais cruzou cerca de cinco bairros até a Rocinha. Estavam drogados, usando gorros, rosto pintado com graxa e carregavam armamento pesado.

Aí, vem uma pergunta que não quer calar: Como eles cruzaram cinco bairros, em hora de grande movimento, sem ser incomodados pela polícia?

COMUNICADO IMPORTANTE: Senhores leitores, para saber a resposta para a pergunta acima e entender mais um pouco a polícia do Rio, é INDISPENSÁVEL que se ouça isto

Últimas notícias...

A quarta edião do A Arte de está esgotada. A quinta vem aí.

Aliás, o Marcelino Freire leu e veja o que ele disse em 15.02 aqui.




quarta-feira, fevereiro 15, 2006

O Futuro do Brasil É Ser Africano



Se você acha o título deste post exagerado, pense comigo. As classes A, B e C estão encolhendo, com uma flagrante queda na taxa de natalidade, enquanto as classes mais baixas continuam crescendo pelo motivo inverso. Responda rápido: tem chance de isso acabar bem? Entendeu agora por que nunca conseguimos zerar este quadro de miséria e pobreza que nos cerca desde que o Brasil é Brasil? Simplesmente nunca vai haver escolas o bastante. Nunca vai haver hospitais o bastante. Nem emprego, nem transporte, nem moradia, nem comida. Haverá sempre um défict qualquer a ser solucionado, porque casais de baixa renda estão indo para a cama rápida e irresponsavelmente e como não têm condições para manter suas crianças, os resultados são trágicos: centenas de abandonados vagando pelas ruas, ou engrossando as fileiras do crime ou, o que é pior, sendo jogados ainda bebês em lagoas. Parece que só o governo não quer ver que o nosso futuro não é dos melhores se nada for feito pra ontem.
Liberar o aborto? Ajudaria muito, mas não seria tudo. Esclarecer esses casais sobre medidas de prevenção? Bobagem, porque eles sabem o que tem de ser feito (será que algum adolescente ainda não foi apresentado a uma camisinha, que é distribuída gratuitamente em postos de saúde?). Eles não se cuidam porque são irresponsáveis. Se a classe média consegue se precaver, por que eles não o fazem?
Acredito que a solução passa obrigatoriamente pela criação de leis extremamente duras que equiparem o abandono de um menor a um crime equiparado ao do homicídio. Porque qualquer pessoa sensata vai concordar que se trata de algo hediondo ir para cama com qualquer um, engravidar e abandonar a pobre criança à própria sorte.
Mas não sou ingênuo o bastante para ignorar que tem muita gente interessada na continuidade desta tragédia. A igreja, tanto a Católica quanto a Evangélica, é uma delas. Afinal, quanto mais miseráveis será maior o seu rebanho. Políticos de décima categoria (a maioria), que conseguem nas classes baixas a maior parte de seus votos. O tráfico de drogas e alguns empresários estrangeiros também têm interesse no aumento desse exército de mão de obra desqualificada.
Então, se eles nada fazem, cabe a nós mudarmos essa situação, para que não deixemos como herança para nossos filhos e netos um país no nível de uma republiqueta africana hoje, onde a classe miserável engloliu até mesmo a classe média, que paga impostos, investe e trabalha para levar a nação para frente.
Proponho até um slogan: FILHO É PRA QUEM PODE!
E se você pensa que sou o único a dormir com essa preocupação, mergulhe aqui, neste ótimo artigo do Ricardo Kotscho, no No Mínimo.

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Taiguara no início dos 70, foto tirada daqui.


14 de fevereiro de 1996. Um câncer maldito levava um dos maiores poetas que a MPB já teve. Um uruguaio que aos 4 anos veio para o Rio. Depois, ele tornou-se paulistano, mas nem por isso menos maravilhoso. Foi perseguido, censurado, teve que sair do país, era comunista de carterinha. Foi a luta, mas seguindo as palavras de Fidel, sem endurecer jamais. Sua partida foi sentida e seu vazio não foi preenchido. Só nos resta lembrar e cantar coisas lindas que ele nos deixou, como a que segue.



Teu sonho não acabou
Taiguara
Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem que eu sou criança não sei fingir
Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você
Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te encontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender
Que eu preciso...Só feche o seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube a sombra, não sabe a luz
Vem não perde o amor de quem te conduz
Eu preciso...Nós precisamos, precisamos sim
Você de mim, eu de você.
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O texto já havia sido publicado no Avenida Copacabana do Jôka, mas é tão belo que resolvi trazer pra cá também.
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“ Você aprende a gostar de você, a cuidar de você,
e principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar,não quem você estava procurando,
mas quem estava procurando por você..!"
Mário Quintana

sábado, fevereiro 11, 2006

A volta da que nunca partiu



Numa fria manhã de domingo, no início de junho de 1981, eu ia começar a folhear a edição do New York Times (eu estava aprendendo inglês, na época, e costumava ler revistas e jornais estrangeiros para treinar), quando uma pequena nota na primeira página me chamou a atenção. Falava de um misterioso virus que vinha vitimando centenas de homossexuais norte-americanos. Naquele momento, fiquei apenas curioso. Como em plena década de 80 ainda podia haver doenças misteriosas?
Anos mais tarde, já com o apelido de cancer gay, a doença chegou ao Brasil. Aqui e lá fora a maior parte da população estava indiferente, já que o tal vírus só parecia correr atrás de homossexuais. "Mas como? Um vírus com preferências sexuais?", pensei com os meus botões.
Mas a tranqüilidade durou pouco. Hemofílicos heteros começaram a cair doentes e logo os cientistas provaram que qualquer um poderia contrair a tal doença, que pouco depois foi batizada de AIDS. Bastava fazer sexo sem proteção, usar drogas injetáveis ou doar sangue. E o pânico explodiu. Meu Deus! Pode-se pegar AIDS pelo ar? Se eu apertar a mão de alguém contaminado, eu danço? Mosquito transmite a praga? E se algum contaminado espirrar perto de mim? Posso ir à manicure? Posso tomar banho de mar? Posso me tatuar? Enfim, muitas dúvidas e os cientistas tinham poucas respostas. Isso aumentou o medo, a confusão. E também o ódio contra os gays, tido como os mensageiros da morte. Em cidades como São Francisco e Nova Iorque, passou a ser comum bares gays serem invadidos por bofes irados, munidos com bastões de baseball, dispostos a matar os parasitas transmissores do mal. Eu morava em São Paulo nessa época e me lembro que alguns jornais aconselhavam aos gays a nunca andarem sozinhos à noite. As novas gerações não têm noção do que se viveu naqueles meados dos anos Reagan, dos anos José Sarney. Ambos, recusaram, inicialmene, a doar dinheiro para campanhas de prevenção da AIDS, dizendo que só pegava a doença quem era promíscuo ou degenerado. Nem a morte de famosos (do ator Rock Hudson ao Cazuza a lista é grande) sensibilizou o coração das autoridades.
Em 1986 surgiu o AZT, droga que retardava a ação do vírus, mas que trazia sequelas e terríveis reações adversas. Depois, com o tempo, foi-se tomando mais cautela ao ir para cama e os números de novos casos da doença foram caindo. O avanço da medicina foi aumentando a sobrevida dos doentes (de cerca de 5 anos em 1988, para cerca de 15 em fins dos anos 90). Os coquetéis de drogas, surgidos em 1996, trouxeram não só um aumento na sobrevida, mas uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes.
Com todos estes avanços, muita gente - principalmente a nova geração que não foi jovem nos anos 80 e não passou pela provação de ter que encarar o medo da possibilidade de se infectar no auge da sua vida sexual - passou a acreditar que já haviam descoberto a cura para a peste. O que contribuiu ainda mais para isso foi o fato de que enquanto o número de casos decrescia no primeiro e segundo mundos, eles triplicavam, principalmente na África. O Brasil felizmente foi uma exceção. Mas como a mídia, sobretudo a norte-americana, não está nem aí para os africanos, de uma hora para a outra, a AIDS saiu dos noticiários, reforçando a idéia de que os mais jovens não deveriam se preocupar mais com o vírus.
A fatura disso está sendo cobrada agora com a volta do crescimento - embora ainda tímido - dos casos em todo o mundo. Os homossexuais, os adolescentes, mulheres e populações carentes são hoje os que estão na berlinda.
Com isso, os shows beneficentes para arrecadar din-din para pesquisas que finalmente descubram uma droga para acabar com a família HIV (sim, porque o puto do vírus se dividiu em vários tipos ao longo dos anos), voltaram a rolar, após de alguns anos sumidos. O útimo foi este We all Have AIDS...if one of us does, que foi matéria da correspondente do O Globo em NY, em 11.02.06. Mergulhe aqui, porque se você pensava que ela havia ido, tenho péssimas notícias. Ela nunca se foi.
"Somos apenas uns homens
E a natureza traiu-nos
Adeus: vamos para frente
Recuando de olhos acesos
Nossos filhos tão filhos
Fieis herdeiros do Medo"
C. Drumond
E já está no ar o A Arte de Odiar, blog sobre o meu romance policial. Dê uma olhada e comente.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Coisas de Casal



quarta-feira, fevereiro 08, 2006

Bobagens de Verão

"Eu não fumo, não bebo e não cheiro. Meu único defeito é que eu minto um pouco."
Tim Maia



É verão, tempo de diversão e futilidades. Nessa época, talvez por causa do calorão do Rio, fico menos virtual e caio na gandaia. E, conseqüetemente, mando menos bala. Embora, não chegue a baixar o nível a ponto de discutir Big Brother aqui, mas me dou ao luxo de comentar sobre bobagens de verão. Coisas interessantes, mas sem grande importância. E vai ser assim, até a próxima frente fria que consiga derrubar todo este calor cruel.

Estresse se cura com porrada


Com esse calor só correndo para a praia para dar um mergulho na água gelada. Mas na Barra da Tijuca, tem uma galera indo à praia para trocar socos de direita e esquerda e ganchos. Não se trata de mais cenas de violência nas praias do Rio e sim aulas de boxe que uma academia está dando nas areias. Mergulhe aqui.


Fiquei nu

Esqueci de comentar. No último domingo, 05/02, vivi uma experiência no mínimo interessante. Fui à praia com um casal de amigos dos tempos da faculdade, que eu havia reencontrado após muitos anos, no ensaio da Mangueira. Estávamos indo para Grumari, quando esse amigo falou com a maior naturalidade: "Ah, esqueci de lhe falar. Agora somos naturistas e não vamos ficar em Grumari e sim em Abricó."

Para quem não mora no Rio, Abricó é uma pequena praia encravada entre a montanha e o mar, no início de Grumari, zona oeste, e devido ao seu acesso difícil, é usada há anos como praia de nudismo. No momento do convite, fiquei constrangido, mas não quis demosntrar o meu lado careta para não causar uma saia justa maior. "Se você quiser, nós deixamos você em Grumari." Pensei rápido e aceitei ir com eles, afinal, tudo vale à pena se alma não é pequena e coisa e tal.

Logo no início, placas explicando as regras para se freqüentar o lugar. Além, é claro, da obrigatoriedade do traje, ou de nenhum traje, há a proibição de fotografar ou filmar o local, transitar com cães, etc. O interessante é que na entrada há uma barraca onde a pessoa que estiver em dúvidas se prossegue ou não, pode sentar e tomar uma cerveja enquanto decide. Dessa barraca, o indeciso também pode observar o que terá pela frente, caso decida entrar. Nesse momento, de acordo com a mente de cada um, pode-se se chocar ou se decepcionar. Pois, na verdade, Abricó parece ser a mais familiar das praias, com muitos casais, crianças e até idosos. Faz-se tudo o que se faz em Copacabana, por exemplo. Joga-se frescobol e volley, pega-se onda, corre-se, pega-se sol, conversa-se, etc. Só que pelado. Os ambulantes são os únicos que são permitidos entrar vestidos.

Assim que entrei, tirei a sunga e corri para a água, envergonhado. Depois dei uma olhada e fui me familiarizando. Cheguei até a pegar jacaré nu - uma experiência que ninguém deveria passar pela vida sem experimentar. Aí, foi só curtir a praiona que estava dando. Muito sol, nenhum vento, mar calmo, água morna.

A maioria dos freqüentadores era da minha faixa etária. Profissionais liberais. Muitos casais. Alguns são vegetarianos. Pessoas tranqüilas e de bem com a vida. Até os dois mulatos que fazem a segurança, são educados e gente boa. Bati muito papo, conheci pessoas legais, joguei frescobol. Poder parecer mentira, mas cheguei a esquecer que estava nu. Dificilmente há outro trecho da orla do Rio mais seguro e pacífico. Nada de assaltos, arrastões, bebedeiras, churrasquinhos na areia, funk tocando alto em rádios enormes, paqueras ou brigas. O lado chato é o pessoal que fica espiando lá de cima na estrada e nas pedras. A maldade está lá fora e não em Abricó.

Voltei para casa no com uma sensação muito boa de auto-estima elevada, sem vergonha do corpo e com a impressão gostosa de ter feito algo de bom pra mim mesmo. Eu achava que aquele papo de integração com a natureza era coisa de hippie natureba. Mas acho que foi isso mesmo o que eu senti. É incrível como um pouco de pano pode nos impedir de sentirmos uma liberdade que só a nudez em meio a um lugar lindo pode proporcionar.

Acho que ao tirar a sunga, me despi de muito mais coisas do que imaginava.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Curriculum Vitae
06.12.1969 - Durante um concerto grátis no autódromo abandonado de Altamont, próximo a São Francisco, quatro jovens são mortos. Um atropelado pela moto de um Hell´s Angels, grupo responsável pela segurança do envento. Uma jovem morreu afogada ao se jogar em um lago para não ser estuprada pelos tais motoqueiros. Um outro jovem foi espancado até morrer e um jovem negro de 18 anos, foi morto a facadas, diante do palco. Este último crime foi filmado para a posteridade e está no documentário Gimme Shelter.
julho de 1972 - Tumultos na entrada de um concerto em Boston degenerou para quebra-quebra e tumultos que duraram por toda a noite.
Na noite seguinte, o Madison Square Garden quase veio a baixo porque o grupo havia sido detido em Boston por agredir um fotógrafo. Foi preciso que o prefeito de Nova Iorque intervisse para que fossem libertados sob fiança. Depois o prefeito foi correndo ao Madison, tentar acalmar os fãs que já queriam quebrar tudo. O concerto que deveria começar por volta das 22h, começou após a meia noite.
julho de 1976 - Atritos entre policiais e cerca de 15 mil fãs antes de um concerto da banda, em Milão, norte da Itália, deixa centenas de feridos e enorme prejuízo.
julho de 1977 - tumulto em Toronto. A polícia invadiu o clube onde eles se apresentavam e prendeu o guitarrista com heroína. O vocalista fugiu com a primeira dama do Canadá, Margareth Trudeau, causando um incidente diplomático entre o país e a Inglaterra.
julho de 1981 - durante a tumultuada excurssão americana para promover o lp Tatoo You, um rapaz matou outro para lhe roubar o ingresso, em Los Angeles. Em Detroit, também houve problemas.

18 de fevereiro de 2006, praia de Copacabana, Rio de Janeiro - Maravilha! Tudo vai dar certo. Todos nós estamos torcendo e se Deus quiser vai ser uma festa que vai entrar pra história da cidade. Estamos precisando.

Mesmo por que os Stones não são mais aqueles porraloucas que construíram o currículo acima. Dê uma olhada nesta matéria do O Globo de hoje, 07/02/06. Mergulhe aqui.

domingo, fevereiro 05, 2006

Não perca este ônibus

"Enquanto você está aí no tédio do lar. No submundo, ratos e baratas, estão tramando contra a sua mediocridade"
Escrevi isto ao acompanhar a movimentação que está rolando aqui e em Sampa nos meios alternativos, tanto na literatura, quanto no teatro e na música, e que, certamente renderá bons frutos num futuro próximo.

Não quero que este blog fique parecendo a versão virtual do Globo Repórter, mas gosto de falar de coisas que dão certo neste país.
Bem, nos primórdios da humanidade, lá pelos idos dos meados dos anos 70, eu pegava onda. Morando no Flamengo (no "subúrbio da Zona Sul", como se dizia na época) eu não tinha condições de saber exatamente como estava o mar. Mas de uma coisa eu sabia: as melhores ondas estavam sempre bem longe da minha casa.
Então, com muito custo, eu chegava no Arpoador. Barra, Recreio, Macumba, Prainha ou Grumari, nem pensar! A não ser quando descolava carona.
Nos anos 80, quando algumas rádios começaram a divulgar boletins das condições do mar (correntes, temperatura da água, tamanho das ondas, previsões, condições de surf em cada praia, etc), morri de inveja. Com o advento da internet, a galera do surf passou a ter informações muito mais precisas, chegando-se ao luxo de ter imagens de cada praia, transmitidas por câmeras!
Mas a partir de 2003, os surfistas passaram a contar com uma ajuda que era tudo o que a minha geração queria. Um ônibus que corta a zona sul, passando por points de surf e com lugar para acomodar as pranchas e equipamentos. Minha inveja cresceu. E resolvi conhecer este bonde, digo, este ônibus.
Como todo invejoso, já fui pronto para pegar defeitos para criticar. E me dei mal. Não é que a coisa funciona mesmo?
Bem, o Surf Bus sai do Largo do Machado e vai até o final do Pontal, no Recreio, em horários variados. É limpo, confortável, tem mesmo locais para acomodar pranchas, tem um frigobar e ar condicionado. Além disso, durante a viagem, o passageiro pode desfrutar de uma tv de 29 polegadas que transmite, através de um DVD ou um video-cassete, filmes de surf. Agrrrrrr! Que inveja!!!!!! Tudo isso pela bagatela de R$ 3, que são cobrados por um garotão que também pega onda e fala três línguas para atender os gringos que embarcarem. Agrrrrrr!
Com medo de cair na água e se perder o trem, digo, ônibus, na volta? Relaxe, o Surf Bus passa buzinando bem alto para alertar a galera. É demais!!!! Mas apesar do nome, o ônibus não é só para surfistas. Qualquer um pode pegá-lo. E acaba sendo mais um meio de transporte para quem mora longe das delícias das praias da zona oeste.
O projeto foi criado pelo empresário Antônio Carlos Guanabara e tem apoio de uma empresa de telefonia celular. Já é um sucesso há três verões. Todos saem ganhando. O empresário, os surfistas, a cidade - já que 25% dos passageiros são turistas - e até os pais dos jovens, que não precisam mais ficar preocupados como os filhos no trânsito. É mais uma vez, uma boa idéia vem da iniciativa privada.
Ah, mais um detalhe. Como se não bastasse, o "cobrador" tem um celular 8702-2837, através do qual a galera pode saber dos horários, saber se vai atrasar ou não, além das condições do mar. Agrrrrrr!!!
Mas como sou um invejoso do bem, desejo que este projeto tenha vida longa, pois o Rio está precisando de boas notícias.
Como pegar este trem, digo, ônibus? Taí:
Partidas do Largo do Machado: diariamente, às 7h, 10h, 13h e 16h
Partidas do Mirante da Prainha, no Pontal: 8h30, 11h30, 14h30 e 17h30.
Duração: 1h30m, dependendo do trânsito louco do Rio, é claro. E você pode desembarcar aonde quiser.
E o inevitável aconteceu:
O sucesso do meu livro fez com que o meu amibo e fã Guilherme Tolomei, do Você Por Aqui Está De Novo, criasse uma comunidade no Orkut. E isso acabou levando a inevitável criação de um novo blog. Resumindo:
A Arte de Odiar, a no Orkut.
A Arte de Odiar, o blog.
Com isso, o Lacerda ganha dois espaços só seus. E está rindo à toa.
Hoje tem encontro literário? Tem sim, senhor
Deu no O Globo...
Mais perto dos autores
Há três anos promovendo o concurso Contos do Rio, que tem revelado muitos promissores talentos da escrita nacional, o caderno Prosa & Verso inicia na segunda-feira, dia 6, um novo projeto para incentivar a leitura e a literatura no país. Numa parceria com diversas livrarias cariocas e editoras de alcance nacional, o projeto Prosa nas Livrarias vai organizar, uma vez por mês, encontros entre grandes autores das letras brasileiras e o público.
O projeto fará sua estréia na Argumento (Rua Dias Ferreira 417, Leblon), às 19h, com a participação do mais bem-sucedido autor brasileiro de romances policiais, Luiz Alfredo Garcia-Roza, que lançou recentemente “Berenice procura” (Companhia das Letras) e da pesquisadora e professora Sandra Reimão, autora de “Literatura policial brasileira” (Jorge Zahar Editor).
No primeiro encontro, a literatura policial no Brasil
Além de aproximar os autores dos leitores, o objetivo do evento promovido pelo Prosa & Verso é discutir, através dos livros, temas atuais, importantes e relevantes para a literatura brasileira e para o país, dando visibilidade à produção do mercado editorial brasileiro e valorizando o papel das livrarias não apenas como pontos de venda de livros, mas também como lugar de encontro e de fomento de idéias.
Nesse primeiro Prosa nas Livrarias estará em pauta a literatura policial produzida no Brasil. Mediados pelo jornalista Mauro Ventura, do GLOBO, Garcia-Roza e Sandra estarão conversando tanto sobre suas obras como sobre o passado, o presente e o futuro de um filão que só tem aumentado nos últimos tempos, dando mostras evidentes de seu fôlego. Em “Literatura policial brasileira” Sandra argumenta que o gênero que consagrou escritores como Dashiel Hammett, Raymond Chandler, Denis Lehane e P.D.James, entre muitos outros, ganhou contornos próprios no Brasil. E mostra como as editoras têm investido cada vez mais nessa área, lançando coleções com títulos de autores estrangeiros e brasileiros. Isso mesmo que muitos ainda torçam o nariz para o fascinante gênero, nem sempre considerado literatura de primeira linha...
Para os fãs de Garcia-Roza, ex-professor de teoria psicanalítica da UFRJ que ingressou na literatura de ficção tardiamente, em torno dos 60 anos — e que logo em seu romance de estréia, “O silêncio da chuva”, ganhou os prêmios Nestlé e Jabuti — será uma oportunidade de saber mais sobre o delegado Espinosa, protagonista de todos os seus livros. Todos exceto justamente o mais recente, “Berenice procura”, no qual o criador aposentou temporariamente sua famosa criatura — que já entrou para a galeria dos grandes personagens da literatura brasileira — para dar voz a uma taxista com tendências detetivescas. Berenice, a tal taxista, também trafega pela mesma (ou quase a mesma) Copacabana presente na vida e obra de Espinosa, exímio conquistador de leitores.
Eventos terãoentrada franca
Portanto, fique de olho em mais essa promoção do Prosa & Verso. No próximo mês o projeto já acontecerá em outra livraria carioca — serão muitas no circuito — levando aos leitores novos autores e temas. Os eventos, que têm entrada franca, serão anunciados com antecedência para que o público possa se programar e botar a leitura em dia para encontrar e conversar com seu autor favorito.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Dez anos sem o gaúcho que tinha uma gata chamada Zelda


“Só depois de apertar muitas vezes a campainha foi que escutou o rumor de passos descendo a escada. E reviu o tapete gasto, antigamente púrpura, depois apenas vermelho, mais tarde rosa cada vez mais claro — agora, que cor? — e ouviu o latido desafinado de um cão, uma tosse noturna, ruídos secos, então sentiu a luz acesa do interior da casa filtrada pelo vidro cair sobre sua cara de barba por fazer, três dias. Meteu as mãos nos bolsos, procurou um cigarro ou um chaveiro para rodar entre os dedos, antes que se abrisse a janelinha no alto da porta.”

Trecho do conto Linda, uma história horrível

No próximo dia 25, sábado de carnaval, muitos estarão tomando todas. Alguns, deixarão uma pro santo. Neste caso, o santo terá nome: o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu, um irmãozinho que partiu, aos 47 anos, vítima de complicações causadas por aquela doençazinha medíocre de apenas quatro letras.
Com sua forma lírica e sensível, Caio foi um dos mais representativos da literatura dos anos 70. Embora o seu maior sucesso tivesse sido Morangos Mofados, lançado em 1982. No prefácio deste livro premiado, Caio se diz apenas um escritor que vive só num apartamento em São Paulo e tem uma gata chamada Zelda”. Pura modéstia. Alguns consideravam sua prosa, um tanto gay, pura injustiça, preconceito. Outros o chamavam de Clarice Lispector de calças. Bobagem. Na verdade, com seu estilo preciso e inspirado, seus diálogos inteligentes, seus personagens muito bem construídos e seu jeito quase que poético de descrever as emoções, ele conseguiu uma fazer uma prosa sem parâmetros no país. E suas histórias iam muito mais além do mundinho gay. O que se encontra em seus textos nada mais é do que a alma humana, com suas belezas e imperfeições. Seus textos eram universais e eternos, não é por outro motivo que continuam atuais. Só que o jeito Caio de escrever era de uma sensibilidade que chegava a emocionar. Seja falando de preconceito (Aqueles Dois), seja falando sobre a brutalidade de um militar contra um rapaz gay (Sargento Garcia), seja falando sobre a angústia de um cidadão de classe média ao receber terríveis ameaças anônimas (Inimigo Oculto) ou descrevendo a mente de um homem minutos antes de matar a sua amante (Caixinha de Música), tudo era belo, claro, sensível, criativo e gostoso de ler na obra de Caio.
Muitos dos que já tiveram a oportunidade de ler o que escrevo, acham que as minhas maiores influencias foram os romancistas policiais. Realmente, se fizerem o exame do DNA no Lacerda, ficará comprovado que o Rubem Fonseca e o Jim Thompson têm culpa no cartório. Mas quando tive que compor a sensível e perturbada Virginia Brandão, o contrapeso à violência da rotina do Lacerda, bebi na fonte das influências que o Caio exerceu em mim. E com certeza não estou sozinho. Por isso tanta saudade desse gaúcho. E por isso, tantas homenagens também.
E as homenagens já começaram. Veja o que O Globo falou do Caio hoje(04/02/06)

E se quiser saber mais sobre ele, mergulhe aqui.
E aqui.

Aqui está a agenda das homenagens a Caio no Sesc Copacabana.

10 anos 100 Caio Fernando Abreu

“Vamos fazer uma festa enquanto o dia não chega"

Entre os dias 3 e 19 de fevereiro no mezzanino do Espaço Sesc, de quinta a domingoRua Domingos Ferreira, 160. Copacabana. Tel: (21) 2547-0156


Palestras

Dia 08, 20h - exibição do curta-metragem “Sargento Garcia”

Palestra com Luciano Alabarse (diretor das primeiras montagens de textos do autor), Luiz Arthur Nunes, (organizador livro “Teatro Completo”) e Marcos Breda (ator)

Dia 15, 20h - exibição do curta-metragem “Dama da noite”Palestra com Scarlet Moon (atriz e jornalista), Marcelo Seccron Bessa (doutor em letras pela PUC-Rio) e Graça Medeiros (astróloga de Caio)


“Uma visita ao fim do mundo”Segundas e terças-feiras, às 20h, a partir do dia 6. As visitas devem ser agendadas pelo telefone 21-9236-3719

Isto é Arte?


Você já deve ter ouvido alguém dizer que a vida imita a arte ou vice-versa. Pois uma exposição que está fazendo grande sucesso em Nova Iorque, segundo o Village Voice é Bodies: the exhibition. A exposição é, na verdade sobre corpos humanos, mas foi baseada em cadáveres em decomposição. Está em cartaz no South Street Seaport, com ingressos a cerca de U$ 25 por cabeça. Tem estômogo pra ver mais? Então mergulhe aqui.